siva tattva

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    iva tattva

    As verdades conclusivas (tattva) sobre a nossa identidade e a do Senhoriva, esto aqui reveladas por Sua Divina Graa rla BhaktivedntaNryaa Mahrja, o mais proeminente embaixador espiritual da ndianos dias de hoje. Essa antologia de palestras somente uma gota do nctardo oceano transcendental da sabedoria, encontrada na tradio GauyaVaiava.

    rla Nryaa Mahrja compartilha todo o conhecimento que ele obtevede uma vida inteira dedicada aos seus amados mestres espirituais einstrutores, rla Bhakti Prajna Keava Gosvm Mahrja e rlaBhaktivednta Swami Prabhupda. Sua natureza gentil e seu exemplo devida iluminam o caminho do esforo da vida espiritual.

    O Senhor iva extremamente bondoso por natureza, e a morada doamor.

    rla Nryaa Mahrj

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    ndice

    Captuo1 A maior bno do Senhor iva.Trapaceando os trapaceiros 8

    O princpio de iva 11

    Concedendo amor perfeito 12

    Captulo 2 O posto e a pessoa

    O dever de destruio 20

    O associado pessoal 22

    Captulo 3 Trs reflexes

    Verdade estabelecida 25

    Servio nos passatempos de opulncia 27

    Servio em passatempos como ser humano 31

    Captulo 4 O Guardio da morada do amor

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    Prefcio

    O Senhor iva manifesto a partir do desejo divino do Senhor Supremo.Uma compreenso de iva-tattva (o princpio de iva) portanto essencialna realizao do profundo significado do verdadeiro propsito da vidahumana e seus relacionamentos. O Senhor iva uma personalidade commuitas formas e nomes, tais como akara, ambu e Mahea. Ele estsituado, eternamente, em sua forma original como Gopvara e nesta formaele guarda a entrada do que nos mais importante - nossa vidatranscendental. Por sua abnegada dedicao, essa personalidade gentil emisteriosa pacientemente, guia aqueles que cruzam o caminho para oAbsoluto, assegurando uma passagem segura atravs de todos os estgiosda devoo.

    No livro iva-tattva, rla Bhaktivednta Nryaa Mahrja esclarece, deuma maneira brilhante, a santa trindade Hindu: Brahm, Viu e iva. Coma autoridade dada pelos seus mestres espirituais na sucesso discpular datradio Gauya Vaiava, ele revela a verdade conclusiva (tattva) daposio original do Senhor iva e nos mostra sua natureza querida eafetuosa.

    As diversas histrias intrigantes narradas aqui, todas provindas deliteraturas vdicas autorizadas, so entremeadas com conclusesfilosficas.Dessa forma, iva-tattva revela a bela harmonia das qualidades,aparentemente contraditrias, do Senhor iva. Ele o destruidor e,simultaneamente, a causa ingrediente da criao. Ele a deidadepredominante do modo da ignorncia e ao mesmo tempo o reservatrio doconhecimento absoluto.Ele o esperto trapaceiro e, concomitantemente, quem d misericrdia.

    Seus associados so fantasmas, demnios e bruxas e ao mesmo tempo eleassocia-se com os mais exaltados semideuses, sbios e at mesmo Deus empessoa.

    O tpico profundo de iva-tattva to vasto que esse trabalho poderia terincludo captulos inteiros para cada uma das glrias, passatempos emanifestaes do Senhor iva.A inteno desta edio ,entretanto, inspirar o leitor com sua essncia edespertar seu interesse na evoluo da conscincia.

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    iva-tattva comea com a histria de uma misso especial, originalmentecontada no pico de rla Santana Gosvm, rBhad-bhgavatmta. Oobjetivo dessa misso era estabelecer, no mundo, a meta final de todas asprticas de yoga,prema-bhakti. Numa conversa ntima com o sbio Nrada

    Muni, o Senhor iva esclarece as qualidades de um vaiava genuno oudevoto da Suprema Personalidade de Deus. Preparando o cenrio para essaconversa divina, rla Santana Gosvm escreve:

    Em sua prpria morada, o Senhor iva havia recm terminado suaadorao ao Senhor Sakaraa e, absorto em amor exttico,comeou a danar e fazer krtana. Seus seguidores, liderados por rNandivara, estavam amavelmente elogiando-o, cantando, tocandoinstrumentos musicais e exclamando: Jaya! Jaya! Todas as glrias voc! Todas as glrias a voc! Com suas mos de ltus, Prvat-devcriava um ritmo encantador com Karatlas e o Senhor iva aelogiava por isso. Vendo tudo aquilo distncia, o sbio Nrada,com alegria, ofereceu reverncias e comeou a tocar sua vina.Repetidamente, ele disse: Voc o maior beneficirio damisericrdia de Ka. Repetindo as palavras do Senhor Brahm,ele comeou a glorificar iva com uma voz melodiosa. Quando rNrada aproximou-se de r Rudra (Senhor iva) para pegar a poeirados seus ps de ltus, iva, que estava intoxicado com o fluxo denctar de Ka-prema, e que muito querido aos Vaiavas, puxouo sbio Nrada para perto, o abraou, e respeitosamente disse: ,filho de Brahm! O que voc est dizendo?! (r Bhad-bhgavatmta Captulo trs, versos 1-5)

    A fama do Senhor iva, como o melhor devoto do Senhor Ka, foiprimeiramente apresentada ao mundo ocidental, por Sua Divina Graa rlaA.C Bhaktivednta Swami Prabhupda; O pregador internacional maisproeminente do Gauya Vaiavismo. rla Prabhupda inspirou ummovimento internacional. Ele deu ao mundo o verdadeiro tesouro, nas suas

    tradues para o ingls da literatura Vdica. E foi desse tesouro que,continuamente, extramos informaes para enriquecer esta publicao,com notas de p de pginas e suplementos.Foi pedido de rla Prabhupda, que hoje rla Nryaa Mahrja viaja eprega para pessoas do mundo inteiro, cultivando a vida espiritual demuitos.

    iva tattva uma compilao de quatro palestras transcritas de rNryaa Mahrja que, embora no tenha sido falada em srie, leva oleitor a uma maravilhosa jornada. Os captulos um e dois foram narrados

    durante sua turn mundial em 1997 na Hollanda, na manh e na noite dodia 3 de julho. O captulo trs veio da traduo para o ingls de uma de

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    suas aulas em hindi, dada em Mathur, ndia, na vspera de iva-Ratri, dia5 de maro de 2000. Finalmente, no quarto captulo, num discurso feito em10 de outubro de 2001, ele nos leva a uma peregrinao a um templo naantiga cidade de Jaganntha Pur, onde o Senhor iva reside como

    Lokantha Mahdeva.As crnicas e personalidades discutidas nesse livro no pertencem aocampo da religio ou da mitologia; pelo contrrio, elas contm a verdadeuniversal. O uso de palavras em Snscrito, a linguagem na qual a cinciavdica foi originalmente falada, foi reduzido ao mnimo para fcilcompreenso. As palavras que sejam, porventura, apresentadas emSnscrito como, por exemplo, bhakti, (que significa devoo), soclaramente explicadas no texto.

    Implorando pela misericrdia de r Hari, Guru e Vaiavas, nshumildemente apresentamos as glorificaes feitas por rla NryaaMahrja, do mais inconvencional das personalidades transcendentais, oSenhor iva. Ns pedimos perdo aos leitores por quaisquer erros oudefeitos nossos na nossa apresentao desta oferenda ao Senhor iva, naocasio auspiciosa de iva-Ratri Maro/ 2005.

    Os editores

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    Captulo 1

    A maior bno do Senhor iva

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    Certa vez, o grande sbio Nrada Muni foi visitar a morada do Senhor iva,e comeou a glorific-lo, dizendo: Voc muito ntimo e querido aoSupremo Senhor Ka. E no s isso, voc tambm a manifestao deKa; voc no diferente dEle. Voc pode dar liberao e tambmKa-prema, a rara jia do amor transcendental por Ka.

    Ouvindo Nrada glorific-lo de vrias maneiras, o Senhor iva ficoubravo e disse: Sua glorificao a mim falsa. Eu no sou, de formaalguma, querido por r Ka.

    O Senhor iva, na verdade, o mais querido de r Ka, ento, Kapode dar-lhe servios os quais Ele no pode dar a mais ningum. Quandoos semideuses e demnios estavam batendo o oceano de leite para obter onctar da imortalidade, a primeira substncia produzida foi um venenopoderoso e perigoso, que queimava o mundo inteiro.

    Os semideuses apelaram a r Ka, que os aconselhou a pedir ao Senhoriva para que ele bebesse o veneno. Assim, eles adoraram o Senhor iva epediram: Por favor, nos salve! Somente voc pode nos proteger. OSenhor iva recolheu o veneno e o colocou em sua boca, mas, hesitou emengoli-lo, considerando: O Senhor Ka est em meu corao. O venenoir afet-Lo. Ele ento, manteve o veneno em sua garganta, que foiqueimando, at que se tornasse azul.

    Agora, por genuna humildade, o Senhor iva falou a Nrada: Eu queroser o amado devoto de r Ka, mas, na verdade, eu no sou. Voc sabe,eu sempre uso as cinzas dos crematrios, e uma guirlanda de caveiras.Todos os meus associados so fantasmas e bruxas, ento, eu no souqualificado para ser um devoto querido de Ka. Se eu sou to querido porEle, por que Ele mandaria que eu me ocupasse com o modo da ignorncia,

    na terrvel funo de destruir o universo? Se eu fosse um recipiente tograndioso da Sua misericrdia, por que ele me daria a ordem de me tornarakarcrya e pregar uma filosofia que contrria a Ele?

    Na verdade, mesmo que ele negue, devido ao fato de iva ser toquerido a Ka que Ka foi capaz de dar-lhe a difcil tarefa de vir comoakarcrya. Muitas pessoas vm adorando o Senhor Supremo somentepara satisfazer seus interesses, pensando: Deus satisfar nossos desejosmundanos simplesmente com nossa adorao. Eles s o adoravam para,rapidamente, obter os resultados e terem suas necessidades supridas; no

    para compraze-Lo. O Senhor Ka pensou: Isto muito perigoso. Elechamou o Senhor iva, e o instruiu: Tais falsos devotos criaro grandes

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    perturbaes, ento mantenha-os longe de Mim. Crie uma filosofia queensine: brahma satya jagan mithy - (o absoluto verdadeiro, essemundo falso.) Voc deve pregar: todas as almas so iva; todas as almasso Brahm; tudo um. Voc Brahma, o Absoluto impessoal. No h

    necessidade de adorar nenhum outro Deus; voc o Deus Supremo.Relutante, o Senhor iva perguntou a Ka: Por favor, o Senhor podepedir para outra pessoa fazer isso? Eu no sou qualificado para esseservio. Ka respondeu: No, voc ter que fazer isso. No mundointeiro, eu no vejo ningum que seja to capaz.

