tcc arthur v2

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5/21/2018 TCCArthurV2-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/tcc-arthur-v2 1/66  Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - Campus Formiga Curso de Engenharia Elétrica UTILIZAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA COMO UMA AÇÃO DE CONTROLE EM SISTEMAS COM BAIXA MARGEM DE REATIVOS NA CURVA QV  Arthur Moura Camargos de Freitas Formiga - MG Julho - 2014

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  • 5/21/2018 TCC Arthur V2

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    Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia

    de Minas Gerais - Campus Formiga

    Curso de Engenharia Eltrica

    UTILIZAO DE ENERGIA ELICA COMO UMA AO DE CONTROLE EM

    SISTEMAS COM BAIXA MARGEM DE REATIVOS NA CURVA QV

    Arthur Moura Camargos de Freitas

    Formiga - MG

    Julho - 2014

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    Arthur Moura Camargos de Freitas

    UTILIZAO DE ENERGIA ELICA COMO UMA AO DE CONTROLE EM

    SISTEMAS COM BAIXA MARGEM DE REATIVOS NA CURVA QV

    Monografia apresentada ao Instituto Federal

    de Educao, Cincia e Tecnologia de Minas

    Gerais Campus Formiga,como requisito

    obrigatrio para obteno do ttulo deBacharelado em Engenharia Eltrica.

    rea de Concentrao: Sistemas Eltricos

    de Potncia.

    Orientador:.

    Formiga - MG

    Julho - 2014

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    Arthur Moura Camargos de Freitas

    UTILIZAO DE ENERGIA ELICA COMO UMA AO DE CONTROLE EM

    SISTEMAS COM BAIXA MARGEM DE REATIVOS NA CURVA QV

    Monografia apresentada ao Instituto Federal

    de Educao, Cincia e Tecnologia de Minas

    Gerais Campus Formiga,como requisito

    obrigatrio para obteno do ttulo de

    Bacharelado em Engenharia Eltrica.

    Avaliado em: ___ de ________________ de ______.

    Nota: ______

    BANCA EXAMINADORA

    ___________________________________________________________

    Prof.

    ___________________________________________________________

    Prof.

    ___________________________________________________________

    Prof.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus por tudo que me deu, pois sem ele sei que

    nada posso.

    Agradeo aos meus familiares principalmente minha me Maria de

    Fatima que meu exemplo, meu padrasto Jos Gonsalvez, a todos os meus

    parentes que me ajudaram sempre principalmente minhas tias Marins e Marlis e ao

    meu tio Clio.

    Agradeo a todos os meus irmos de repblica: Gabriel, Samir e

    Robson e aos meus tantos amigos que fiz durante esta jornada.

    Ainda agradeo a todos os funcionrios do IFMG mesmo os seguranas e as

    faxineiras.

    Agradeo especialmente aos meus irmo Lannay e Hurik que foram minha

    motivao a no desistir do curso.

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    RESUMO

    Dentro da rea de estabilidade de sistemas eltricos de potncia, existe

    aquela que se preocupa com o comportamento da carga, que so estudos de

    estabilidade de tenso. A instabilidade de tenso caracterizada principalmente

    pelos afundamentos de tenso, podendo ser de curta durao, em torno de alguns

    segundos, ou de longa durao passando de alguns minutos. Se as protees no

    conseguirem resolver este problema, o sistema pode sofrer um colapso de tenso

    em parte do sistema ou em toda a sua extenso.

    Neste trabalho ser avaliado o comportamento da curva QV das barras

    geradoras de um determinado sistema eltrico a sada de linhas de transmisso.

    Para a realizao dos estudos em regime permanente ser utilizado o programa

    computacional ANAREDE, desenvolvido pelo CEPEL. As simulaes de fluxo de

    potncia permitem encontrar um ponto de operao do sistema. Tambm ser

    simulado o comportamento dinmico do sistema por meio do programa ANATEM,

    tambm de autoria do grupo CEPEL.

    Para as condies de sistemas onde foi encontrada instabilidade dinmica,

    pretende-se utilizar geradores elicos como ao de controle corretiva.

    Palavras Chave:Fluxo de Potncia, Estabilidade, sadas de linhas de transmisssso,

    aerogeradores.

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    ABSTRACT

    Within the area of stability of electric power systems, there is one that is

    concerned with the behavior of the load, which are studies of voltage stability. The

    voltage instability is mainly characterized by voltage sags, may be short, around a

    few seconds, or long-lasting from a few minutes. If the protection system can not

    resolve this problem, the system may experience a voltage collapse of the system in

    part or in its entire.

    This work will assess the behavior of the generating curve QV bars of a given

    electrical system the output of a transmission line. For the studies permanently

    ANAREDE the computer program developed by CEPEL will be used. The power flow

    simulations allow to find an operating point of the system. You will also simulated the

    dynamic behavior of the system through the program ANATEM also authored CEPEL

    group.For systems where the conditions of dynamic instability was found, we intend

    to use wind generators as corrective action control.

    Keywords: Power Flow, Stability, transmission lines output, wind turbines.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Curva QV e Margem de Carga Reativa .................................................... 24

    Figura 2 - Potencia reativa do gerador da barra 1 do sistema de 14 barras instvel 29

    Figura 3 - Potncia reativa do gerador da barras 2 do sistema de 14 barras instvel

    .................................................................................................................................. 29

    Figura 4 - Potncia reativa do gerador da barras 3 do sistema de 14 barras instvel

    .................................................................................................................................. 30

    Figura 5 - Potncia reativa da barra 6 do sistema de 14 barras instvel ................... 30

    Figura 6 - Potncia reativa da barra 8 do sistema de 14 barras instvel ................... 30

    Figura 7Tenso no gerador 1 para o sistema estvel de 5 barras na sada da LT 2-

    4. ............................................................................................................................... 32

    Figura 8Tenso no gerador 2 para o sistema estvel de 5 barras na sada da LT 2-

    4. ............................................................................................................................... 32

    Figura 9Tenso no gerador 1 para o sistema estvel de 5 barras na sada da LT 3-

    5 circuito 1. ................................................................................................................ 33

    Figura 10Tenso no gerador 2 para o sistema estvel de 5 barras na sada da LT

    3-5 circuito 1. ............................................................................................................. 33

    Figura 11Tenso no gerador 1 para o sistema estvel de 5 barras na sada da LT

    3-5 circuito 2. ............................................................................................................. 34

    Figura 12Tenso no gerador 2 para o sistema estvel de 5 barras na sada da LT3-5 circuito 2. ............................................................................................................. 34

    Figura 13 - Potncia reativa da barra 1 do sistema de 14 barras estvel ................. 35

    Figura 14 - Potncia reativa da barra 2 do sistema de 14 barras estvel ................. 35

    Figura 15 - Potncia reativa da barra 2 do sistema de 14 barras estvel ................. 36

    Figura 16 - Potncia reativa da barra 6 do sistema de 14 barras estvel ................. 36

    Figura 17 - Potncia reativa da barra 6 do sistema de 14 barras estvel ................. 36

    Figura 18 - Moinho de vento utilizado para drenagem de pntanos .......................... 40

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    Figura 19 - Principio de funcionamento bsico de um aerogerador. ......................... 47

    Figura 20 - Sistemas de gerao usados em aerogeradores .................................... 48

    Figura 21 - Potencia reativa do gerador da barra 1 do sistema de 14 barras instvelcom DMOT ................................................................................................................ 51

    Figura 22 - Potencia reativa do gerador da barra 2 do sistema de 14 barras instvel

    com DMOT ................................................................................................................ 51

    Figura 23 - Potencia reativa do gerador da barra 3 do sistema de 14 barras instvel

    com DMOT ................................................................................................................ 51

    Figura 24 - Potencia reativa do gerador da barra 6 do sistema de 14 barras instvel

    com DMOT ................................................................................................................ 52

    Figura 25 - Potencia reativa do gerador da barra 8 do sistema de 14 barras instvel

    com DMOT ................................................................................................................ 52

    Figura 26 - Potencia reativa do gerador da barra 1 do sistema de 14 barras estvel

    com DMOT e banco de capacitores .......................................................................... 54

    Figura 27 - Potencia reativa do gerador da barra 2do sistema de 14 barras estvel

    com DMOT e banco de capacitores .......................................................................... 54

    Figura 28 - Potencia reativa do gerador da barra 3 do sistema de 14 barras estvel

    com DMOT e banco de capacitores .......................................................................... 54

    Figura 29 - Potencia reativa do gerador da barra 6 do sistema de 14 barras estvel

    com DMOT e banco de capacitores .......................................................................... 55

    Figura 30 - Potencia reativa do gerador da barra 8 do sistema de 14 barras estvel

    com DMOT e banco de capacitores .......................................................................... 55

    http://c/Users/Arthur/Desktop/TCC_Arthur_V2.docx%23_Toc393901387http://c/Users/Arthur/Desktop/TCC_Arthur_V2.docx%23_Toc393901387http://c/Users/Arthur/Desktop/TCC_Arthur_V2.docx%23_Toc393901387http://c/Users/Arthur/Desktop/TCC_Arthur_V2.docx%23_Toc393901392http://c/Users/Arthur/Desktop/TCC_Arthur_V2.docx%23_Toc393901392http://c/Users/Arthur/Desktop/TCC_Arthur_V2.docx%23_Toc393901392http://c/Users/Arthur/Desktop/TCC_Arthur_V2.docx%23_Toc393901392http://c/Users/Arthur/Desktop/TCC_Arthur_V2.docx%23_Toc393901392http://c/Users/Arthur/Desktop/TCC_Arthur_V2.docx%23_Toc393901387http://c/Users/Arthur/Desktop/TCC_Arthur_V2.docx%23_Toc393901387
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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1- Relao da curva QV com fator de carga, sistema com 5 barramentos. .. 26

    Tabela 2- Relao da curva QV com fator de carga, sistemas com 14 barramentos.