    Sentindo-se envergonhado, agora, o Senhor iva disse a Nrada: Porfim, tive que concordar em seguir Sua ordem. Aparecendo comoakarcrya, preguei em muitos lugares: Voc Brahma, voc Brahma,voc o Brahma impessoal. O mundo inteiro falso. Lamento muito porter feito isso. Sei que cometi uma grande ofensa fazendo que tantas pessoasse tornassem contrrias ao Senhor Ka. Ainda assim, para executar Suaordem espalhei essa doutrina. Est bem claro, pelo fato de Ele s vezes medar tais ordens, que eu no sou o Seu mais querido.

    Trapaceando os trapaceiros

    O Senhor iva expressou a Nrada seu arrependimento em ter dadobnos aos inimigos do Senhor Ka. Para cumprir os desejos do SenhorKa, ele deu bnos a demnios como Rvana, Vksura, lva eJayadratha e, desta forma, ele realizou vrias vezes atividades que eram,aparentemente, opostas ao Senhor Ka e a Ka-bhakti.

    Nrada Muni disse: Mestre, por favor, no tente enganar-me. Sei quetudo o que voc faz para satisfao do Senhor Ka e para ajud-Lo emseus passatempos, para o beneficio de todos os seres. Voc me disse que,muitas vezes, deu bnos aos inimigos dEle. Os inimigos dEle, assimcomo os inimigos dos primos dEle, os Pavas, o adoram para obterbnos mal-intensionadas. Eu tambm sei que voc lhes concede bnos,mas essas bnos so a prova de tolos; elas sempre tm um ponto fraco.

    Na verdade, voc engana essas pessoas somente para agradar Ka.Voc , sem dvidas, Seu melhor amigo.

    iva e Nrada continuaram a discutir alguns incidentes histricos que, deacordo com iva, provavam que ele no era querido por Ka, mas, deacordo com Nrada, provavam o oposto.

    Um ponto fraco

    O grande pico Mahbhrata nos conta sobre o Rei Jayadratha, um dos

    tantos demnios que receberam tal bno astuta do Senhor iva.Duryodhana, o primo paterno dos cinco irmos Pavas, deu sua irm

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    Dushala em casamento ao Rei Jayadratha, e portanto, o Rei passou a serconsiderado cunhado dos Pavas. Certa vez, Jayadratha tentou seqestrara esposa dos Pavas, Draupad, pois tinha o grande desejo de fazer delasua esposa. Sendo forada a entrar na carruagem, ela o avisou, chorando:

    eu sou a esposa dos Pavas. Quando voc for pego, ser punido emorto!A arrogncia de Jayadratha o impediu de ouvi-la, dando continuidade ao

    seqestro. Enquanto isso, o sbio Nrada aproximou-se dos Pavas e osinformou: Oh, eu vi Jayadratha levando Draupad embora, e ela estavachorando! - Dois dos Pavas, Bhma e Arjuna, imediatamente, saramatrs dele. Bhma desceu de sua carruagem e correu mais rpido que oscavalos de Jayadratha. Com seu arco e flecha, Arjuna criou um crculo defogo que rodeou a carruagem de Jayadratha, que foi capturado e no pdese mexer. Ele foi severamente espancado por Bhma e preso por Arjuna,amarrado carruagem e levado para onde Yudhihira Mahrjaencontrava-se com Draupad.

    Bhma e Arjuna falaram com Yudhihira, seu respeitvel irmo maisvelho. Bhma insistiu: Eu quero matar Jayadratha. Por favor, ordena-meque o mate.

    Apoiando Bhma, Arjuna disse: Jayadratha cometeu uma ato hediondo edeve ser morto.

    O rei Yudhihira respondeu: A ofensa foi cometida contra Draupad.Devemos levar o caso at ela, e faremos o que ela mandar!

    Quando Jayadratha foi trazido aos ps de Draupad, ela,misericordiosamente, pediu a seus maridos: No o matem; perdoem-no.Ele nosso cunhado. Se vocs o matarem, sua prima-irm ser viva elamentar pelo resto de sua vida.

    Bhma e Arjuna ento, foram ao Senhor Ka e apelaram: O quedevemos fazer? Juramos matar Jayadratha e agora, Draupad nos pede paraperdo-lo.

    Ka respondeu: Para algum que j foi honrado, a desonra pior doque a morte.

    Arjuna raspou o cabelo do Rei Jayadratha, deixando cinco mechas decabelo e ele raspou a barba apenas de um lado de seu rosto. Jayadrathasentiu-se humilhado e, depois de ter sido liberado por Bhma e Arjuna, eleachava melhor ter sido morto. Ele pensou: De qualquer me vingarei.Pensando assim, ele foi a Gangotr nos Himlayas e adotou uma penitnciasevera para satisfazer o Senhor iva.

    Depois de alguns meses, ele abandonou o consumo de comida, gua eatividades corporais e estava quase morrendo. Nesse ponto, o Senhor ivaveio e perguntou que bno ele queria como resultado de tanta

    austeridade. Jayadratha respondeu: Eu quero vingana contra os Pavas.Quero derrotar e matar todos eles. O Senhor iva disse: Voc pode

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    derrotar os Pavas, mas, somente Yudhihira, Bhma, Nakula eSahadeva; no Arjuna. Jayadratha disse: Se esse pedido no pode sercompletamente satisfeito, ento, por favor, conceda que nem Arjuna, nemningum ser capaz de matar-me. O Senhor iva respondeu: Posso

    conceder-lhe o seguinte: se sua cabea for cortada e cair ao cho, a pessoaque causou isso morrer imediatamente. Sua vida ser salva e sua cabeaser restituda ao seu corpo. Voc poder ser morto centenas de milhares devezes, mas, voc no morrer. De outra forma, se sua cabea decepada cairnas mos de seu pai e ele a jogar no cho, ento, voc morrer. Jayadrathaestava satisfeito, pensando: Meu pai nunca faria isso.

    Quando a batalha de Kuruketra comeou, Jayadratha adotou o lado dosinimigos dos Pavas, Duryodhana. Numa tarde, durante a batalha,quando o sol estava se pondo, o pai de jayadratha estava absorto orando efazendo uma oferenda de gua ao deus do Sol. Arjuna viu esse momentooportuno. Com um hbil arremesso de uma flecha, ele separou a cabea deJayadratha de seu corpo e fez com que a cabea casse nas mos de seu paique estava meditando. Assustado e sem pensar, o pai de Jayadratha jogou acabea no cho. Ento, abrindo os olhos, indagou: - O que era aquela coisamolhada? Vendo que ele acabara de jogar a cabea de seu filho ao cho,comeou a chorar, Oh meu filho! Oh meu filho! Voc est morto agora!

    Uma bno astuta

    Invejoso de Ka e com o desejo de ter o poder para destru-lo, o demniolva tambm se abrigou no Senhor iva. Ele praticou uma severaausteridade e no comia mais do que um punhado de cinzas diariamente.Depois de um ano, o Senhor iva ficou satisfeito e concedeu-lhe o pedidode uma beno.lva implorou ao Senhor iva um aeroplano, dizendo: Esse aeroplanodeve agir como eu desejar; deve ser operado pela minha mente. Pela minha

    ordem ele deve ir ao cu e onde quer que eu deseje. No vero ele deve serventilado. Se tiver somente duas pessoas, ento deve haver somente doisassentos e, se eu quiser viajar com centenas de milhares de pessoas, vriosassentos devem se manifestar. Ele nunca deve quebrar, ter problemasmecnicos e deve ser equipado com todos os tipos de armas. Deve serperigoso e aterrorizante para os Yadus.

    O Senhor iva concordou. lva teve a ajuda do demnio Maya Dnavapara manufaturar o aeroplano mstico, que comeou a destruir Dvrak, a

    morada do Senhor Ka. lva atacava pessoalmente de cima e seus

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    soldados, do solo. Liderados por Pradyumna, os guerreiros da dinastia dosYadus lutaram contra lva e seu exrcito, mas, no podiam derrot-los.

    Finalmente, o Senhor Ka apareceu pessoalmente no campo de batalha e,

    depois de uma luta intensa de ambos os lados e muitas exibies msticasde lva, o Senhor pegou seu disco, cortou a cabea do demnio e deu-lheliberao.

    Dessa maneira, as bnos dadas pelo Senhor iva para os inimigos doSenhor Ka sempre tm um ponto fraco. O Senhor iva extremamenteesperto e ele est sempre servindo seu Senhor, r Ka. Nrada sabiadesse fato e queria tornar pblicas as glrias do Senhor iva. iva muitontimo e querido pelo Senhor Ka, e no-diferente dEle. Tente honr-losempre. Porque ele o melhor devoto do Senhor Ka.

    nimna-gn yath gag

    devnm acyuto yath

    vaiavn yath ambhu

    purnm idam tath

    rmad-Bhgavatam (12.13.16)

    Assim como o Ganges o mais elevado de todos os rios, O SenhorAcyuta (Ka) o supremo entre as deidades e O Senhor ambu(iva), o mais elevado dos Vaiavas, O rmad-Bhgavatam omais elevado de todos os puras.

    O Princpio de iva

    O princpio de iva - iva-tattva - extremamente complexo. O princpiode Brahm no to complicado, porque O Senhor Brahm sempre umajva, uma alma espiritual finita. s vezes, quando no h uma jvaqualificada, o Senhor Viu (a expanso de Ka), pessoalmente toma oposto de Brahm, mas isso raro. O Senhor iva no assim; ele no uma alma finita.

    Depois de passar as oito camadas materias, e depois de atravessar o

    Viraj (o rio que divide o mundo material e o mundo espiritual) e o planetado Senhor Brahm (o planeta material mais elevado), voc chega ao

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    planeta de iva. L, ele conhecido como Sadiva, uma manifestao doSenhor Viu.

    iva-tattva pode ser compreendido pela analogia do iogurte e do leite.Iogurte nada mais do que uma transformao do leite. O leite pode se

    tornar iogurte, mas o iogurte no pode se tornar leite. Essa analogia encontrada no livro r Brahma-Sahit e esclarecida no comentrio derla Jiva Gosvm: Assim como o leite se torna iogurte, pelo contato deum agente transformador, r Govinda, O Senhor Ka, similarmenteaceita a forma de ambu (iva), com uma finalidade especifica. Oexemplo de iogurte na verdade dado com o objetivo de passar a idia decausa e efeito, no a idia de transformao. r Ka Realidade e nopode ser transformado, ento no possvel pra Ele submeter-se a nenhumtipo de distoro. Uma pedra de toque manifesta vrias coisas de acordecom o desejo de algum, ainda assim ela mantm sua naturezaconstitucional imutvel.

    Rmevara Mahdeva

    Quando r Rmacandra estava construindo uma ponte para Lak, eleestabeleceu uma iva-liga (uma deidade do Senhor iva), chamadaRmevara. Todas as pessoas da rea comearam a glorificar o Senhoriva, dizendo: Rmevara ki jay! Voc ivara de Rma, o Senhor deRma: Os semideuses estavam insatisfeitos com isso, e ento anunciaramatravs de uma vz em coro, Rmas ca asau vara: Rma Deus, eakara tambm Deus; eles so o mesmo. Ouvindo isso, a iva-ligaquebrou. O Senhor iva apareceu da liga e disse a todos eles: Vocs sotodos tolos; vocs no sabem minha tattva, a verdade sobre minhaidentidade. O Senhor Rma meu amado e meu Deus, e por isso que souchamado Rmevara.

    Concedendo Amor Perfeito

    O Senhor iva reside eternamente na morada do Senhor Ka,Vndvana, onde ele aparece em vrias formas para prestar serviodevocional a Ka. A forma de Gopvara Mahdeva foi manifesta pelodesejo do Senhor Ka. Quando Ka desejou realizar a dana da rsa,rmat Rdhik, a personificao de sua potncia de prazer, manifestou-sede Seu lado esquerdo e Gopvara Mahdeva de Seu lado direito. A formade iva que reside em K ou Kailsa no mundo material, umamanifestao parcial do Sadiva original (Gopvara Mahdeva) emVndvana. As outras vrias formas de iva geralmente adoradas so

    expanses de Sadiva. Elas no so a original. Expanses parciais, taiscomo, Pippalevara Mahdeva, Bhtevara Mahdeva, Ragevara

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    Mahdeva e outras, no podem conceder a beno que pode ser alcanadapela misericrdia de Gopvara - a perfeio mais elevada do amor,chamado vraja-prema.

    rla Raghuntha dasa gosvm comps uma orao em seu Vraja-vilsa-stava:

    mud gopendrasyatmaja bhuja parisranga ndhaye

    sphurad gopirvrndair yam iha bhgavatam pranayibhih

    bhajadbhistair bhaktys vamabhilasitam prptam acird

    yamitire gopvaram anudinam tam kila bhaje

    Diariamente eu adoro Gopvara Mahdeva, que est situadonas margens do Yamun. Esse mesmo Gopvara era adoradocom profunda devoo pelas gops, e ele rapidamente satisfezseus desejos de obter a jia supremamente valiosa, na forma doabrao do filho de Nanda Mahrja [Ka].

    rla Santana Gosvm, o grande santo Vaiava, que residia emVndvana perto do antigo templo r Madana-Mohana, costumava irdiariamente ver Gopvara Mahdeva em seu templo. Certa vez, na velhice,Santana Gosvm teve um sonho onde Gopvara Mahdeva apareceu e oinstruiu: Agora na velhice, por favor, no se d a tanto trabalho para mever. Santana Gosvm respondeu: Eu continuarei vindo. No possomudar esse hbito. Gopvara Mahdeva disse: Ento eu ficarei bemperto de sua residncia, aparecendo em Bankhand. No dia seguinte, rGopvara Mahdeva apareceu em Bankhand, que ficava na metade do

    caminho entre seu templo original e a residncia de Srila SantanaGosvm. Vendo isso, Santana Gosvm ficou inundado de xtasetranscendental, e a partir daquele dia ele visitava diariamente BankhandMahdeva.

    Onde quer que estivesse, rla Santana Gosvm no podia viver semseu amado Senhor iva Gopvara Mahdeva e Bankhand Mahdeva emVndvana, e Kmevara Mahdeva na floresta Kmyavana. EmGovardhana, ele ficava perto de seu querido amigo, Cakrevara Mahdeva,

    que ganhou esse nome quando serviu a Colina de Govardhana e os

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    Vrajavss, segurando seu tridente como uma cakra, para proteje-los dodilvio torrencial enviado pelo rei Indra.

    Anteriormente, O Senhor iva pediu a r Ka uma beno, para poderpresenciar seus passatempos infantis. Ka mandou que ele ficasse emNandagaon, na forma de uma colina. iva seguiu a ordem e tornou-se aColina Nandivara, e ento ele ficou conhecido como Nandivara. (OSenhor Brahm tornou-se Brahma-parvata, a montanha que fica no lugaronde rmat Rdhik nasceu, Var. Pelo fato do Senhor Brahm ser toprximo rmat Rdhik, ele tambm nosso Gurudeva.)

    Ns honramos o Senhor iva como um grande Vaiava e como Guru. Noo adoramos separadamente. Ns observamos iva-ratri, o aparecimento doSenhor iva, e o glorificamos pela relao que ele tem com Ka. rlaSantana Gosvm escreveu em seu Hari-bhakti-vilsa, que todos osVaiavas devem festejar iva-carturda (iva-ratri). O Senhor iva,aquele em que residem todas as boas qualidades, deve ser certamentehonrado pela celebrao desse dia.

    Gopvara Mahdeva em Vndvana, U.P ndia

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    Ns oferecemos reverncias ao Senhor iva com oraes como essa:

    vndvanvani-pate! jaya soma soma-maule

    sanaka-sanandana-santana-nradeya

    gopvara! vraja-vilsi-yugnghri-padme

    prema prayaccha nirupdhi namo namas te

    (Sakalpa-kalpadruma 103)

    guardio de Vndvana! Soma, todas as glrias a voc! voc que tem a testa decorada com a lua, e que adoradopelos sbios encabeados por Sanaka, Sanandana, Santana eNrada! Gopvara! Desejando que me conceda prema aosps de ltus de r r Rdh-Mdhava, que executamalegres passatempos em Vraja-dhma, eu ofereo revernciasa voc repetidamente.

    Pela beno de iva

    Um brhmaa em K Vras certa vez orou ao Senhor iva: Euquero dar a mo da minha filha em casamento, mas eu no tenho dinheiro.

    Por favor, d-me dinheiro. O Senhor iva disse: V Vndvana eencontre rla Santana Gosvm. Voc pode pedir a ele recursos para ocasamento de sua filha. O brhmaa foi a Vndvana, andando, e l eleperguntou s pessoas, onde morava uma pessoa chamada SantanaGosvm. Como todos o conheciam, indicaram sua residncia.

    rla Santana Gosvm estava praticando bhajana perto do Rio Yamun,em Kliya-hrada, a antiga morada da venenosa cobra chamada Kliya.Kliya-hrada era perto do Yamun, portanto, as redondezas eram cheias deareia. rla Santana Gosvm usava somente uma pea simples de roupa.

    Ele costumava mendigar de porta em porta por um pouquinho de prasdam

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    (os restos da comida de Ka), e ele comia somente um chapatti seco (poachatado), sem sal.

    O brhmaa chegou a cabana de Santana Gosvm e disse a ele: Eu fuia akara Mahdeva, Senhor iva, e ele me disse para lhe encontrar. Disse

    que voc daria-me algum recurso para o casamento de minha filha.Santana Goswami respondeu: Eu no tenho posses alguma. Voc podever que no tenho nada alm de uma roupa velha. Ento ele pensou: Oh!iva no mente. Ele meu melhor amigo. Pensando no Senhor iva etentando encontrar a soluo, ele lembrou-se de uma pedra dos desejos quetinha largado e se esquecido. Agora ele disse ao brhmaa: V at oYamun, remova um pouco da areia, e ento encontrar uma pedra dosdesejos. Esta l em algum lugar na areia, mas eu no me lembro aonde.

    O brhmaa encontrou a pedra, encostou-a no ferro, e o ferrotransformou-se em ouro. Ele estava muito, muito feliz, do Senhor iva terlhe dito para ir Vndvana, e com muita gratido pensou: Minha oraofoi atendida por ele. No caminho para casa, no entanto, sua ambio pordinheiro aumentou e ele comeou a pensar: Por que Santana Gosvmdeixou a pedra dos desejos na areia? Ela no tinha utilidade l. Ele deve terjias ainda mais valiosas.

    Ele ento retornou, e Santana Gosvm perguntou: Por que vocvoltou? Ele respondeu: Eu voltei por que eu sei que voc deve ter jiasmais valiosas que essa. Santana Gosvm ento disse: V e jogue essapedra no Yamun. O brhmaa ento jogou com toda sua fora, eSantana Gosvm disse-lhe: Venha c, venha c. E deu-lhe o Mantra:Hare Ka Hare Ka Ka Ka Hare Hare, Hare Rma Hare RmaRma Rma Hare Hare: e disse: Eu no tenho jias materiais, mas tenhojias transcendentais. A jia do Senhor Ka e de r Rdh viro pra vocem pouco tempo. Ento permanea aqui. O casamento de sua filhaacontecer automaticamente. Fique aqui e cante Hare Ka. O brhmaaseguiu suas instrues e tornou-se um santo muito elevado.

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    Captulo 2

    O posto e a pessoa

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    r Nrada desejava proclamar as glrias do Senhor iva. Como foi

    descrito anteriormente, ele elogiou iva como o melhor devoto do SenhorKa e mais querido por Ele, e o Senhor iva ficou chateado ouvindoessas glorificaes. iva ento relacionou um nmero de acontecimentosque na opinio dele era evidente que de maneira alguma ele era o maisquerido de Ka.

    O Senhor iva se compara a r Prahlda mahrja, o famoso devoto doSenhor Nsihadeva, descrito no rmad-Bhgavatam. Ele disse a Nrada:r Prahlda Mahrja superior a mim, e ele o devoto querido doSenhor. Mesmo que o Senhor iva seja superior a Prahlda mahrja, eledisse a Nrada que Prahlda Mahrja era superior. Por qu? Ele disse issopara encorajar as pessoas a seguirem o carter perfeito e os ensinamentosde Prahlda Mahrja.

    Entretanto, Prahlda Mahrja no pode entrar na morada transcendentalde r Ka, Vndvana, mas o Senhor iva l reside eternamente comoGopvara. iva serve r Ka pessoalmente, de vrias maneiras. Ele esua esposa Prvat-dev, meditam em aa-klya-ll, os passatemposconfidenciais do Senhor r Ka que se manifestam nas oito partes dodia. Esses passatempos secretos so muito confidenciais, ainda assim,ambos iva e Prvat so capazes de meditar neles. iva centena demilhares de vezes superior e mais adorvel que r Prahlda Mahrja, eainda assim o habilidoso iva declarou Prahlda Mahrja como sendosuperior. Por que ele agiu desta forma? Em um sentido Prahlda Mahrja superior e em outro ele no .