    .................................................................................................................................. 26

    Tabela 4- Comportamento dinmico considerando o sistema com margem Negativa

    de potncia reativa para o sistema com 5 barramentos. ........................................... 27

    Tabela 5- Comportamento dinmico considerando o sistema com margem negativa

    para o sistema com 14 barramentos. ........................................................................ 28

    Tabela 6 - Valores das tenses terminais dos geradores do sistema de 5 barras

    antes e depois do aumento ....................................................................................... 31

    Tabela 7 - Valores das tenses terminais dos geradores do sistema de 14 barras

    antes e depois do aumento ....................................................................................... 31

    Tabela 8 - Margem da curva QV dos geradores do sistema de 5 barras aps a

    estabilidade para fator de carregamento de 1,5 ........................................................ 37

    Tabela 9 - Margem da curva QV dos geradores do sistema de 14 barras aps a

    estabilidade para fator de carregamento de 1,8 ........................................................ 37

    Tabela 10 - Potencial Elico eltrico estimado do Brasil ........................................... 44

    Tabela 11- Valores de potncia reativa mnimas e mximas dos geradores dados do

    circuito dos barramentos ........................................................................................... 53

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    1N5 Cabo de Ao Aluminizado

    ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica

    BEN Balano Energtico Nacional

    BT Baixa Tenso

    CA Cabo de Alumnio

    CAA Cabo de Alumnio com Alma de Ao

    CEMIG Companhia Energtica de Minas Gerais

    EPE Empresa de Pesquisa Energtica

    ET Estao Transformadoras

    GRASP Greedy Randomized Adaptive Search Procedure

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    IDH ndice de Desenvolvimento Humano

    LT Linhas de Transmisso

    MT Mdia Tenso

    NBI Nvel Bsico de Isolamento

    PRODIST Procedimentos de Distribuio de Energia Eltrica no Sistema Nacional

    SE Subestao de Energia Eltrica

    VAN Vo Anterior

    VPO Vo Posterior

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    SUMRIO

    AGRADECIMENTOS ................................................................................................. III

    RESUMO................................................................................................................... IV

    ABSTRACT ................................................................................................................ V

    LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. VI

    LISTA DE TABELAS ............................................................................................... VIII

    1. Captulo 1 ............................................................................................................ 12

    1.1. INTRODUO ................................................................................................ 12

    1.2. ENTENDENDO MELHOR O QUE O SEP ................................................... 12

    1.3. OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA (ONS) ............................................... 13

    1.4. OBJETIVOS GERAL E ESPECFICO ............................................................. 15

    1.5. CARACTERIZAO DO PROBLEMA ............................................................ 15

    1.6. REVISO BIBLIOGRFICA ............................................................................ 16

    1.7. VISO GERAL DO TRABALHO ...................................................................... 19

    2. Captulo 2 ............................................................................................................ 20

    2.1. CONCEITO DE ESTABILIDADE ..................................................................... 20

    2.2. CURVA QV ...................................................................................................... 23

    2.3. ALTERAO DAS TENSES TERMINAIS .................................................... 312.4. MUDANA DO VALOR DAS MARGENS DA CURVA QV .............................. 37

    3. Captulo 3 ............................................................................................................ 39

    3.1. A ENERGIA ELICA ....................................................................................... 39

    3.2. HISTRIA DA ENERGIA ELICA .................................................................. 39

    3.3. CENRIO BRASILEIRO .................................................................................. 42

    3.4. AEROGERADORES ....................................................................................... 44

    3.5. MQUINAS DE INDUO .............................................................................. 49

  • 5/21/2018 TCC Arthur V2

    12/66

    3.6. SIMULAO REALIZADA .............................................................................. 50

    4. Captulo 4 ............................................................................................................ 56

    4.1. TRABALHOS FUTUROS................................................................................. 56

    4.2. CONCLUSO .................................................................................................. 57

    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................... 58

    ANEXO AFLUXO DE POTNCIA NO ANAREDE O CDIGO DE EXECUO

    DBAR ONDE DESCRITA AS BARRAS CA DO SISTEMA DE 5 BARRAS............ 63

    ANEXO BFLUXO DE POTNCIA NO ANAREDE O CDIGO DE EXECUO

    DBAR ONDE DESCRITA AS BARRAS CA DO SISTEMA DE 14 BARRAS.......... 64

    ANEXO CEXEMPLO DA FUNO DMOT DO MANUAL DO ANAREDE ............ 65

  • 5/21/2018 TCC Arthur V2

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    1. Captulo 1

    1.1. INTRODUO

    O Brasil apresenta grande potencial em recursos hdricos, por isso um dos

    pases que mais utiliza deste potencial para gerar energia atravs das hidroeltricas.

    Entretanto, desde a crise energtica de 2001, causada pelos baixos nveis de gua

    em seus reservatrios, levou a uma transformao no setor eltrico brasileiro

    aumentando significativamente preocupao com a dependncia do pas em relao

    a essa matriz.

    O aumento da demanda e do consumo de energia no Brasil (EMPRESA DEPESQUISA ENERGGITICA -EPE, 2014), assim como a diminuio das fontes de

    combustveis fosseis em todo mundo, tem causado a mudana no setor de energia

    eltrica para a utilizao das chamadas fontes renovveis, principalmente tentando

    manter a sustentabilidade. Esta mudana tem como intuito a diminuio da

    dependncia de fontes no renovveis e no poluentes. Diante desse fato, a

    obteno de energia oriunda de outras fontes inclusive a energia elica

    fundamental para evitar futuros colapsos de energia.

    Esta tecnologia se distingue em comparao a outras fontes de energia

    renovveis devido a sua maior confiabilidade e bom rendimento (MOURA, 2011), os

    investimentos e pesquisas neste tipo de tecnologia tm avanado rapidamente nos

    ltimos anos (MOURA, 2011). Assim, a energia elica tornou-se uma energia

    renovvel em constante crescimento sendo capaz de competir com os outros tipos

    de energia existentes.

    Grandes parques elicos esto sendo criados e integrados ao sistema eltrico

    de potncia (SEP) em diferentes tenses. Devido a este crescimento de sua

    participao e a sua maior integrao rede eltrica, este tipo de energia passou a

    ser objeto de vrios estudos.

    1.2. ENTENDENDO MELHOR O QUE O SEP

    Os sistemas eltricos de potncia (SEP) so constitudos basicamente por

    geradores, transformadores (elevadores e abaixadores), linhas de transmisso,

    reguladores de tenso e alimentadores de distribuio. Os geradores convertem

  • 5/21/2018 TCC Arthur V2

    14/66

    algum tipo de energia em energia eltrica que transferida para a linha da rede de

    transmisso. Como geralmente os geradores ficam afastados das cargas as tenses

    das linhas de transmisso so elevadas (138KV , 230KV e 500KV) diminuindo assim

    as perdas. Logo os geradores geram energia eltrica de 10 a 30 KV, em seguida a

    tenso elevada para os nveis de transmisso por meio dos transformadores.

    Bem como os nveis de tenso de transmisso so muito elevados para ser

    consumida pelas cargas, a energia passa por transformadores abaixadores para

    reduzir o nvel de tenso desejado para ser distribudos.

    Os SEPs podem operar sob constantes distrbios e variaes, conforme a

    mudana das caractersticas das cargas e dos chaveamentos da rede. Ao seranalisado, pode-se supor que o sistema esteja incialmente operando sem estas

    variaes, logo estando em regime permanente. Para que o sistema opere

    satisfatoriamente e para um bom fornecimento de energia para as cargas

    necessrio analisar o sistema quando este estiver submetido a situaes de risco

    como transitrios ou sadas de linha de transmisso que o que este trabalho ir

    mostrar.

    As aes do Estado como regulador do sistema eltrico de potncia ocorreatravs de um rgo regulador, a Agncia Nacional DE Energia Eltrica (ANEEL), e

    atravs de uma segunda entidade responsvel planejamento e expanso do

    sistema, o Comit Coordenador de Planejamento dos Sistemas Eltricos (CCPE).

    Para operar e controlar o Sistema Integrado Nacional (SIN) foi criado o Operador

    Nacional do Sistema eltrico (ONS), uma companhia privada sem fins lucrativos,

    responsvel pela operao do sistema eltrico de potncia. No prximo tpico ser

    mais bem explicado este rgo.

    1.3. OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA (ONS)

    Para o exerccio de suas atribuies legais e o cumprimento de sua misso

    institucional, o ONS desenvolve uma srie de estudos e aes a serem exercidas

    sobre o sistema e seus agentes para manejar o estoque de energia de forma a

    garantir a segurana do suprimento contnuo em todo o Pas. O Operador Nacional

    constitudo por membros associados e membros participantes, constitudos porempresas de gerao, transmisso, distribuio e consumidores livres de grande

  • 5/21/2018 TCC Arthur V2

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    porte. Tambm participam importadores e exportadores de energia, alm do

    Ministrio de Minas e Energia (MME).