    Podemos conciliar isso, considerando as duas perspectivas para entendera identidade do Senhor iva: Ns podemos ver iva do ponto de vista deseu posto, e tambm do ponto de vista de sua personalidade. Como umapersonalidade, separada de seu posto, ele aparece como um associado doSenhor Supremo, como Gopvara, Hanumn e Bhma. Como Gopvara

    ele reside eternamente em Vndvana. Como Hanumn ele sempre seassocia e serve o Senhor Brahm. Como Bhma ele sempre serve o SenhorKa. E, quando Hanumn e Bhma se combinam juntos nessa era de Kali-yuga, eles se tornam Madhvcrya, nosso sampradya-guru.(5)

    Do ponto de vista da funo do Senhor iva como o deus da aniquilao,e tambm a de Brahm como o criador secundrio do universo, iva eBrahm so na verdade postos. O Senhor Brahm e o Senhor iva no soseres humanos ordinrios, mas seus postos so como os de presidente e deprimeiro ministro de uma nao, onde o homem representando o posto

    deve realizar um determinado trabalho definido.

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    Ambos, como o posto e a pessoa, iva superior a Brahm. O Senhoriva uma expanso do Senhor Viu, mas s vezes uma jva pode tornar-se uma expanso de iva, conhecida como Rudra. Se um homem realizapuramente os deveres de varrama por cem nascimentos, ele pode se

    tornar Brahm.(6) Em outras palavras, ele pode alcanar a posio ou postode Brahm. Por sua vez, quando um indivduo no posto de Brahm executasua funo com percia por cem nascimentos, ele se torna qualificado pararealizar a funo de iva em sua manifestao como Rudra. O posto deiva , portanto, superior ao de Brahm, e isso tambm uma evidncia deque iva mais poderoso que Brahm.

    O Dever de Destruio

    Qual a funo do posto do Senhor iva, e por que ela superior a doSenhor Brahm? Uma razo que, o Senhor Brahm no pode executar

    pralaya, a destruio completa do universo que algo muito perigoso,enquanto que iva pode.

    A funo de iva como destruidor como a de um fazendeiro que plantae cultiva uma grande rea de trigo. O fazendeiro cuidadosamente molha enutri a plantao, protegendo-a dos animais, e depois de cinco ou seismeses o trigo se desenvolve e amadurece. Ento, manualmente ou commquinas, o fazendeiro colhe as plantas e com muito cuidado remove osgros dos bastes. Os restos so rejeitados, sujeito a apodrecer e atrairdoenas, vermes e cobras. Ento, o fazendeiro coloca fogo os queima.

    Assim como o fazendeiro extrai os gros das plantas, o Senhor ivaextrai as almas espirituais eternas dos seus corpos matrias e do mundo. Nahora da destruio ele cria um inferno, pondo o universo inteiro emchamas, mas as almas espirituais no so destrudas.

    Existem dois tipos de devastao universal: um no fim do dia do SenhorBrahm e um no fim de sua vida. No fim do dia de Brahm (4,320,000,000

    anos solares) ele repousa num sono mstico dentro do corpo deGarbhodakay Viu, e todas as entidades vivas condicionadas tambmentram.(7)

    Enquanto todo o universo submergido em gua, as entidades vivasdescansam em seus corpos sutis dentro do corpo transcendental deGarbhodakay Viu. Elas aguardam o incio do prximo dia de Brahm,a prxima criao material ou manifestao. Algumas dessas almas soliberadas e outras no.

    Quando o Senhor Brahm completa cem anos celestiais de vida, o Senhor

    iva novamente inicia seu dever de destruio. Nessa hora, todas as almasespirituais entram no corpo de Kraodakay Viu ou Mah Viu. No

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    fim de cada dia do Senhor Brahm, todas as almas entram no corpo deGarbhodakay Viu, e no fim da vida de Brahm, at mesmo as milhesde manifestaes de Garbhodakay Viu entram em KraodakayViu(8) junto com as almas espirituais. Na hora da criao,

    Kraodakay Viu gera inmeras manifestaes de GarbhodakayViu, e na hora da destruio total eles entram de volta em seu corpo. (9)O Senhor iva no uma entidade viva, mas ele tambm no est na

    categoria do Senhor Viu. Ele muito mais poderoso que qualquerentidade viva, at mesmo que o Senhor Brahm. Entretanto, ele no igualao Senhor Viu. Por ele ser quase to bom quanto a SupremaPersonalidade de Deus, ele pode ver as trs fazes do tempo: Passado,presente e futuro. Um de seus olhos como o sol e o outro e como a lua.Ele tambm tem um terceiro olho, localizado entre suas sobrancelhas. desse terceiro olho que ele gera fogo e emprega isso na hora da destruiodo universo..

    Desta perspectiva o destruidor O Senhor iva no pode servir oSenhor Ka diretamente, porque ele est ocupado em seu posto. Aquelasalmas que so liberadas depois de centenas de milhares de vidas praticandoservio devocional, que renunciaram todas as responsabilidades epreocupaces desse mundo incluindo ocupaces como a do SenhorBrahm e do Senhor iva e que constantemente ouvem, glorificam, elembram-se do Senhor Ka, nascem nesse mundo como devotos purosassim como Prahlda mahrja. Isso foi dito pelo Senhor iva a r Nrada.

    Prahlda Mahrja no tem nada para fazer nesse mundo; nada para criarou demolir. Tendo estas atividades como insignificantes, ele as rejeitou.Embora, ele tivesse herdado um grande reino, esse era controlado egovernado por seus ministros. Seus sentidos estavam totalmente absortosem servio transcendental amoroso ao Senhor Supremo. Ele estava sempreengajado em ouvir os nomes e as glrias do Senhor, cantando e falandosobre suas glrias, lembrando e meditando nEle, oferecendo oraes,cumprindo suas ordens e se rendendo completamente.

    Devotos como Prahlda Mahrja no tm necessidade de aproximar-se

    das manifestaes do Senhor Ka, como o Senhor Nsihadeva ou oSenhor Rma, para o Senhor pessoalmente vir a eles nessas formas. OSenhor iva contou a r Nrada que pelo motivo de ele estar sempreocupado no posto de controlador do universo, ele no pode ver nemoferecer servios ao Senhor diariamente, como Prahlda Mahrja v oSenhor Vmanadeva ou o Senhor Nsihadeva. Vmanadeva eNsihadeva so ambos as manifestaes do mesmo Senhor, queregularmente do sua associao divina a Prahlda Mahrja e aoportunidade de servir e oferecer reverencia aos seus ps de ltus.

    Embora ambos, Brahm e iva sejam superiores a Prahlda Mahrja emBhakti, seus postos envolvem contato com os trs guas, ou modos da

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    natureza material, chamados, bondade, paixo e ignorncia. O papel doSenhor Brahm a criao e procriao em raja-gua, o modo da paixo.O papel do Senhor iva de demolio e dissoluo est em tama-gua, omodo da ignorncia. por essa razo que eles so chamados de gua-

    vatras, encarnaes das qualidades materiais.Prahlda Mahrja nirgua, transcendental aos trs modos da natureza.Ele no tem nada a ver com as atividades nos modos da bondade, paixo eignorncia materiais, pelas quais esse mundo est acorrentado. O Senhoriva tambm est alm dos trs modos da natureza, mas ele adota o mododa ignorncia (tama-gua), para realizar sua funo eficientemente.

    O associado pessoal.

    A respeito da glorificao do Senhor iva a Prahlda Mahrja, agora,considere a identidade do Senhor iva como uma personalidadetranscendental separada de seu posto.s vezes snior vaiavas expressam um reconhecimento sincero pelonovato, inspirando ele ou ela no caminho da devoo. O Vaiava podedizer: Oh, voc trabalha to duro e ganha dinheiro, e com esse dinheirovoc me sustenta e me abriga. Eu no tenho recursos algum. Eu no faonada alm de vir e visitar por um curto tempo, comendo e dormindo as suascustas. Eu no seria capaz de falar as glrias do Senhor Ka nesse festivalse voc no estivesse organizado e administrado todas as atividades aqui,ento voc superior a mim.

    Por sincera humildade, gratido e afeio, almas liberadas falam dessamaneira agradvel, e ao mesmo tempo eles esto fixos na realizao de queesto sempre sendo pessoalmente mantidos pelo Senhor Supremo. O sniorVaiava tem em mente o benefcio pessoal do discpulo.

    Entretanto, o Senhor iva no estava falando para o beneficio de PrahldaMahrja, mas para ensinar aos aspirantes a devotos a respeito dos estgios

    da devoo. Seu desejo era facilitar o servio de r Nrada Muni e rlaSantana Gosvm (10), cuja misso mostrar ao mundo os diferentesgraus de devoo e estabelecer as glrias do amor das gops como metafinal. Tentem compreender todas essas verdades, e busquem gradualmentetornar-se firmemente situados em bhakti.

    Imagine que voc est num mercado que tm milhares de variedades delojas. Em algumas dessas lojas tm artigos de ferro, em outras de ouro, emalgumas tm jias, e em outras tm cintmai (pedras que realizamdesejos). Um especialista est lhe guiando por todas as lojas, mostrando

    vrios produtos e revelando qual superior.

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    Se houver 100 kg de ferro e uma pequena quantia de ouro, o ouro temmais valor. Por outro lado, uma quantidade maior de ouro no compensaro valor de uma Kaustubha-mani ou uma pedra preciosa semelhante.Milhes de tais pedras preciosas no podem ser comparadas com uma

    pequena quantidade de cintmai, e at mesmo milhes de pedrascintmai no podem ser comparadas com um nome sagrado do SenhorKa.

    Agora suponha que algum esteja cantando somente o nome do SenhorKa, e outro esteja absorto no nome de Rdh-Ramaa. O nome Rdh-Ramaa, significando r Ka, o desfrutador de passatempos com rmatRdhr, tem mais gosto transcendental (rasa) do que s o nome Ka.A pessoa absorta nesse nome sagrado, ir ento experimentar um prazertranscendental ainda maior.

    Em relao analogia das lojas no mercado, aquele especialista lhe diz:Essa loja boa, aquela loja melhor, e esta a melhor de todas.Similarmente, em seu r Bhad-bhgavatmta, rla Santana Gosvm,estabelece as gradaes de excelncia de vrios devotos e suas respectivasdevoes, para ajudar seus leitores a determinar seu caminho espiritual.

    A histria de Nrada Muni vindo morada do Senhor iva eglorificando-o, foi primeiramente narrada nesse r Bhad-bhgavatmta.Como rla Santana Gosvm, Nrada como aquele especialista descritoacima. Ele desejou estabelecer bhakti pura no mundo e, portanto, assumiu opapel de buscar o melhor devoto e beneficirio da misericrdia do SenhorKa. Sua busca o levou primeiro a loja do brhmaa em Prayga, edepois quela ao sul da ndia, na loja de um rei. Ento ele viajou para oscus, onde entrou na loja do Rei Indra, e Indra o mandou para a loja doSenhor Brahm. Brahm o mandou para o Senhor iva, e agora o Senhoriva o est mandando para Prahlda Mahrja. Gradualmente, r Nradanos trar para as maiores beneficiadas da misericrdia de Ka, as gops.Na forma de Gopvara, o Senhor iva o amado servo e associado dasGops.

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    Captulo 3

    Trs reflexes

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    Htrs reflexes (vicras) pelas quais podemos entender a relao entreo Senhor Ka e o Senhor iva. Uma chamada tattva-gata-vicra A

    reflexo da relao entre eles estabelecendo a verdade filosfica. Aoutra chamada aivarya-gata-vicra a reflexo da relao entre elesnos passatempos de majestade do Senhor Supremo, e o terceiro naravat-gata-vicra - a reflexo da relao entre eles nos docespassatempos do Senhor Supremo como ser - humano.De acordo com as verdades filosficas (tattva), a parte plenria de Ka Sadiva, e a manifestao parcial de Sadiva o Senhor iva. Pelaperspectiva dos passatempos do Senhor Ka em opulncia e majestade(aivarya), o Senhor Ka a deidade adorvel de iva, que sempre

    amado, honrado e respeitado por ele. De qualquer forma, em naravat-gata-vicra, Ka realiza outro papel aquele de um ser humanocomum. Ele realiza passatempos como um pequeno bebe que no podefazer nada sozinho. Sua me, rmat Yaod Dev, o alimenta e oatende em todas as suas necessidades. Durante esses passatempos comoser humano, o Senhor iva pode vir e dar a Ele Bnos. Nas escrituraschamadas os Puras est declarado que quando Ka residiu emDvrak ele adorou iva para gerar um filho no ventre de sua esposaJmbavat. Embora iva seja adorado por Ka nesses passatempos, ele

    nunca pensa que ele prprio superior. Ele est sempre consciente deque Ka a Suprema Personalidade de Deus e que ele um eternoservo de Ka. essencial ter um entendimento claro dessas verdades. Aquele quecompreende essas trs perspectivas ou reflexes pode entender a relaoentre o Senhor iva e seu Senhor.

    Verdade estabelecida

    De acordo com o princpio da verdade filosfica, o Senhor iva umamanifestao parcial de uma expanso completa de Ka, Sadiva.Quando Ka tem o desejo de criar, ele se expande como Mah-Sakaraa, e possuindo esse desejo criativo, Sakaraa se expandecomo Mah-Viu (Kraodakay Viu). Mah-viu ento tem odesejo de criar, e o seu desejo toma a forma de uma luz que emana deentre suas sobrancelhas. A sombra ou o reflexo fraco dessa luz chamado ambhu-liga (iva). Muitas pessoas adoram o Senhor iva naforma de ambhu-liga. A luz por si prpria eterna e no ambhu-liga; ambhu-liga sua imagem ou sombra.

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    H tambm uma outra imagem chamada Yoni, e essa a sombra deRam-dev. Ram-dev a potncia espiritual de Mah-Viu, e emVaikuha ela a amada esposa do Senhor Nryaa, Lakm-dev. Essa sua forma transcendental original, e sua sombra a potncia limitada

    de concepo Yoni.Mah-Viu tem dois tipos de potncia, com as quais ele cria osplanetas materiais. Um tipo de potncia chamada nimitta a causainstrumento da criao, e a outra chamada updna causaingrediente. As causas Instrumento e ingrediente podem ser explicadasdessa maneira: Suponha que eu diga: Eu matei uma cobra com umavara. A pessoa que desejou e que realizou a atividade a causainstrumento (nimitta), e a vara a causa ingrediente (updna). Emoutro exemplo, um ceramista faz um pote. O desejo ou a vontade doceramista de fazer o pote a causa instrumento. A soma total de todosos instrumentos usados para cri-lo, como o disco, o barro, a argila e agua, so a causa ingrediente.A potncia instrumental eterna de Mah-Viu, tem sua forma refletidacomo Yoni, asombra limitada da potncia, e a causa ingrediente assumea forma de ambhu-liga. A criao ento acontece pela unio deambhu-liga e sua consorte feminina, Yoni. ambhu chamado de aliga do Senhor Supremo, que significa que ele manifestaosimblica da capacidade geradora masculina do Senhor, e ele aparececom o objetivo de preparar as manifestao csmica. Essa potncia qued nascimento a criao material a energia chamada My, e suaforma interna Yoni.

    Na verdade a causa instrumento e ingrediente, originais, no so Yonie ambhu; e sim Mah-Viu. A natureza material, como Yoni, desejacriar por meio da kma-bja (semente do desejo), fecundada nela e elaportanto a causa instrumental secundria. A semente do desejo deu aela o mpeto de criar, e por esse motivo, ela chamada de causainstrumento. ambhu fornece os materiais da criao, por isso ele chamado de causa ingrediente. ambhu, o reflexo fraco do olhar divino

    e repleto de desejo do Senhor Supremo, consuma sua relao com Yoni.Porm, ele no pode fazer nada independente da energia de Mah-Viu. Mah-Viu o desejo supremo personificado e ele quepromove a unio dos dois Yoni e ambhu. Ele a pessoa divinadominante, a parte completa de Ka e o criador dos mundos materiais.Para a criao acontecer, deve existir o desejo do Agente Supremo. Eledeve estar presente. A causa instrumento e ingrediente devem sermisturadas com o desejo ou o olhar de Mah-Viu.

    A forma inicial da criao mahat-tattva, a soma total dos vinte e

    quatro elementos. (11) Essa mahat-tattva um reflexo da kma-bja,que a semente original do desejo em Goloka Vndvana. A semente do

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    desejo criativo amoroso em Goloka a corporificao da cognio pura.Ela um prottipo do desejo sexual nesse mundo material, apesar deestar localizada longe dele. A semente do desejo sexual mundano oreflexo pervertido da semente do desejo de criao original em Goloka

    Vndvana.

    Servio nos passatempos de opulncia

    As histrias narradas a seguir so exemplos de aivarya-gata-vicra, arelao do Senhor iva com Ka, sob a perspectiva da majestade deKa. Essas histrias transcendentais, reveladas no rmad-

    Bhgavatam, demonstram a dependncia do Senhor iva em Ka .Alm disso, elas revelam que quando iva d bnos para os inimigosde Ka, ele faz isso somente para ajudar nos passatempos do SenhorSupremo, que so realizados para o benefcio de todos os seres.

    A dependncia de iva

    O rmad-Bhgavatam conta sobre um demnio chamado Vksura,que desejando desfrutar da esposa de iva, Prvat, realizou austeridadesseveras para agradar o Senhor iva.Quando o Senhor iva apareceupara conceder a beno, Vksura expressou seu desejo. Ele queria abeno de que quando tocasse na cabea de algum, ela imediatamentese despedaaria e a pessoa morreria.O Senhor iva concedeu essa beno, e Vksura imediatamenteapressou-se para us-la contra iva.iva perguntou: O que voc est fazendo? ele respondeu: Agoraestou aplicando minha beno. Ele no disse eu quero Prvat. Elesimplesmente olhou para Prvat e ento correu atrs do Senhor iva.Temeroso, iva saiu correndo, e Vksura imediatamente correu atrsdele. O Senhor iva estava vestido numa pele de cervo, que caiu, eento seu tambor damaru tambm caiu. Ele continuou correndo, e

    lembrou-se de seu Senhor. Quem era esse Senhor de quem ele selembrou? Era r Ka. Isso aivarya-gata-vicra.O Senhor iva correu da terra para o cu, e do cu para outros planetas,at que ele alcanou o limite do universo, mas Vksura continuouperseguindo ele. As deidades predominantes dos planetas superiores,tais como Brahm, Indra e Candra, no foram capazes de salv-lo desseperigo iminente, e finalmente ele se aproximou da encarnao de Ka,O Senhor Viu em vetadvpa.Para proteger seu devoto, o Senhor Viu apareceu como um

    brahmacrperfeito, e o brilho que emanava de seu corpo era atrativopara ambos, iva e o demnio. Depois de parar Vksura, oferecendo

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    reverncias a ele, e conseguindo sua ateno, falando palavras doces eque o acalmavam, o Senhor Viu perguntou: Por que voc estcorrendo atrs de iva?Vksura respondeu: Ele me deu uma beno de que quando eu colocar

    minhas mos na cabea de algum, imediatamente ela se despedaaria.Agora eu irei usar essa beno nele.O Senhor Viu vestido como um brahmacr disse: Voc muitotolo, voc acredita nas bnos deste homem, que fuma gaj, usa todosos tipos de intoxicao e mora nos crematrios? Voc acredita que eletem autorizao e poder suficiente para dar bnos? Suas bnos semostraro inteis. Ele s est lhe enganando. Voc est correndo atrsdele, mas no fim, voc ir ver que suas bnos no tm efeitos. Tenteem voc mesmo; ponha sua mo em sua cabea. Voc ver que nadaacontecer.Vksura concordou: Sim, eu vou experimentar.Dessa maneira, pelas doces palavras do Senhor Viu e pela expansode sua energia ilusria, o demnio ficou confuso. Ele se esqueceu dopoder do Senhor iva e de sua beno. Ento, ele colocou sua mo emsua prpria cabea, e ela imediatamente se despedaou e ele morreu.Esse passatempo a prova de que o Senhor iva no independente;sua deidade adorvel o Senhor Ka.(12)

    O benfeitor de iva

    Todos os passatempos realizados por iva tm a inteno de ensinar atodos sobre a supremacia de r Ka, e inspirar a todos a servi-Lo ebuscar abrigo nEle. A histria a seguir um outro exemplo disto.Certa vez os semideuses lutaram com os demnios e os derrotaram. Osdemnios, ento, recorreram ao lder deles, My Dnava, que preparoupara eles trs residncias msticas em forma de aeronaves. Os demniosento comearam a conquistar todos os sistemas planetrios.Desde ento, quando comearam a destruir os sistemas planetrios

    superiores, os regentes daqueles planetas foram at o Senhor iva, serenderam diante dele, e disseram: Querido Senhor, ns, os semideuses,estamos quase sendo derrotados. Ns somos seus seguidores. Por favor,salve-nos.O Senhor iva os acalmou e disse: No tenham medo. Ele fixou seuarco e flechas e as disparou em direo as trs residncias ocupadas pordemnios, e todos eles foram mortos. O grande mstico My Dnava,ento mergulhou todos os corpos dos demnios numa fonte nectria queele prprio tinha criado, fazendo os demnios voltarem a viver e

    tornando-os praticamente invencveis.

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    iva ficou muito preocupado. Vendo isso, o Senhor Ka na forma doSenhor Viu, pensava como poderia ajudar iva a destruir osdemnios. O Senhor Viu tornou-se uma vaca e o Senhor Brahm umbezerro, eles entraram na residncia e beberam todo o nctar da fonte.