    O ONS uma pessoa jurdica de direito privado, sob a forma de associao

    civil, sem fins lucrativos, criado em 26 de agosto de 1998, pela Lei n 9.648/98, com

    as alteraes introduzidas pela Lei n 10.848/04 e regulamentado pelo Decreto n

    5.081/04. Para melhor controle na operao do sistema eltrico a ONS divide suas

    funes em duas atribuies sendo elas:

    Os estudos de operao a ONS tem como os principais objetivos manter o

    SIN em pleno funcionamento, garantindo a segurana e integridade do

    mesmo alm de buscar o menor custo para a operao do sistema. O planejamento realizado pela ONS consiste na elaborao de estudos

    eltricos para avaliar as condies de operao do SIN, identificar as

    situaes crticas de atendimento carga e indicar solues compatveis com

    os prazos disponveis e com as diretrizes para a operao do SIN este

    trabalho ir apresentar estudo de planejamento de instabilidade de tenso no

    sistema ao se retirar linhas de transmisso utilizando a curva QV.

  • 5/21/2018 TCC Arthur V2

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    1.4. OBJETIVOS GERAL E ESPECFICO

    Este trabalho tem por objetivos apresentar uma reviso de princpios e

    modelagem de geradores elicos, bem como fazer uma descrio sobre os impactos

    da gerao elica no desempenho dinmico de sistemas eltricos. Para realizar

    estas anlises sero utilizados os softwares ANARED e ANATEN.

    OBJETIVOS ESPECFICOS

    Estudo dos conceitos de estabilidade em sistemas de potncia;

    Estudo do comportamento de tenses de um sistema eltrico de potnciapara a insero de gerao elica.

    1.5. CARACTERIZAO DO PROBLEMA

    A converso de energia elica caracterizada por ser uma fonte de energia

    oscilante, sujeita no dependendo somente da existncia dos ventos, mas tambmda velocidade do mesmo. Desta forma uma energia que no pode ser despachada

    sendo ento limitada. Dentro os diversos dispositivos que constituem as turbinas

    elicas esto inseridos dispositivos de eletrnica de potncia e geradores.

    Os geradores geralmente empregados nestas fontes de energia so os de

    induo do tipo gaiola de esquilo, ou duplamente excitado como os geradores

    sncronos.

    O projeto do trabalho utilizou o gerador de induo em gaiola de esquilo, que

    foram utilizados para compor os sistemas de potncia teste, onde a anlise de

    desempenho de instabilidade de tenso foi realizada. Os resultados desta forma

    foram comparando as curvas QV com e sem a insero dos parques elicos.

    Tais anlises tm como finalidade verificar, principalmente, quais os nveis

    mnimos de energia os parques elicos podem transferir de energia para o sistema

    eltrico nos sistemas testes, sem que ocorra instabilidade do sistema podendo

    ocorrer um mau funcionamento no sistema.

  • 5/21/2018 TCC Arthur V2

    17/66

    1.6. REVISO BIBLIOGRFICA

    Para a insero de dispositivos propostos que levem os sistemas testes a

    estabilidade, alm das referncias citadas anteriormente, realizou-se um

    levantamento bibliogrfico o qual resumido a seguir.

    Em (ALMEIDA, 2013) se refere sobre a probabilidade de ocorrer

    estabilidade de tenso utilizando as curvas QV e PV quando est inserida no

    sistema a gerao distribuda com fontes renovveis como as fontes de energia

    solar e a energia elica, poisos seus geradores ficam dependentes de fontes no

    constantes de emisso de energia, o sistema utilizado foi o 34 barras da IEEE.

    Em (KUNDUR, 1994) esta explicada todos os conceitos de estabilidade de

    tenso e frequncia, como diferenciar em do outro e os efeitos causados pelos

    mesmos no sistema eltrico de potncia.

    No trabalho (AFONSO, 2008) apresenta resultados de um diagnstico sobre o

    nvel de segurana com que o sistema interligado brasileiro opera em relao

    estabilidade de tenso, utilizando dados reais do planejamento e da operao.

    Chegando ao resultado que o sistema opera com margem negativa de 0,62% para ocaso considerado base no artigo.

    Em (R.S. MOURA, et al, 2013)prope um mtodo para bloquear regulador de

    tenso ao com o sentido de ampliar a margem de carga do sistema. As aes de

    controlo local parecem ser eficazes para esse propsito, mas so dependentes da

    existncia de locais fontes. Por outro lado, compartilhando o controle de tenso com

    a ajuda de mltiplo controle mquinas prestar um bom resultado, o que est

    associado a uma tenso secundria estratgia de controle. Os resultados obtidosmostram que, com este controle, a margem de carga pode ser aumentada e perdas

    reduzidas.

    Em (NAZARI, 2013) artigo explora as diferenas fundamentais entreo

    comportamento dinmico de sistemas de energia e de distribuioo de sistemas de

    energia de transmisso. Mostra-se que, porque de grande proporo linha de

    resistncia reatncia, tenso e frequncia dinmica so fortemente

    interdependentes na distribuio sistemas. Por conseguinte, apenas as modelosacopladas devem ser utilizadas para projeto de controle da gerao distribuda GI

  • 5/21/2018 TCC Arthur V2

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    em sistemas de distribuio. A grande proporo de linha resistiva-reatncia

    tambm causa fortes interaes eltricas entre as GIs. Estas interaes podem levar

    a problemas de frequncia e / ou estabilidade de tenso se GERAO

    DISTRIBUIDA so conectados eletricamente em reas prximas e / ou mal afinados.

    No trabalho (PEREIRA, 2014) mostra uma forma de resolver o problema do

    consumo de energia reativa durante a cava de tenso em parques elicos utilizando

    de compensadores dinmicos de potncia reativa, como os pertencentes famlia

    dos FACTS, nomeadamente os SVC e os STATCOM. Estes compensadores podem

    fornecer a potncia reativa necessria para participar na regulao de tenso e,

    assim, respeitarem os requisitos tcnicos e regulamentares de ligao rede.

    Na tese de (MOHN, 2013) discute o problema de colapso de tenso em

    sistemas de potncia. A teoria das bifurcaes abordada, sendo que a mesma

    satisfaz importante papel na identificao dos pontos crticos. O modelo de fluxo de

    potncia utilizado permite que as bifurcaes do tipo sela-n sejam identificadas. O

    mtodo desenvolvido chegou a um melhor tempo computacional e a aplicabilidade

    do desacoplamento rpido.

    Em (MANWELL, 2004) um livro para estudantes de engenharia Eltricocontando toda a histria a utilizao da energia elica e como se forma ventos at

    os modelos de aerogeradores at a modelagem das ps dos mesmos. J em

    (NIECKARZ, 2013) prope analisar diferentes tipos de impactos da insero de

    parcelas crescentes de gerao elica em um sistema teste, onde os geradores de

    induo sero inseridos tendo seus desempenhos comparados com outras

    tecnologias. Chegando a concluso que para inserir geradores de induo

    necessrio inserir capacitores estticos ou dinmicos para melhorar seudesempenho

    No trabalho de (MONTICELLI, 2004)descreve uma metodologia para controlar

    potncia ativa e reativa despachadas para a rede eltrica a partir de geradores de

    induo duplamente alimentados acoplados a turbinas elicas. A metodologia utiliza

    o conceito de turbinas elicas de velocidade variveis acopladas os geradores de

    induo duplamente alimentados e requer a existncia de uma fonte de potncia

    disponvel no rotor.

  • 5/21/2018 TCC Arthur V2

    19/66

    Em (FERRAZ, 2010) estuda o comportamento em regime estacionrio do

    sistema eltrico considerando geradores elicos conectados a rede e submetidos

    variao da velocidade do vento e comparando entre o software ANAREDE e

    PSLab.

    No trabalho (PAIVA, 2007) foi avaliado o comportamento da curva QV das

    barras de um determinado sistema eltrico, no caso base, no ponto de colapso e

    aps a ocorrncia de contingncias (perda de uma linha de Transmisso, gerador ou

    Transformador). O trabalho chegou concluso que medida que o sistema se

    aproxima do ponto de colapso, as margens de carga reativa tendem a se esgotar

    rapidamente.

    No artigo de (MOURA, C. J., 2011). foi realizado com o objetivo de identificar

    as protees eltricas que esto sendo utilizadas nos parques elicos integrados ao

    sistema eltrico de potncia. Chegando a concluso de que quanto maior o tamanho

    do parque elico mais complexo se torna a filosofia de proteo.

    Na tese de Doutorado de (DUTRA, 2008) tem por finalidade propor possveis

    estratgias, conformediferentes critrios, para o desenvolvimento da energia elica

    no Brasil, a partir da segunda fase do Programa de Incentivo a Fontes Alternativasde Energia - PROINFA. Desta forma, ela apresenta os principais mecanismos de

    promoo de fontes alternativase renovveis de gerao de eletricidade tanto sob o

    ponto de vista terico quanto atravsda apresentao e anlise de resultados

    obtidos da experincia internacional.

    Em (DUTRA, 2008) estabilidade dividida em dois tipos. Onde a estabilidade

    angular, desenvolveu-se um mtodo para a estimativa de margens de segurana

    transitria baseada em tcnicas de reduo de redes e geradores coerentes, etambm ajudando a identificar os geradores que oscilam junto com a rede de

    energia.

    Em(JANGAMSHETTI, 2001) apresentado um novo mtodo para

    identificao dos parmetros timos de uma turbina elica atravs de suas curvas de

    potncia e do coeficiente de desempenho de forma a se produzir a mxima potncia

    mecnica.

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    Em (CARVALHO, et al, 2003), alm de serem citados os diversos tipos de

    turbinas elicas, so apresentadas as vrias caractersticas do projeto das centrais

    elicas e as implicaes de sua conexo s redes eltricas.

    De toda a reviso bibliogrfica realizada, conclui-se que os aspectos mais

    relevantes a serem considerados so: as potncias das turbinas so cada vez

    maiores (1MW a 2MW podendo chegar at 4,5MW); devido aos grandes blocos de

    potncia a operao de turbinas elicas deve ser estudada sob enfoque dinmico;

    acoplado a elas; o estudo dinmico pode incluir o aspecto transitrio para anlise

    mais realista.

    1.7. VISO GERAL DO TRABALHO

    O captulo 2 trata faz uma apresentao sobre estabilidade de tenso, explica

    o que e como traar a curva QV, mostra ainda os diferentes valores da curva para

    distintos fatores de carregamento alm de apresentar as curvas levantadas para o

    sistema aps fazer com que os sistemas de 5 e 14 barras suportem os distrbios

    inseridos.

    O captulo 3 discorre sobre a energia elica, aerogeradores apresentando osaspectos construtivos dessas mquinas ainda fala sobre as mquinas de induo

    que sero utilizados como geradores apresentando os testes inserindo no sistema

    de 14 barras.

    O captulo 4 aborda os trabalhos futuros e as concluses que puderam ser

    obtida do projeto.

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    21/66

    2. Captulo 2

    2.1. CONCEITO DE ESTABILIDADE

    Estabilidade pode ser entendida como a capacidade do sistema desenvolver

    foras restauradoras iguais ou maiores que foras perturbadoras, permitindo formar

    um novo estado ou ponto de equilbrio (ALMEIDA, 2013).

    O limite da estabilidade o fluxo mximo de energia que pode passar em um

    ponto particular do sistema o chamado ponto de equilbrio (SODRE, 1996). Segundo

    (AFONSO, 2008) estabilidade pode ser dividida em dois tipos (DUTRA, 2008):

    1. Estabilidade angular: Estudo das oscilaes eletromecnicas das mquinas

    sncronas durante a ocorrncia de um distrbio, em que o fator principal a

    forma que as mquinas mantm o balano de potncia quando ocorrem

    variaes nos torques e oscilaes na posio do ngulo do rotor. Por

    exemplo, quando uma mquina sncrona perde o sincronismo com o restante

    do sistema, seu rotor gira com uma velocidade maior ou menor do que aquela

    requerida para gerar tenses na frequncia do sistema (AFONSO, 2008). A

    defasagem entre a frequncia do sistema e a frequncia do rotor da mquina

    resulta em flutuaes grandes na potncia, na corrente e na tenso da

    mquina;

    2. Estabilidade de tenso: Estudo da capacidade do sistema eltrico em manter

    nveis de tenso em todas as barras em condies normais de operao e de

    retornar a um ponto de equilbrio aps ocorrncia de um distrbio. Dada uma

    condio operativa para todos os barramentos do sistema, o nvel da tenso

    nas barras cresce com o aumento de insero da potncia reativa nas barras,

    se diminuir fica caracterizada uma instabilidade na tenso.

    Mesmo que os dois conceitos estejam relacionados o presente trabalho ir

    tratar mais com o conceito de estabilidade de tenso que ser mais detalhada a

    seguir.

    2.1.1. Definies e conceitos de estabilidade de tenso

    Quando o sistema de energia eltrico opera sobe condies acima dascapacidades de transporte de energia faz com que o sistema fique mais sujeito as

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    quedas do nvel da tenso. Podendo ocorrer ao ser submetido a um sbito aumento

    de carga ou e uma contingncia podendo ocorrer principalmente nos horrios de

    pico que o momento em que o SEP opera mais sobrecarregado (SODRE, 1996).

    Os problemas associados estabilidade da tenso envolvem trs aspectos

    bsicos:

    o distrbio ao qual a rede de energia eltrica submetida;

    as caractersticas da carga;

    os controles disponveis para manuteno de um nvel aceitvel para o nvel

    da tenso.

    Estes trs aspectos interagem entre si, afetando a capacidade da rede de

    transferir potncia reativa dos centros de gerao aos terminais consumidores.

    Ao decorrer dos ltimos anos um grande nmero de afundamentos

    ocorreram, e pode ser observado que esta diminuio do nvel da tenso ocorreu em

    geral aps certas condies particulares, como por exemplo, sadas dos geradores

    principais e linhas, cargas pesadas ao acoplar no sistema, etc (SODRE, 1996).

    Como o sistema eltrico de potncia apresenta diferentes tipos de cargas eequipamentos a ele ligados, e com caractersticas diversas de funcionamento. Um

    distrbio pode afetar mais significam estes equipamentos e cargas que tenham

    respostas rpidas ou lentas, contribuindo mais decisivamente para a ocorrncia de

    um ou outro tipo de instabilidade (dinmica rpida ou dinmica lenta) (KUNDUR,

    1994).

    Existindo assim dois fenmenos diferentes, em funo de atuao dos

    diferentes componentes do sistema submetidos a um distrbio. Com base na

    durao do fenmeno, sendo elas: a instabilidade transitria e a de longa durao

    (SODRE, 1996).

    A instabilidade transitria da diminuio da tenso mais rpida do que o da

    frequncia. Diferentemente da instabilidade transitria do angulo do rotor ainda que

    os dois efeitos possam ocorrer instantaneamente (AFONSO, 2008). Segundo

    (SODRE, 1996) a instabilidade transitria dura de zero a dez segundos sendo o

    mesmo tempo da instabilidade transitria angular do rotor. A maior causa deste

    fenmeno por causa de componentes da carga que possuem ao rpida, como

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    motores de induo e conversores, principalmente a conversores de correntes

    continua de alta tenso que so integrados a sistemas que sejam frgeis a variaes

    do nvel de tenso do sistema. Capacitores shunt ao longo da linha tambm

    contribuem para este fenmeno (SODRE, 1996).

    A instabilidade de longo prazo pode durar minutos, geralmente esto

    relacionados com cargas pesadas, grandes quantidades de energia transferida para

    geradores remotos e distrbios considerveis (KUNDUR, 1994). Estes distrbios

    causam altas perdas de potencia reativa diminuindo a tenso na rea analisada.

    Para tentar solucionar este problema, os taps e os reguladores de tenso no sistema

    de distribuio so ativados e agem para tentar restabelecer os nveis de tenso de

    distribuio, na tentativa de restaurar os valores nominais de potencia da carga.

    Ao se restaurar as cargas simultaneamente ocorre uma diminuio nas

    tenses nas linhas de transmisso (KUNDUR, 1994). Os geradores mais prximos

    so sobrexcitados e sobrecarregados, mas este tempo dura em torno de dois ou trs

    minutos (KUNDUR, 1994). Os geradores mais distantes devem fornecer a potncia

    reativa, sendo este comportamento ineficiente, pois requer diferenas substanciais

    entre nveis de tenso nas barras, aos quais gerariam grandes perdas nas linhas de

    transmisso. Logo nesta condio o sistema de gerao e transmisso no capaz

    de suprir as cargas e as perdas reativas, o que causa um rpido afundamento da

    tenso.

    A rede de transmisso e as caractersticas das cargas ligadas ao sistema

    esto ligadas diretamente a estabilidade de tenso, consequentemente a limitao

    na capacidade de transmisso da linha de transmisso limita o fornecimento de

    potencia reativa as cargas, reduzindo a tenso. Os taps de transformadores podempiorar ainda mais esta situao (ALMEIDA, 2013). A instabilidade de tenso um

    fenmeno dinmico, e, portanto esta ligada a todo o dinamismo dos elementos do

    sistema incluindo os geradores.

    Com o crescimento do aproveitamento do potencial de energia elica, com

    significativa predominncia na Regio do Nordeste brasileiro, torna-se necessrio

    verificar os impactos da gerao elica no sistema.

    A escolha adequada da tecnologia a ser adotada para os parques elicos importante e pode minimizar os impactos na qualidade de energia, estabilidade de

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    tenso e estabilidade transitria. A Constituio Federal prev que o

    desenvolvimento, uso e venda de energia eltrica podem ser efetuados diretamente,

    pelo Governo Federal, ou indiretamente, por meio da outorga de concesses,

    permisses ou autorizaes. A seguir sero apresentados alguns dos rgos

    reguladores do sistema eltrico de potncia que tem importncia no decorrer do

    trabalho.

    2.2. CURVA QV

    Neste trabalho a utilizao de resultados aplicando a curva QV ser explorada

    em vrios aspectos. Muitas informaes do sistema eltrico so alcanadas

    aplicando este mtodo. Neste captulo, alm da exposio dos procedimentos de

    clculo da curva QV, tambm sero mostradas as caractersticas to importantes do

    sistema eltrico, sejam nos estudos do planejamento ou nos estudos de operao

    do sistema eltrico.

    Conhecendo o sistema eltrico, no apenas calculando o fluxo de carga,

    necessrio avaliar os pontos frgeis. Neste sentido, conceitos de estabilidade do

    sistema eltrico introduzem novas abordagens de anlises, principalmente porquedemonstra o quanto um determinado carregamento poder comprometer a robustez

    do sistema eltrico em estudo (R.S. MOURA, et al, 2013).