    Ento, por Sua potncia pessoal de religio, sabedoria, renncia,opulncia, austeridade, educao e assim por diante, Ka equipou oSenhor iva com tudo o que ele precisava para a batalha. Ele manifestouuma carruagem, um cocheiro, uma bandeira, cavalos, elefantes, umarco, um escudo e flechas, e o Senhor iva sentou na carruagem paralutar. Ele destruiu as trs residncias dos demnios e os habitantes dosplanetas superiores glorificaram-no e o adoraram, e ele ficou conhecidocomo Tripurri, o aniquilador das trs moradas dos demnios.Portanto, no tenha medo. Ka lhe salvar se voc se render a Ele. Eleprprio prometeu isso no Bhagavad-gt. Se voc lhe entregar todassuas responsabilidades na vida no s sua subsistncia, mas suainteligncia, seus sentidos e todas as suas posses Ele ter muitocuidado e responsabilidade por voc. No tenha medo. Nenhum tipo desofrimento ou tristezas sero capazes de atingi-lo. Alm disso, voc sercapaz de entrar no reino de bhakti e ser feliz para sempre.

    A deidade adorvel de iva

    Uma outra evidncia da relao do Senhor iva com Ka, nospassatempos majestosos do Senhor Supremo, encontrada na histriade Aniruddha. Aniruddha o neto do Senhor Ka, e ele queria casar-se com a filha de Bsura, uma pessoa demonaca, que era um devotofiel do Senhor iva. Pelas bnos do Senhor iva, Bsura tinha milbraos, com os quais servia o Senhor iva. Ele ajudava na famosa danade iva tocando tambores ritmicamente com seus mil braos, e assim,ele recebeu a beno de proteo contra seus inimigos.Ka, foi informado por r Nrada que Bsura e seu exrcito tinhamlutado com Aniruddha e prendido ele por ter tido relaes ntimas com a

    filha de Bsura, . Assim, com o objetivo de salvar Aniruddha, elechamou Seu prprio exrcito, a dinastia dos Yadus, e avanou para acidade de Bsura. Quando Bsura viu o exrcito do Senhor Ka,ele imediatamente ordenou seus homens a lutar.O Senhor iva chegou naquele momento, mas ao invs de orar para seuSenhor, ele aparentemente tomou o lado de seu prprio devoto,Bsura. Ele pessoalmente comeou a lutar com Ka comocomandante e chefe de Bsura. Ele atirou vrias armas em Ka,incluindo sua Pupata-astra e sua arma suprema, a iva-jvara, mas

    todas elas falharam.

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    Durante a batalha, Bsura atirou suas armas em Ka com seus milbraos. Ento Ka cortou seus braos com sua Sudarana-cakra,deixando-o somente com quatro. Finalmente o Senhor iva, percebendoque era incapaz de salvar seu devoto, se rendeu ao Senhor Ka e Lhe

    ofereceu suas sinceras oraes. (13)Depois de ouvir as oraes de iva, o Senhor Ka lhe disse quedevido a Bsura ser o filho de Bali Mahrja e o bisneto de PrahldaMahrja, e por que ele era favorecido pelo prprio Senhor iva, Eleno iria apenas poupar a vida de Bsura, mas iria lhe darimortalidade.

    iva busca abrigo

    De acordo com o rmad-Bhgavatam e Skanda Pura, quando Kamorou em Dvrak, Ele frequentemente assumia sua forma deVsudeva com quatro braos. De fato, Ele era famoso por isso. Naquelapoca, havia um rei chamado Pauraka, que tinha colocado dois braosartificiais em seu corpo e declarado: Ka no o verdadeiroVsudeva de quatro braos, eu sou esse Vsudeva.Ele mandou um mensageiro para r Ka declarando: Pare de dizerque voc Vsudeva de quatro braos. Eu que sou. Depois de rKa e sua famlia real rirem um pouco, o Senhor mandou umaresposta para o desafio e se preparou para lutar.O Rei de K era um devoto fiel ao Senhor iva e ele adotou o lado dePauraka Vsudeva. Ele anteriormente tinha recebido uma bno doSenhor iva, para ser capaz de derrotar Ka num combate, mas nessabatalha ele no foi somente derrotado, mas morto. Com a ajuda de suaSudarana cakra, r Ka matou Pauraka, e com suas flechas elematou o rei de K. Tendo decepado a cabea do rei, ele ento a jogouna cidade de K.O rei tinha um filho, chamado Sudakia, que estava determinado emvingar-se da morte de seu pai. Sudakia adorou o senhor de K,

    Vivantha O Senhor iva que o instruiu a praticar um ritualcerimonial especial, que invoca um demnio de fogo com o propsitode matar o inimigo de algum. O Senhor iva tambm permitiu que seuscompanheiros fantasmagricos acompanhassem o demnio de fogo, eento Dvrak foi atacada.Ka chamou por sua Sudarana cakra, que paralizou o demnio eforou-o a retornar para K e destruir seus criadores. Alm disso,seguindo atrs do demnio a Sudarana cakra queimou a cidade inteiradeixando-a em cinzas.

    Naquela hora at mesmo o Senhor iva teve que deixar a cidade. Ondesua pele de cervo cara, ele no sabia. Ele tambm deixou pra trs seu

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    tridente e tudo mais, incluindo sua esposa, e rapidamente escapou. Elechegou a um lugar em Navadvpa(14) chamado Harihara-ketra, e l elebuscou abrigo em r Caitanya Mahprabhu.(13) De Navadvpa ele foi aEkmra-knana (conhecida como Bhuvanevara) perto de Pur, em

    Orissa, onde buscou abrigo de r Ka na forma do SenhorJaganntha. Esse passatempo aivarya-gata-vicra, e ele tambmrevela que a deidade adorvel do Senhor iva r CaitanyaMahprabhu, ou r Ka.

    Servios em passatempos como ser humano

    A adorao do Senhor Rma ao Senhor iva um exemplo denaravata-gata-vicra um doce passatempo como ser humano. Como

    declarado anteriormente, Rma representou o papel de um ser-humanocomun, que tinha que executar a difcil tarefa de atravessar o oceanopara chegar a Lak, assim, ele adorou o Senhor iva para obter essepoder.O Senhor Rma estabeleceu uma liga de Rmevara Mahdeva ecomeou a ador-lo, pensando: Pela misericrdia de iva euatravessarei o mar. Na verdade ele era poderoso o suficiente paraatravessar o oceano em um segundo, mas ele estava executando umpapel para inspirar as pessoas comuns. As pessoas comunsconsideravam que Rmevara Mahdeva era de fato o Senhor de Rma,e por isso seu nome era Rmevara. Os semideuses ento apareceram edeclararam, Rmevara Mahdeva e Rma so ambos os mesmos. Noexiste diferena entre eles. Ambos so vara; ambos so Deus, oSenhor Supremo. Pessoas comuns pensam que Rmevara o Senhor deRma, mas elas no so inteligentes. Isso no verdade. Naquelemomento o Senhor iva se manifestou da liga e disse: No! Tentementender esta verdade. Rmevara significa, aquele que, o Senhor Rma! Rma o meu Senhor!Os passatempos do Senhor Rma so encontrados no Rmyaa,

    rmad-Bhgavatam, Os Puras e Rma-carita-mnasa, e elesacontecem numa era passada, chamada Tetr-yuga. O demonaco reiRvana, seqestrou a esposa de Rma, St Dev, e a levou para Lak.Antes de Rma descobrir para onde St tinha sido levada, ele estavachorando profundamente, e Lakmaa estava tentando consol-Lo. Pormais que Lakmaa tentasse acalm-Lo, mais amargamente ele chorava.Nesse estado mental, ele estava suplicando s rvores e criaturas dafloresta, e at mesmo o rio Godvar. Ele apelou para as rvores dafloresta Panjtavi: Panjtavi, voc viu St? Para onde ela foi?

    cervo, voc viu St? Godvar, voc viu minha querida St? Por que

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    ela me deixou? O Senhor Rma ficou enlouquecido por tristezainconsolvel.Nesse momento o Senhor iva e sua esposa Sat vieram para a florestade Daakraya, onde o Senhor Rma esteve vivendo com St e seu

    irmo Lakmaa por quatorze anos, seguindo a ordem de Seu pai, o ReiDaaratha. iva estava assim presente para testemunhar os passatemposdivinos do Senhor Rma, e vendo-os, ele estava comovido; seu coraoderretido. Ele ofereceu completas reverncias, com todas as partes deseu corpo tocando o cho, e glorificando Rma: ! Esses passatemposso to belos e maravilhosos que eles derretero o corao de qualquerpessoa que os vejam. Ento, ele circungirou os limites externosdaquela rea, chorando devido as emoes transcendentais de tristezaem separao exibida nos passatempos de seu Senhor.Oferecendo seus respeitos finais, iva estava pronto para regressar Kailsa, quando Sat perguntou a ele: Meu querido esposo, para quemvoc est prestando reverncias? o Senhor iva respondeu: r Rma minha deidade adorvel. Eu o adoro sempre. Sat disse: Eu vejoRma como um homem comum, chorando por sua esposa. At mesmoeu sei onde St est, mas Ele no sabe? Por que ele est sofrendo? Pramim ele parece ser uma pessoa fraca. Ele no forte o suficiente paratrazer St de Volta? Ele deve ser um homem comun, no Deus. Ento,por que voc o est honrando-O? .Voc ignorante. O Senhor iva disse a sua esposa duvidosa: Vocno entende que Rma a Suprema Personalidade de Deus. Ele disse aela que se no acreditasse nele ela poderia fazer algum tipo de teste,para descobrir a posio de Rma.O Senhor iva descansou debaixo de uma figueira-de-bengala, a umapequena distncia, e Sat, com seus poderes msticos, tomou a forma deSt. Ela foi para o local onde r Rma estava procurando por St numestado lamentvel. Ela pensou que se aparecesse em frente de Rmacomo St, ele viria e a abraaria num alegre alvio, acreditando queteria encontrado sua esposa. Mas apesar de ela ter aparecido diante dEle

    vrias vezes, ele a ignorou todas s vezes. Ele simplesmente olhavalonge. Finalmente ele disse a ela, Me, por que voc est vagandosozinha aqui na floresta? Onde est seu esposo, iva?Sat ficou surpreendida e com medo, e perguntava a si mesma, comoRma sabia quem ela realmente era. Ela ajoelhou-se em reverncia, enaquela hora ela no via mais as rvores, plantas, e animais selvagensna floresta como antes. Ela via St e Rma em todos os lugares e emtudo. Onde quer que ela olhasse na floresta aqui, l, em toda parte ela via somente St- Rma, St-Rma, St-Rma.