    A seguir, sero explicados os conceitos tericos da curva QV, bem como a

    metodologia aplicada nos sistema testes, cujos resultados sero apresentados no

    captulo especfico.

    2.1.1. O conceito da curva qv

    A curva QV uma importante ferramenta auxiliar em anlises de sistemas

    eltricos, pois, informaes importantes so extradas dos estudos que aplicam esta

    metodologia.

    Atravs da curva QV obtm-se a margem de potncia reativa (MR) de uma

    determinada barra. Essa margem de potncia reativa definida como a distncia do

    ponto de mnimo, de ordenada negativa, at o eixo das abscissas, como mostra a

    figura 1.

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    Figura 1 - Curva QV e Margem de Carga Reativa

    A caracterstica fundamental desta curva que no ponto de mximo

    carregamento do sistema eltrico, a margem de potncia reativa da barra crtica

    praticamente nula, ou at mesmo inexistente em alguns casos, tambm mostrado

    nos casos testes. Sendo assim medida que o carregamento de potncia aparente

    do sistema aumenta, a margem de carga reativa da barra crtica vai diminuindo e

    tendendo a ir para zero.

    Determinar a margem de potncia reativa denota tambm conhecer a

    capacidade de potncia reativa de uma determinada barra diante de um colapso de

    tenso. Esse mtodo conveniente em estudos de compensao de potnciareativa, j que permite incluir margem de carga da curva PV com a margem de carga

    da curva QV. Desta forma, o conhecimento da margem de potncia reativa pode

    fornecer informaes importantes para o controle de tenso, tais como: capacidade

    de compensao reativa, as barras mais apropriadas para compensao reservam

    de gerao de potncia reativa, entre outros.

    Em campo, as avaliaes em relao estabilidade do sistema eltrico jazam

    na quantificao e na inclinao da curva QV. Uma barra cuja potncia reativa variabruscamente com a diminuio da tenso e, esta potncia reativa estiver prxima ao

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    eixo das abscissas, significa que esta barra contribui para direcionar o sistema

    perda da estabilidade.

    Atravs do mtodo da curva QV pode-se dimensionar aes de controle de

    despacho de potncia reativa e obtm-se as seguintes vantagens (FERRAZ, 2010):

    A convergncia dos casos normalmente no representa problema.

    A automatizao, utilizando uma rotina de programao, faz com que o

    mtodo se torne eficiente, pois para pequenas variaes na escala de tenso

    a convergncia necessita de apenas algumas iteraes.

    A necessidade de compensao reativa na barra analisada dada de

    imediato pelo valor de potncia reativa gerada pelo compensador.

    A inclinao da curva indica o quanto barra em anlise sensvel s

    alteraes de tenso.

    As curvas QV traadas para diversas barras podem ser sobrepostas em um

    mesmo grfico.

    2.1.2. UTILIZAO DO MTODO DA CURVA QV

    A curva QV real obtida ao variar a tenso terminal de um determinado

    gerador sem considerar que esta mquina tenha limite de gerao de potncia

    reativa. Grficos de curvas QVs ilustram a relao entre o valor da potncia reativa

    gerada em funo do nvel de tenso de seu barramento.

    As Tabelas 1 a 3 indicam os valores de margem da curva QV real para

    diversos sistemas e cargas supridas. Para a obteno destes resultados, o passo da

    curva QV obedeceu a seguinte a seguinte equao:

    Onde Vbarramento a tenso terminal do gerador onde se deseja traar a

    curva QV. Com relao alterao da carga suprida, manteve-se o mesmo fator de

    potncia. Adicionalmente, tambm considerou que a potncia ativa gerada se

    alterou na mesma proporo que o carregamento do sistema. Por exemplo, na

    Tabela 1, quando se localiza a linha com Fator de Carga igual 1,1[p.u.] o mesmo

    dizer que as parcelas ativas e reativas de todas as cargas foram multiplicadas pelo

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    fator 1,1, assim como todas as potncias ativas geradas no sistema em relao ao

    caso base que apresenta fator de carga igual a 1,0 [p.u.].

    Na Tabela 1, observa-se que com o aumento do fator de carga, menor

    margem de potncia reativa da curva QV. Isto algo esperado, pois este aumento

    de carregamento faz com que as mquinas do sistema fiquem mais prximas dos

    seus limites operativos.

    Tabela 1- Relao da curva QV com fator de carga, sistema com 5 barramentos.

    Fator de

    Carga

    Margem da curva QV

    Gerados 1 Gerador 2

    1,0 0,7179 0,3932

    1,1 0,6934 0,3162

    1,2 0,665 0,2344

    1,3 0,6318 0,1376

    1,4 0,5924 0,0259

    1,5 0,5445 -0,1004

    1,6 0,4871 -0,2506

    1,7 0,419 -0,3901

    1,8 0,3367 -0,5291

    1,9 0,2372 -0,6782

    2,0 0,1208 -0,8416

    Tabela 2- Relao da curva QV com fator de carga, sistemas com 14 barramentos.

    Fator de

    carga

    Margem da curva QV

    Gerador

    1

    Gerador

    2

    Gerador

    3

    Gerador

    6

    Gerador

    8

    1 0,4399 4,728 1,3774 0,9179 0,644

    1,1 0,2727 4,4085 1,2707 0,8397 0,6066

    1,2 0,0724 3,9899 1,1533 0,7539 0,5647

    1,3 -0,1569 3,4726 1,0228 0,66 0,5168

    1,4 -0,2605 2,8831 0,8747 0,557 0.4603

    1,5 -0,5269 2,2828 0,7004 0,4408 0,3904

    1,6 -0,8436 1,7621 0,5009 0,3067 0,2944

    1,7 -1,2398 0,9532 0,2474 0,1557 0,1579

    1,8 -1,8044 0,1101 -0,0644 -0,0221 -0,0287

    Este trabalho relaciona o suporte de potncia reativa indicado pela curva QV

    com o comportamento dinmico do sistema, permitindo anlises de ocorrncia degrandes distrbios como a sada dinmica de uma linha de transmisso.

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    O sistema com 5 barramentos adotado apresenta margem negativa de

    reativos da curva QV para o fator de carga igual a 1,5 [p.u.] como ser mostrada

    mais adiante, enquanto que o mesmo sinal de margem observado para os

    sistemas com 14 e 30 barras com fatores de carga iguais a 1,8 e 1,4 [p.u.],

    respectivamente.

    As tabelas 4 a 5 indicam o comportamento dinmico para estas condies de

    carregamento quando simuladas nos softwares ANAREDE e ANATEM. Foi

    observado que erros de simulao, sejam dos tipos numricos ou de instabilidade,

    foram detectados apenas a partir do momento que a margem na curva QV tornou-se

    negativa.

    Tabela 3- Comportamento dinmico considerando o sistema com margem Negativade potncia reativa para o sistema com 5 barramentos.

    Sada de LT entre as barras Comportamento dinmico

    1-3 Estvel

    2-4 Atingiu o nmero mximo de interao

    3-4 circuito 1 Estvel

    3-4 circuito 2 Estvel

    3-5 circuito 1 Atingiu o nmero mximo de interao

    3-5 circuito 1 Atingiu o nmero mximo de interao

    De acordo com a Tabela 5, o comportamento dinmico para o sistema com 14

    barramentos foi insatisfatria apenas para a sada da linha de transmisso entre os

    barramentos 5 e 6.

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    Tabela 4- Comportamento dinmico considerando o sistema com margem negativapara o sistema com 14 barramentos.

    Sada de LT entre as barras Comportamento dinmico

    1-2 Estvel

    1-5 Estvel

    2-3 Estvel

    2-4 Estvel

    2-5 Estvel

    3-4 Estvel

    4-5 Estvel

    7-4 Estvel

    9-4 Estvel

    6-5 Instvel

    6-11 Estvel

    6-12 Estvel

    6-13 Estvel

    7-8 Estvel

    1-8 Estvel

    1-11 Estvel

    2-6 Estvel

    2-7 Estvel

    2-8 Estvel3-5 Estvel

    Os resultados acima indicam que os sistemas com pequena margem positiva

    de reativos na curva QV apresentaram instabilidade dinmica com as retiradas de

    linhas de transmisso indicadas nas Tabelas de 4 e a 5.

    As tabelas 1 e 2 mostram os valores das margens da curva QV mencionadas

    anteriormente em funo fator de carga dos geradores. Todas as anlises deestabilidade feitas para os sistemas de 5 e 14 barras foram realizadas apenas nos

    casos em que a retirada de linhas de transmisso resultam na no convergncia e

    sendo os sistemas j definidos nas tabelas 4 e 5.

    O sistema de cinco barras possui dois geradores, onde um gerador estando

    ligado na barra 1 e o outro na barra 2, a simulao foi realizada com um fator de

    carga de 1,5, para este sistema nenhum caso instvel. Para as sadas de linha da

    tabela 4 as simulaes para as sadas de linha entre as barras 2-4 e 3-5 o software

    ANAREDE no convergiram.

  • 5/21/2018 TCC Arthur V2

    30/66

    Para o sistema de 14 barras que possui geradores em cinco barras, sendo

    eles conectados nas barras 1, 3, 4 e 5 e com fator de carga de 1,8. No caso do

    sistema de 14 barras testadas somente com a sada da linha de transmisso entre

    as barras 5 e 6 resultaram na instabilidade do sistema como poder ser observado

    nos grficos de potncia reativa entregue pelos geradores em funo do tempo

    mostrada nas figuras 2-6 gerados pelo software ANATEN.