    Dessa maneira, r Rma mostrou a Sat que Ele e St so eternamenteinseparveis, que ele estava realizando esse passatempo dramtico

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    apenas para cativar a mente dos seres humanos com essa lembrana, eque ele , de fato, a Suprema Personalidade de Deus. Ela refletiu: Meuesposo nunca se engana. Ele estava certo e eu estava errada.Levantando-se, ela viu que Rma ainda estava l, sozinho na floresta

    com Lakmaa, chorando: St, onde voc est, onde voc est?Ento, reassumindo sua prpria forma, ela retornou ao local onde oSenhor iva estava esperando, debaixo de uma figueira-de-bengala. Eleperguntou a ela: Voc testou Rma para ver quem ele ?Sat mentiu: Meu respeitoso marido, eu acredito em voc; ento notive necessidade de test-Lo.O Senhor iva viu em um transe o que tinha realmente acontecido esilenciosamente prometeu: Sat assumiu a forma de St, minha me;ento, ela no ser mais minha esposa. Agora ela ser minha me, e apartir de agora eu vou trat-la como tal.Quando ele fez esse voto, os semideuses imediatamente derramaramflores doscu, e elogiaram-no: Voc fez um excelente voto.Sat perguntou: Qual voto voc fez? iva permaneceu em silncio.O discpulo genuno sempre tem f em seu guru auto-realizado. OSenhor iva era o Guru de Sat, mas ela no acreditou nele quando eledisse que Rma era a Suprema personalidade de Deus. Se um discpulono obedece seu gurudeva , sua bhakti e vida espiritual iro diminuir.Se um discpulo mente para seu gurudeva, ele ir para o inferno.Quando o Senhor iva e Sat-dev, retornaram para sua pequena cabanaem Kailsa, iva colocou o assento dela de frente ao dele. Na culturavdica a mulher senta-se ao lado esquerdo do marido e a me, respeitadacomo guru, senta-se em frente de seu filho, olhando pra ele.Um discpulo no presta reverncias a seu gurudeva pelo lado esquerdoou direito do guru, mas sempre de frente pra ele. O verdadeiro discpulono permanece em silencio, mas respeitosamente faz perguntasrelevantes ao seu guru auto-realizado e o serve. Ele no faz perguntasnum humor desafiador, mas especialmente para aprender. Isso estdeclarado no Bhagavad-gt (4.34):

    tad viddhi praiptenaparipranena sevay

    upadekyanti te jnajninas tattva-darina

    Tente aprender a verdade aproximando-se de um mestreespiritual. Indagando submissamente e prestando servios a ele.As almas auto-realizadas podem lhe dar conhecimento porque

    elas vem a verdade.

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    O Senhor iva entrou em transe por vrios milhares de anos, e Satsentiu uma profunda saudade dele. Ela pensou: iva me deixou. Eleest tratando-me como sua me porque eu tomei a forma de St.Enquanto eu estiver nesse corpo ele no me aceitar como sendo sua

    esposa, ento eu terei que abandonar esse corpo.Depois de algum tempo, o pai de Sat, Daka, o filho do SenhorBrahm, o grande criador do universo, comeou um sacrifcio. Apesarde todo sacrifcio ter a inteno de satisfazer o Senhor Supremo Viu,todos os semideuses, especialmente o Senhor Brahm, o Senhor iva eoutros semideuses principais, so convidados e participam. De qualquerforma, o Senhor iva no foi convidado para o sacrifcio de Daka.A casta Sat ouviu os habitantes celestiais, que estavam voando pelocu, falando sobre o grande sacrifcio que estava sendo realizado porseu pai. Ela viu que as esposas dos habitantes celestiais, usando roupasfinas, estavam vindo de todas as direes e estavam indo para osacrifcio. Ela aproximou-se de seu marido e disse: Meu queridoSenhor, seu sogro est agora realizando um grande sacrifcio. Todos ossemideuses convidados por ele esto indo. Se voc deseja, ns tambmpodemos ir.O Senhor iva a advertiu para no ir, devido inimizade e a inveja paracom ele - uma inimizade que comeara muito antes, numa era anterior.O Senhor iva lembrou-se das palavras cruis ditas por seu sogronaquele dia. iva tinha ido ao conselho de Daka, onde Daka estavasendo honrado por muitos lderes do universo. A filha de Daka estavacasada com o Senhor iva, ento ele considerava iva como sendo seufilho. Ele ofereceu reverencias a Brahm pois Brahm era seu pai, masele no mostrou nenhum respeito por iva. O Senhor Brahm deu boasvindas a Daka, mas iva estava absorto em meditao e cantando omaha-mantra: Hare Ka Hare Ka Ka Ka Hare Hare, HareRma Hare Rma Rma Rma Hare Hare.Insultado pela aparente negligncia e considerando-se superior a iva,Daka publicamente o criticou. Vrios incidentes aconteceram como

    resultado disso, e iva retornou a Kailsa. Antes disso, Daka tinhacriticado iva, estando perturbado que sua filha tivesse se casado comtal pessoa inferior, mas depois desse incidente, ele considerava ivaseu inimigo. O Senhor iva, por outro lado, nunca sentiu inimizade porDaka.Agora o Senhor iva disse a Sat: Uma mulher pode ir sem serconvidada para ver seu guru ou seu pai e me, mas se seu pai acha queseu marido um inimigo, ento ela no deve ir v-lo. Voc sabe que seupai pensa que eu sou inimigo dele, embora eu nunca o considerei como

    tal.

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    A despeito das palavras de seu esposo, Sat estava determinada a ir. Elafoi, mas quando chegou, viu Daka desonrando iva. Ela iradamentecondenou seu pai e glorificou o Senhor iva em frente de todos ospresentes. Ento, enquanto meditava nos ps de ltus do Senhor iva,

    ela abandonou seu corpo em um fogo mstico que manifestara de seucorao.Abandonando seu corpo, Sat foi capaz de desconectar-se de seu paiofensivo e transferir-se para um outro corpo e se associar com o Senhoriva sem aquela contaminao. Entretanto, seu motivo principal eraficar livre dos resultados de suas prprias ofensas, e novamente seraceita como a amada esposa do Senhor iva. Em sua prxima vida elanasceu como Prvat, a filha dos Himlayas. Nesse nascimento elarealizou austeridades por muitos anos e alcanou seu objetivo desejado.Aqui ns vemos que a deidade adorvel de iva Rma, e por Sat tertomado a forma de St-dev, ele a deixou. Ele um Vaiava casto,sempre servindo o Senhor Ka e o Senhor Rma. Sat-dev tambm uma devota pura. Ela a energia divina do Senhor Supremo, mas elaestava representando um papel para dar lies s pessoas comuns.Ambos, iva e Sat serviram nos passatempos do Senhor Rma comoser humano. Na verdade Rvaa no capturou a verdadeira St. Ele noera capaz de toc-la. Ele poderia pegar somente a my-St. Averdadeira St, a energia transcendental de Rma, foi levada pra longee protegida pelo deus do fogo, Agnideva. O choro e as perguntas deRma a cada planta, animal, rvore, montanha e rio, Onde est minhaSt? era uma exibio de seu passatempo como ser humano.O grande santo Tulsdsa escreveu em seu r Rma-carita-mnasa, quens devemos aceitar r iva-Prvat como nosso Guru, e eles nos daroamor pelos ps de ltus de Rma. Aqueles que adoram iva como umSenhor independente, so como Vksura. Eles querem satisfazer seussentidos com a potncia de Ka. Ao invs de nos tornar-mosVksura, ns devemos nos tornar devotos, e considerar iva-Prvatcomo nosso Guru no que se relaciona a devoo para o Senhor

    Supremo.Considerando a identidade da deidade adorvel do Senhor iva. Omantra de iva Rma, e ele sempre canta os santos nomes de Rma. Aquem ele se refere? Embora o nome tambm se refira a St-Rma, onome que ele canta na verdade o de Mla-Sakaraa, Balarma, aprimeira expanso do Senhor Ka. r Rmacandra tambm umaexpanso de mla-Rma (o Rma original) Balarma mas de fato, adeidade adorvel do Senhor iva Balarma.Em ultima analise, no mah-mantra Hare Ka, Rma no se refere ao

    filho de Daaratha Rma, nem a Paraurma ou Balarma. O Senhor

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    Rmacandra, o Senhor Paraurma e o Senhor Balarma so todosmanifestaes de r-Rdh-ramaa.

    Hare Ka Hare Ka

    Ka Ka Hare Hare,Hare Rma Hare RmaRma Rma Hare Hare

    O significado de Rma aqui Rdh-ramaa, r Ka que se ocupaem ramaa com Rdh. Ramaa significa brincando ou se divertindo.Ka desfruta de passatempos prazerosos com Rdhr, e ele entochamado Ramaa ou Rma.

    O Senhor iva no tem luxria

    A histria a seguir um outro exemplo de naravata-gata-vicra, oumadhurya-gata-vicra. H tambm um pouco de tattva-gata-vicraaqui, no geral temos um copo cheio de madhurya(doura) e tattva (verdade filosfica) com um sabor muito bom.O Senhor iva imensamente poderoso e ele no tem luxria. Ele podeat estar nu, e sua esposa Prvat pode at estar nua em seu colo, maseles no tm desejos luxuriosos. Se uma garota qualquer e um garotoficarem perto um do outro, especialmente sem roupas, a luxriacertamente despertar em seus coraes. No entanto, esta queda noacontece nos coraes de iva e Prvat-dev em nenhumacircunstncia.Em relao a isto, um passatempo transcendental est descrito no sextoCanto do rmad-Bhgavatam. Uma vez, o Senhor iva estava dandouma palestra numa assemblia de grandes personalidades santas, Prvatestava sentada em seu colo, e ambos estavam completamente nus.Naquela hora, o rei Citraketu, um devoto elevado, veio e disse num tomamigvel: Olhe a posio em que voc est dando sua palestra.

    Prvat pensou que ele estava criticando o Senhor iva. Perturbada pelopensamento de que ningum poderia pensar que o Senhor iva temdesejos luxuriosos em seu corao, ela o amaldioou.O rei Citraketu estava em termos amigveis com o Senhor iva, e pelomotivo deles terem o mesmo guru, Mla-Sakaraa, ele e iva eramirmos espirituais. Ele nunca quis dizer que luxria estava no corao deiva. Ele estava simplesmente dizendo que esse no o padro corretode se dar uma palestra.O Senhor iva castigouPrvat: Por que voc o amaldioou? Ele um

    devoto elevado. Olhe para o avano dele em bhakti. Embora ele sejacompletamente capaz de anular sua maldio e amaldio-la numa

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    retaliao, ele com prazer aceitou sua maldio. Essa suagrandiosidade esse o comportamento de um Vaiava.A luxria no pode permanecer perto do Senhor iva. Nem o SenhorSadiva, nem a manifestao parcial de iva que fica com Prvat

    possuem luxria em seus coraes. Quando Kmadeva, o Cupido, certavez veio para perturbar a meditao do Senhor iva, o Senhor ivasimplesmente abriu seu terceiro olho e o queimou at as cinzas.Como poderia o Senhor iva estar atrado pela bela forma de MohinMrti? Mohin uma encarnao do Senhor Ka em pessoa, e Ele capaz de fazer qualquer coisa. Foi o Senhor Ka que pessoalmentecriou a atrao no corao do Senhor iva, e Ka que mostrou a eleessa forma de Mohin. Servindo os passatempos de Ka, sua energiailusria interna,yogamy, to forte que ela pode fazer qualquer coisa.