    O programa de Anlise de Transitrios Eletromecnicos ANATEM um

    software para estudos de estabilidade transitria de sistemas eltricos de potncia

    sendo tambm desenvolvido pelo CEPEL. Sendo principalmente orientada para a

    simulao no domnio do tempo para a anlise dinmica do sistema eltrico de

    potncia, tendendo a avaliao da estabilidade eletromecnica.

    Figura 2 - Potencia reativa do gerador da barra 1 do sistema de 14 barras instvel

    Figura 3 - Potncia reativa do gerador da barras 2 do sistema de 14 barras instvel

  • 5/21/2018 TCC Arthur V2

    31/66

    Figura 4 - Potncia reativa do gerador da barras 3 do sistema de 14 barras instvel

    Figura 5 - Potncia reativa da barra 6 do sistema de 14 barras instvel

    Figura 6 - Potncia reativa da barra 8 do sistema de 14 barras instvel

    Como pode ser observada nas figuras 2-6 potncia reativa da barra tende a

    oscilar indefinidamente o que comprova que ela tende a ser instvel para a sada da

    LT 6-5 como mostra os valores da tabela 2.

  • 5/21/2018 TCC Arthur V2

    32/66

    Um sistema eltrico de potncia consegue um maior suporte de potncia

    reativa por diversas maneiras, entre elas, por meio da instalao de capacitores ou

    com o aumento do nvel de tenso das mquinas geradoras, respeitando sempre os

    seu limite operativo, sendo este o prximo passo a ser realizado no trabalho.

    2.3. ALTERAO DAS TENSES TERMINAIS

    Esta etapa os valores das tenses terminais dos geradores foram

    aumentadas de 0,01 em 0,01 pu sendo ento simuladas no programa ANAREDE at

    o sistema se tornasse estvel. A tabela 6 e 7 mostra os valores de tenso das barras

    antes do aumento das tenses terminais dos geradores e os novos valores nas

    mquinas que levaram o sistema a estabilidade para os sistemas teste para os dois

    casos analisados.

    Tabela 5 - Valores das tenses terminais dos geradores do sistema de 5 barrasantes e depois do aumento

    Tenso Terminal Geradores em p.u.

    Gerador Antes Depois

    1 1,017 1,07

    2 1,025 1,07

    Tabela 6 - Valores das tenses terminais dos geradores do sistema de 14 barrasantes e depois do aumento

    Tenso Terminal Geradores em p.u.

    Gerador Antes Depois

    1 1,06 1,08

    2 1,045 1,06

    3 1,01 1,03

    6 1,06 1,08

    8 1,09 1,09

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    Com a elevao da tenso terminal dos geradores, o problema que ocorria de

    convergncia no sistema de 5 barras, nas sada da linha de transmisso entre as

    barras 2-4, 3-5 circuito 1 e 3-5 circuito 2, foi extinto como pode ser observado nas

    figuras 7-12.

    Figura 7Tenso no gerador 1 para o sistema estvel de 5 barras na sada

    da LT 2-4.

    Figura 8Tenso no gerador 2 para o sistema estvel de 5 barras na sada

    da LT 2-4.

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    Figura 9Tenso no gerador 1 para o sistema estvel de 5 barras na sada

    da LT 3-5 circuito 1.

    Figura 10Tenso no gerador 2 para o sistema estvel de 5 barras na sada

    da LT 3-5 circuito 1.

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    Figura 11Tenso no gerador 1 para o sistema estvel de 5 barras na sada

    da LT 3-5 circuito 2.

    Figura 12Tenso no gerador 2 para o sistema estvel de 5 barras na sada

    da LT 3-5 circuito 2.

    As figuras 7-12 mostraram que s de aumentar os valores da tenso terminal

    dos geradores das barras 1 e 2 o sistema tende a convergir comprovando a hiptese

    da estabilidade do sistema para suportar distrbios, este aumento de tenso pode

    ser realizado pelos prprios taps dos reguladores de tenso do prprio SEP, para

    esta simulao este aumento das tenses terminais em 0,02 pu ou 2% do valor do

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    inicial das barras, para que o sistema de 5 barras convergir nas sadas das linhas de

    transmisso entre as barras 2-4 e 3-5.

    Os grficos 13-17 mostram o comportamento da curva da potncia reativa aolongo do tempo aps a mudana das tenses terminais dos geradores do sistema de

    14 barras para os valores da tabela 7.

    Figura 13 - Potncia reativa da barra 1 do sistema de 14 barras estvel

    Figura 14 - Potncia reativa da barra 2 do sistema de 14 barras estvel

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    Figura 15 - Potncia reativa da barra 2 do sistema de 14 barras estvel

    Figura 16 - Potncia reativa da barra 6 do sistema de 14 barras estvel

    Figura 17 - Potncia reativa da barra 6 do sistema de 14 barras estvel

    Ao analisar as novas curvas, o sistema obteve um melhor comportamento

    mediante ao distrbio devido sada da linha de transmisso entre as barras 6-5

    chegando estabilidade em aproximadamente 24 segundos.

    No entanto os limites de potncia reativa saram limites em todas as barras

    para o sistema com 14 barramentos, logo, para estes novos valor de tenso

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    encontrado necessrio utilizar algum dispositivo que faa a compensao de

    reativos nas barras dos geradores.

    2.4. MUDANA DO VALOR DAS MARGENS DA CURVA QV

    O mtodo da curva QV oferece uma visualizao razovel do desempenho do

    sistema eltrico durante eventos que possam comprometer a estabilidade, podendo

    mostrar ainda as possveis localizaes das reservas de potncia reativa como

    aes de controle, evitando que o sistema entre em colapso (FERRAZ, 2010). Como

    mencionado anteriormente o programa ANAREDE j traz embutido em seus

    algoritmos os parmetros de fluxo de potncia j trazem o clculo da curva QV

    embutido em seu algoritmo.

    Tabela 7 - Margem da curva QV dos geradores do sistema de 5 barras aps a

    estabilidade para fator de carregamento de 1,5

    Margem da Curva QV

    Gerador 1 Gerador 2

    0,6549 0,0677

    Tabela 8 -Margem da curva QV dos geradores do sistema de 14 barras aps a

    estabilidade para fator de carregamento de 1,8

    Margem da Curva QV

    Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3 Gerador 6 Gerador 8

    -1,5545 0,5698 0,1301 0,0853 0,0839

    Os limites de potncia reativa dos geradores das barras 1 e 2 do sistema de 5barras esto em aberto (valores de potncia indo de menos infinito a mais infinito

    seno definidos nas caractersticas das barras), no ser preciso nenhum ajuste, ou

    seja no ser necessrio a insero de nenhum dispositivo que faa esse controle.

    Como j mencionado anteriormente as margens das potencias reativas de

    todas as barras geradoras do sistema de 14 barras saram de seus limites sendo

    necessria a insero de dispositivos que consiga fazer esse aumento da tenso

    terminal e ainda faa este controle de margem.

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    Para realizar este controle neste trabalho foi utilizado parques de

    aerogeradores com geradores de induo em gaiola ligados as barras do sistema de

    14 barras, em seguida ser realizado uma prvia explicao sobre energia elica

    aerogeradores e motor de induo, e ainda a insero deste dispositivo no sistema.

    Um gerador elico fornece potncia ativa para o sistema onde est instalado,

    contribuindo para a melhora do fator de potncia. Isto levantada teoria que este

    tipo de gerador pode contribuir ou no para a compensao de potncia reativa das

    mquinas com baixas margens na curva QV. A seguir sero apresentados os testes

    feitos e seus respectivos resultados.

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    3. Captulo 3

    3.1. A ENERGIA ELICA

    Quando se diz "vento" na verdade se referi a atmosfera em movimento sendo

    uma associao entre a energia trmica e a rotao da Terra causando o

    deslocamento de massas de gases presentes na atmosfera. Todos os planetas

    envoltos por gases em nosso sistema solar possuem diferentes formas de circulao

    atmosfricas e apresentam ventos em suas superfcies (FERRAZ, 2010). Esses

    fenmenos naturais sempre se repetem logo o vento considerada com sendo uma

    fonte renovvel de energia.

    3.2. HISTRIA DA ENERGIA ELICA

    A energia derivada do movimento dos ventos tem sido utilizada pelo homem

    desde os tempos mais antigos. Por volta do ano 5000 a.C. os egpcios j utiliza a

    energia dos ventos para navegao. Moinhos simples j eram utilizados pelos

    Persas para bombeamento de gua e moagem de gros por volta de 200 a.C.

    Durante o sculo XI, os habitantes do Oriente Mdio usavam os moinhos de ventopara produo de alimentos e a ideia foi levada para a Europa pelos comerciantes e

    participantes das Cruzadas. (FERRAZ, 2010).

    Entre os sculos XVII a XIX na Holanda, moinhos de vento eram empregados

    em grande escala para drenagem de terras cobertas pelas guas como pode ser

    observado na figura 14. As aplicaes dos moinhos de vento eram bem variadas

    como na produo de leos vegetais, fabricao de papel (depois do surgimento da

    imprensa) e acionamento de serrarias para processamento de madeiras. Na

    segunda metade do sculo XIX, as utilizaes de cata-ventos de mltiplas ps

    destinadas ao bombeamento de gua possibilitaram a explorao do desabitado

    oeste dos Estados Unidos. (MOURA, C. J., 2011).

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    Figura 18 - Moinho de vento utilizado para drenagem de pntanos

    Fonte :http//www.windpower.dlk/tour/

    Acesso em: 20/06/2014

    No sculo XX, devido ao avano da rede eltrica foram realizadas vrias

    pesquisas para o aproveitamento da energia elica em grandes blocos de energia.

    Os Estados Unidos estavam difundindo o uso de aerogeradores de pequeno porte

    nas fazendas e residncias rurais isoladas e a Rssia investia na conexo de

    aerogeradores de mdio e grande porte diretamente na rede.

    J na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a necessidade de economizar

    combustveis fsseis contribuiu para o desenvolvimento de aerogeradores de mdio

    e grande porte. Porm com o fim da Guerra, os combustveis fsseis voltaram a ser

    abundantes no mundo e os aerogeradores eram construdos apenas para fins de

    pesquisa.

    Na dcada de 70, o choque do petrleo e o incio da preocupao com o meio

    ambiente fizeram com que a energia elica fosse novamente considerada. Nas

    dcadas de 80 e 90, foram os incentivos fiscais de pases como Estados Unidos,

    Dinamarca e Alemanha que contriburam para o desenvolvimento de grandes

    quantidadesdeaerogeradores de maiores potncias. No incio dos anos 90 foram

    instaladas as primeiras usinas Offshore (fora da costa, no mar) utilizando

    aerogeradores de grande potncia. Cenrio Mundial como mostrado na figura 15.

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    Figura 15 - Aerogeradoresdas dcada de 70 a esquerda e aos aerogeradoresinstalados nas dcadas de 90 a direita

    Fonte :FERRET, 2001

    Em 1990, a capacidade instalada no mundo era inferior a 2000 MW. Em 1994,

    a capacidade subiu para 3734 MW, divididos entre Europa (45,1%), Amrica(48,4%), sia (6,4%) e outros pases (1,1%)(MOURA, C. J., 2011). Quatro anos mais

    tarde, chegou a 10 GW e no final de 2002 a capacidade total instalada no mundo

    ultrapassou 32 GW. O mercado tem crescido substancialmente nos ltimos anos,

    principalmente na Alemanha, EUA, Dinamarca e Espanha, onde a potncia

    adicionada anualmente supera 3 GW(MOURA, C. J., 2011).

    Esse crescimento de mercado fez com que a Associao Europeia de Energia

    Elica estabelecesse novas metas, indicando que, at 2020, a energia elica podersuprir 10% de toda a energia eltrica requerida no mundo. De fato, em alguns pases

    e regies, a energia elica j representa uma parcela considervel da eletricidade

    produzida. Na Dinamarca, por exemplo, a energia elica representa 18% de toda a

    eletricidade gerada e a meta aumentar essa parcela para 50% at 2030. Na regio

    de Schleswig-Holstein, na Alemanha, cerca de 30% do parque de energia eltrica

    instalado de origem elica. Na regio de Navarra, na Espanha, essa parcela de

    23%. Em termos de capacidade instalada, estima-se que, at 2020, a Europa j ter

    100 GW(MOURA, C. J., 2011).

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    Tabela 1- Energia Elica - Capacidade instalada no mundo (MW)

    3.3. CENRIO BRASILEIRO

    Mesmo que ainda existam divergncias entre os especialistas e as

    instituies na estimativa do potencial elico brasileiro, vrios estudos indicam

    valores extremamente apreciveis. At poucos anos, as estimativas eram de

    aproximadamente 20 GW. Mas atualmente a maioria dos estudos indica valores

    maiores que 60 GW. Essas divergncias acontecem principalmente da falta de

    informaes e das diferentes metodologias empregadas nas anlises(DUTRA,

    2008).

    De qualquer forma, os vrios levantamentos e estudos realizados e em

    andamentotm dado apoio e motivado a explorao comercial da energia elica no

    Pas. Os primeiros estudos foram feitos na regio Nordeste, principalmente no Cear

    e em Pernambuco devido ao grande potencial energtico causado pelos ventos com

    velocidades altas. Com o apoio da ANEEL e do Ministrio de Cincia e Tecnologia, o

    Centro Brasileiro de Energia Elica, da Universidade Federal de Pernambuco,

    publicou em 1998 a primeira verso do Atlas Elico da Regio Nordeste(DUTRA,

    2008).

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    Figura 16 - Potencial Elico estimado para vento mdio anual > 6 m/s

    Fonte:MONTEZANO, 2007.

    Outro estudo importante, em mbito nacional, foi publicado pelo Centro de

    Referncia para Energia Solar e Elica CRESESB/CEPEL. Trata-se do Atlas do

    Potencial Elico Brasileiro. Nesse estudo estimou-se um potencial elico brasileiro

    da ordem de 143 GW(DUTRA, 2008).

    Como pode ser observado na figura 16 o Brasil possui um alto potencial

    elico, principalmente na regio Nordeste. As melhores localidades para instalao

    de parques elicos esto ao longo do litoral e em terras mais altas no interior dopas. A Tabela 10 mostra o potencial elico eltrico estimado no Brasil, divido por

    regies.

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    Tabela 9 - Potencial Elico eltrico estimado do Brasil

    Fonte:MONTEZANO, 2007.

    A Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel) realizou no dia 14/12/2009, na

    sede Cmara de Comercializao de Energia Eltrica (CCEE), em So Paulo (SP), o

    Leilo de Energia de Reserva para contratao de energia eltrica gerada por fonte

    elica. Foram negociados 753 lotes de 1 megawatt (MW) ao preo mdio de R$

    148.39 MWh. Os 71 empreendimentos vencedores sero instalados em Sergipe,

    Cear, Rio Grande do Norte, Bahia e Rio Grande do Sul. Foi a primeira vez que oBrasil promoveu uma licitao para negociao exclusiva de energia elica (ANEEL,

    Acesso em: site: http://www.aneel.gov.br/).

    3.4. AEROGERADORES

    No atual cenrio para se aproveitar de forma mais eficaz e para concentrar

    geograficamente o impacto visual dos aerogeradores, por isso a tendncia de

    agrup-los em parques ou fazendas elicas. As fazendas elicas com dezenas ou

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    centenas de mquinas levam a um aumento substancial da gerao elica.

    (MONTICELLI, 2004).

    2.1.3. Componentes dos aerogeradores

    A figura 22 mostra as principais partes que formam os aerogeradores, sendo

    descritas a seguir.

    Ps do rotor: A energia cintica do movimento dos ventos faz as ps girarem

    e a transferem para o cone do rotor;

    Nacele: Contm os componentes do aerogerador incluindo entre outros a

    caixa de engrenenagem e o gerador eltrico;

    Cone do rotor: Conecta as ps ou eixo de baixa velocidade da turbina elica;

    Eixa de baixa velocidade: Conecta o cone do rotor a caixa de engrenagens.

    Em uma turbina moderna o eixo gira entre 9 e 30 rpm. Nesse eixo esto

    instaladas as tubulaes hidrulicas utilizadas para habilitar a operao do

    freio aerodinmico;

    Caixa de engrenagem: utilizada para converter a baixa velocidade de

    rotao e o alto conjugado da turbina elica para a alta velocidade e uma

    menor conjugada que podem ser usadas pelo gerador. Eixo de alta velocidade: Aciona o gerador eltrico. Ele geralmente equipado

    com um freio a disco, usado em caso de falha do freio aerodinmico ou na

    partida da turbina elica;

    Gerador eltrico: So comumente utilizados os geradores de induo ou os

    geradores sncronos;

    Controle de giro: conhecido tambm como mecanismo de orientao e

    utiliza motores eltricos para girar a nacele juntamente com o rotor contra ovento. Este mecanismo operado por um controlador eletrnico o qual

    monitora a direo do vento usando uma veleta. Normalmente o aerogerador

    vai girar alguns graus quando o vento mudar sua direo;

    Sistema de controle: Contm um microprocessador que monitora,

    continuamente, as condies do aerogerador. Em caso de um mau

    funcionamento (sobrecarga, excesso de calor na caixa de engrenagens, etc)

    ele automaticamente dispara o processo de parada da turbina elica;

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    Torre: Sustenta a nacele e o rotor. Geralmente vantajoso ter uma torre alta

    por que a velocidade do vento cresce medida que se afasta do solo. Em

    aerogeradores modernos as torres podem atingir a altura de 40m a

    60m(MONTICELLI, 2004). Em termos construtivos elas podem ser tubulares

    ou reticuladas;

    Sensores de vento: So praticamente o anemmetro e a veleta. O

    anemmetro mede a velocidade do vento enquanto que a veleta monitora a

    direo do vento. Os sinais do anemmetro so usados pelo sistema de

    controle para partir o aerogerador quando a velocidade do vento est em

    torno de 3,5m/s a 5m/s. Quando esta velocidade superior a 25m/s o sistema

    de controle dispara o processo de parada do aerogerador de forma a

    preserv-lo mecanicamente. J o sinal da veleta usado para girar o

    aerogerador contra o vento usando o mecanismo de orientao(MONTICELLI,

    2004).

    Figura 22 - Partes dos aero geradores

    Fonte: http//www.windpower.dlk/tour/

    Acesso em: 19/05/2014

    Aerogerador geralmente compreende dois princpios de converso, levados a

    termo pelos seguintes componentes: o rotor, que retira energia cintica do vento e a

    converte em conjugado mecnico e o gerador que converte o conjugado mecnico

    em eletricidade e alimenta a rede eltrica. Esse princpio de funcionamento

    descrito na figura 23.