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    Captulo 4

    O guardio da morada do amor

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    Em outubro de 2001, rla Nryaa Mahrja levou um grupo deseiscentos peregrinos, incluindo mais de duzentos ocidentais, para a bela

    e sagrada cidade de Jaganntha Pur, na costa leste de Orissa. Um dosvrios lugares sagrados visitados pelos peregrinos foi o templo doSenhor iva em sua forma como Lokantha Mahdeva. Chegando nestelocal, os peregrinos passaram por entre um grande porto, que conduziaa um ptio. Do lado direito do ptio, havia um belo reservatrio de guae do lado esquerdo tinham algumas lojas vendendo doces e outros itenspara adorao.Como acontece em vrios templos indianos, o administrador do templode Lokantha Mahdeva no permitia a entrada de ocidentais. Portanto,rla Nryaa Mahrja e os devotos indianos entraram no temploenquanto os devotos ocidentais esperavam pacientemente no ptio.Depois de alguns minutos, rla Nryaa Mahrja veio de dentro dotemplo sozinho e sentou-se numa plataforma, em frente de uma daslojinhas. Ele foi imediatamente cercado pelos devotos ocidentais, queestavam ansiosos por ouvi-lo falar, e a seguir, h uma transcrio de suaconversa:

    O Senhor iva o devoto mais elevado do Supremo Senhor Ka. Elesempre serve o Senhor Ka fielmente em todas Suas encarnaes taiscomo, o Senhor Rma, o Senhor Nsiha, o Senhor Kalki e o SenhorVarha.Nesse mundo, o Senhor iva tem cinco diferentes tipos demanifestaes: terra, gua, fogo, ar e ter do qual nosso corpo, a terra

    e o universo so feitos. Ele tambm qualificado para aparecerpessoalmente em formas compostas por esses cinco elementos, paraservir seu mestre.Vocs no tm capacidade de enxergar nada alm desses cincoelementos, vocs no podem enxergar a alma, que o seu verdadeiroeu. Se vocs desenvolverem bhakti, devoo amorosa pura a SriKa, conseqentemente podero v-Lo; e por sua misericrdia,podero enxergar sua prpria alma.Ns entramos no templo, e s o que vimos foi uma sala cheia de gua,

    portanto, no tnhamos necessidade de entrar. Vocs so afortunados deestarem aqui fora nesse grande reservatrio de gua, chamado Gaur-

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    kunda, que um smbolo do Senhor iva. Vocs podem tocar nessereservatrio de gua, fazer camana, podem oferecer reverncias. NaBengala e em outros lugares tambm existem ambu-ligas (ligas degua), e iva adorado nesta forma.

    Os devotos indianos so afortunados de verem a deidade e oferecer arati(adorar), enquanto os devotos ocidentais no tm permisso de entrar notemplo. Por causa disso, os devotos ocidentais tm a oportunidade de vira Lokantha Mahdeva com um sentimento de grande humildade pensando serem muito baixos e cados. De fato, se vocs vierem comesse sentimento, vocs so at mesmo mais afortunados do que aquelesdevotos que podem entrar. Se vocs esto aqui fora chorando porLokantha Gopvara Mahdeva orando: Por favor, sejamisericordioso comigo, ele vir primeiro a vocs e conceder algumasgotas de sua misericrdia. O Senhor iva uma manifestao do SenhorKa, e como tal, ele est sempre faminto por amor e afeio. Se vocsesto chorando e pensando: Ns somos muito desafortunados, oSenhor Ka vir pessoalmente a vocs. Ele muito misericordioso,ento, no se preocupem se vocs no puderem entrar. Vocs so muitoafortunados.Onde quer que Ka resida, Sadiva Viu est sempre presente. EmMathur, e em todos os outros templos de Ka, ou qualquer deidadede Viu, Sadiva como Lokantha ou Gopvara Mahdeva estarpresente para servir a morada do Senhor Supremo. iva serve Kaem todos os lugares; ele est sempre em Kailsa, sempre em K, esempre em Bhubanevara. Com nossa viso material externa, parece queele deixa um lugar e vai para outro, mas essa no verdadeira realidade.Em seus passatempos ele ia de Kailsa para K. Enquanto em K eleajudava o rei atesta Kirja e o amigo do rei Pauraka Vsudeva, queartificialmente ficou com quatro braos e desafiou o Senhor Ka. Nabatalha, o Senhor Ka decepou as cabeas de ambos, PaurakaVsudeva e o rei de K, que se considerava um dos melhores servosdo Senhor iva. O mestre do rei, entretanto, no pde salv-lo quando a

    Sudarana cakra de Ka queimou toda a cidade.Vendo sua cidade em chamas, o Senhor iva se foi. Depois de algumtempo ele chegou a Ekmra-knana em Bhubanevara e tomou abrigodo Senhor Jaganntha. O Senhor Jaganntha disse a ele: Nunca tenhamedo. Por voc ter tomado abrigo em mim, eu lhe darei o posto deLokantha, o protetor da minha morada. Se qualquer pessoa vier a esselocal sagrado e receber minha associao transcendental, sem receber asua, sua vinda aqui no ter sido completa. Ele deve ir ao seu localdepois de me visitar, e s assim ele ter completado sua misso e se

    tornar feliz.

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    O Senhor iva extremamente bondoso por natureza, e ele a moradado amor. A respeito disso, rla Vivantha Cakravart hkuraescreveu em ( Sakalpa-kalpadruma 103 ):

    vndvanvani-pate! jaya soma soma-maule

    sanaka-sanandana-santana-nradeya

    gopvara! vraja-vilsi-yugghri-padme

    prema prayaccha nirupdhi namo namas te

    (Sakalpa-kalpadruma 103)

    guardio de Vndvana! Soma, todas as glrias avoc! voc que tem a testa decorada com a lua, e que adorado pelos sbios encabeados por Sanaka, Sanandana,Santana e Nrada! Gopvara! Desejando que meconceda prema aos ps de ltus de r r Rdh-Mdhava,que executam alegres passatempos em Vraja-dhma, euofereo reverncias a voc repetidamente.

    Ns oramos: Senhor iva, at mesmo grandes personalidades comor Nrada Muni e os quatro Kumras o adoram. Voc pode dar amor eafeio como o das gops. Em sua forma mais pura como GopvaraMahdeva, voc muito poderoso. Voc hari-hara-eka-tm, quesignifica que Ka se tornou sua tm e voc tornou-se a tm dEle.Aqui, tm significa o mais querido ou muito amado, portanto, o SenhorKa e iva no ntimo so um s. O Senhor iva serve o SenhorSupremo como Hanuman, como Bhma, como Madhvcrya, como

    Advaita crya na poca de r Caitanya Mahprabhu, e em vriasoutras formas.Ns viemos aqui para implorar pela misericrdia de Lokantha, maspessoalmente eu no vejo Lokantha aqui. Eu vejo GopvaraMahdeva, de quem Lokantha uma expanso.Por favor, repitam comigo: (rla Nryaa Mahrja expressou cadameia linha do verso em snscrito, mencionado acima, e os peregrinos

    presentes respondiam em harmonia. Ento ele dividiu com eles osprofundos e ntimos significados:).

    Ns oramos: Gopvara Mahdeva, ns viemos a voc. Aqui o seunome outro. Voc se manifestou como Lokantha, mas ns no o

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    conhecemos como Lokantha. Ns s o conhecemos como GopvaraMahdeva. Voc no pode nos enganar se escondendo. Voc podeenganar demnios como Rvaa, Kasa, Jarsandha, e outros, masvoc no pode nunca nos enganar. Isto porque tomamos abrigo de

    Yogamy Purams. Se voc nos enganar, ns teremos que reclamarcom Purams, e ela ir castig-lo. Voc se lembra quando todas asgops te deram tantos tapas que suas bochechas ficaram inchadas?Gentilmente lembre-se disso.(ver na pgina? A nota 3 no p da pgina)Satisfeito com amor expressado nessa orao, o Senhor iva aparecerem sua forma de Gopvara Mahdeva. Ele poder ajudar, e ficar felizem conceder misericrdia.

    Lokantha Mahdeva k jaya!r r Gopvara Mahdeva k jaya!

    Kmevara Mahdeva k jaya!Nandvara Mahdeva k jaya!Cakalevara Mahdeva k jaya!

    Prvat-pati k jaya!ri r akara k jaya!

    Hara Hara Hara Hara Mahdeva k jaya!

    Eu dividi algo especial com voc. Como vocs esto sentados aqui forae sentindo separao do Senhor iva, ele certamente respingarmisericrdia em vocs.

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    Gopvara Mahdeva em r Rpa-Santana Gauya Maha

    Vndvana, U.P. ndia

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    Bnos de todo corao.

    Por compaixo por todas asalmas, rla Nryaa Mahrjaapareceu nesse mundo em 1921,na provncia de Bihar, perto doSagrado Rio Ganges. Eleprimeiramente ensinou a filosofiaVaiava por toda a ndia, e entocomeou a viajar extensivamenteem 1996. Hoje em dia, seus

    discursos nutrem os coraes deouvintes em todo o mundo,mantendo suas vidas diariamentecom uma contnua corrente deinspirao.

    rla Nryaa Mahrja preservaa integridade inerente dasmaiores contribuies literriasda ndia para o mundo. Como ummestre erudito, ele escreveu

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    tradues em Hindi ecomentrios de mais de trintavolumes das escrituras Vdicasclssicas, originalmente escritas

    em Snscrito e Bengali. Ento,sob sua guia, seus seguidorestraduziram seu trabalho para oingls e outras lnguas.

    Reconhecido internacionalmentepor lderes seculares e religiosos,rla Nryaa Mahrja ummembro da Chama da pazuniversal, por seu servioabnegado para a humanidade esua contribuio para o avano daconscincia de Deus. Ele tambm um lder na restauraodos marcos da herana cultural nandia. Sua profunda afeio, otorna muito querido por seusmuitos amigos e alunos, cujasvidas foram transformadas porreceberem suas Bnos decorao.