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    Figura 19 - Principio de funcionamento bsico de um aerogerador.

    Fonte :MONTICELLI, 2004

    Apesar da facilidade de se intender o principio de funcionamento de um

    aerogerador, essa tipo de mquina um sistema complexo no quais reas de

    conhecimento tais como aerodinmica, mecnica, eltrica e controle esto

    intimamente interligados.

    Atualmente existem trs tipos principais de aerogeradores no mercado. As

    principais diferenas entre eles dizem respeito ao sistema de gerao e o modo

    como a eficincia aerodinmica do rotor limitada durante as altas velocidades do

    vento de maneira a prevenir sobrecargas mecnicas. Os sistemas de gerao dos

    aerogeradores so muito parecidos e como mostra a figura 24 podem ser de trs

    tipos:

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    Figura 20 - Sistemas de gerao usados em aerogeradores

    Fonte :MONTICELLI, 2004

    O gerador de induo de gaiola o mais antigo deles. Este sistema consiste

    de um gerador de induo de rotor em gaiola conectado diretamente a rede eltrica.

    O escorregamento e, logo, a velocidade variam com a quantidade de potncia

    gerada. A variao de velocidade, contudo, pequena, aproximadamente 1% a

    2%(CARVALHO, 2003). Dessa forma, este tipo de sistema chamado de velocidade

    constante ou aerogerador de velocidade fixa. Deve ser mencionado que o gerador

    de induo de rotor em gaiola usado em aerogeradores pode girar em duas

    velocidades distintas, mas constantes, pela mudana do nmero de polos do

    enrolamento do estator(CARVALHO, 2003).

    O gerador de induo de rotor em gaiola consome energia reativa. Na maioria

    dos casos isto indesejado por causa dos problemas de nvel de tenso no ponto

    de conexo devido ao fluxo de potncia reativa na rede eltrica (CARVALHO, 2003).

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    Uma observao importante que geradores sncronos diretamente ligados

    rede eltrica, e que esto presentes na maioria das estaes de gerao tradicional,

    no so usados nos aerogeradores. Apesar disso aerogeradores com geradores

    sncronos conectados diretamente a rede eltrica foram construdos no passado e

    atualmente no so mais utilizados. Sua caracterstica dinmica desfavorvel

    quando usado com uma mquina primria com potncia flutuante, causa

    carregamentos causando grandes riscos de instabilidade durante as rajadas de

    vento. Alm disso, o gerador sncrono dever ser sincronizado antes de ser

    conectada a rede eltrica e isso tambm arriscado (MONTICELLI, 2004).

    O presente trabalho ir utilizar aerogeradores com geradores de induo com

    rotor em gaiola de esquilon devido as vantagens mencionadas acima. O prximo

    tpico ir apresentar brevemente alguns conceitos importantes sobre as mquinas

    eltricas de induo.

    3.5. MQUINAS DE INDUO

    Segundo (MEDEIROS, 2005) os geradores de induo ou alternadores no

    so propriamente um gerador, mas sim um motor de induo utilizado para gerarenergia. As mquinas de induo com rotores do tipo gaiola so frequentemente

    comparadas de modo favorvel cos os demais tipos de mquinas eltricas so

    robustas, apresentam um baixo custo de implementao e de manuteno alm de

    possuir uma alta densidade de potncia (W/kg). Os geradores de induo raramente

    so utilizados como geradores, devidos sua regulao de tenso ruim e variao

    da frequncia sncrona, mesmo quando acionada sob velocidade constante no rotor

    e quando alimenta cargas com alto fator de potncia.

    A seguir sero apresentadas algumas caractersticas dos geradores de induo:

    simplicidade - a ausncia de bobinas, aneis coletores no rotor e escovas,

    tornam o GI uma mquina com uma manuteno mais simples e demorada se

    comparada aos geradores sncronos. Em micro centrais geradoras como

    pequenos parques elicos operando em reas isoladas de difcil acesso

    levada em conta no planejamento inicial do projeto.

    sincronismo - o GI dispensa a utilizao de colunas de sincronismo,

    diminuindo o custo de sua instalao. Outra vantagem em relao a

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    proteo, pois para pequenas centrais mais vivel utilizar disjuntores

    termomagnticos. No entanto quando h duas mquinas em paralelo,

    interessante utilizao de disjuntores termomagnticos motorizados para

    facilidade de operao e sincronismo entre as mquinas, mas que so mais

    caras comparadas aos disjuntores termomagnticos comuns, como os GI no

    necessitam de sincronizao estes custos diminuem ainda mais.

    excitao - GI utilizam um banco de capacitores para sua excitao. Possui a

    vantagem de ser um sistema esttico, ou seja, no possui componentes

    rotativos, se comparado aos geradores sncrono, que normalmente utiliza

    sistemas rotativos para excitao (tipo "brushless"), podendo tambm ser

    excitada por excitatriz esttica aumentando o custo de sua implantao.

    3.6. SIMULAO REALIZADA

    Os geradores de induo foram inseridos com o comando no software

    ANAREDE e ANATEN pela funo DMOT, que serve para representar motores de

    induo. O elemento pode ser inserindo representando um aerogerador. Faz-se

    necessrio entrar com o nmero de unidades e os parmetros dos geradores, como

    resistncia e reatncia do estator e do rotor, assim como a reatncia de

    magnetizao e a potncia nominal, este valores foram inseridos utilizando os

    valores do exemplo real apresentado nos manuais (ANAREDE, 2009), (ANATEN,

    2009). Vale lembrar que para este comando funcionar como um GI necessrio

    inserir um sinal negativo no campo especfico do DMOT.

    As figuras 21-25 mostram as curvas da potncia reativa dos geradores com a

    tenso terminal do sistema inicial e inserindo geradores de induo com rotores emgaiola. As barras em que os geradores foram escolhidos aleatoriamente desde que

    no sejam as barras em que j estejam conectados geradores.

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    Figura 22 - Potencia reativa do gerador da barra 2 do sistema de 14 barras

    instvel com DMOT

    Figura 23 - Potencia reativa do gerador da barra 3 do sistema de 14 barras

    instvel com DMOT

    Figura 21 - Potencia reativa do gerador da barra 1 do sistema de 14

    barras instvel com DMOT

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    Figura 24 - Potencia reativa do gerador da barra 6 do sistema de 14 barras

    instvel com DMOT

    Figura 25 - Potencia reativa do gerador da barra 8 do sistema de 14 barras

    instvel com DMOT

    Mesmo que analisando as curvas das figuras 23-27, pode se notar que o

    sistema se tornou estvel sem precisar do aumento das tenses terminais dos

    geradores como mostrado no tpico 2.4 deste trabalho. Mesmo que os geradores

    suportem o distrbio, para todas as barras analizadas os limites da potncia reativa

    no foi respeitada como pode ser observada na tabela 10.

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    Tabela 10- Valores de potncia reativas mnimas e mximas dos geradores

    dados do circuito dos barramentos

    Potncia Reativa Mximas e Mnimas [KVAr]

    Barra Mnimo Mximo

    1

    2 -40 50

    3 0 40

    6 -6 24

    8 -6 24

    Como a utilizao de geradores de elicos (de induo) no foi satisfatria, a

    soluo encontrada segundo Basset foi a de inserir bancos de capacitores estticos

    em paralelo as barras mais carregadas, ou seja onde houvesse uma maior

    quantidade de potncia requerida pela carga. As barras onde existem uma maior

    concentrao de carga so as barras 5 e 11 (olhando o DBAR do sistema teste de

    14 barras), em seguida vrios valores de bancos de capacitores foram implantadosnestas barras sendo ento simulados no programa ANAREDE e ao convergir era

    gerado os grficos pelo ANATEN. Os valores que obtiveram os limites mais

    prximos possvel dos valores aceitos foram de 54 KVAr para o barramento 5 e de

    100 KVAr para a barra 11, as curvas das figuras 28-32 mostram os valores

    geradores levando o sistema a estabilidade e ainda mantendo as potncias ativas

    dentro dos limtes. As figuras 26-30 mostram as novas curvas geradas.

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    Figura 27 - Potencia reativa do gerador da barra 2do sistema de 14 barras

    estvel com DMOT e banco de capacitores

    Figura 28 - Potencia reativa do gerador da barra 3 do sistema de 14 barras

    estvel com DMOT e banco de capacitores

    Figura 26 - Potencia reativa do gerador da barra 1 do sistema de 14

    barras estvel com DMOT e banco de capacitores

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    Figura 29 - Potencia reativa do gerador da barra 6 do sistema de 14 barras

    estvel com DMOT e banco de capacitores

    Figura 30 - Potencia reativa do gerador da barra 8 do sistema de 14 barras

    estvel com DMOT e banco de capacitores

    Como pode ser observado a insero de banco de capacitores nas barras 5 e

    11 melhoraram a estabilidade do sistema levando quase todas as curvas dos

    geradores a estarem dentro de seus limites de potncia reativa, a potncia reativa do

    gerador ligada a barra 3 est com um valor de 7 KVAr acima do seu limite mximovalor aceitvel podendo ser justificado pela carta de capabilidade da mquina da

    mquina sncrona quando se diminui a sua gerao de potncia ativa.

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    4. Captulo 4

    4.1. TRABALHOS FUTUROS

    So sugeridos os seguintes trabalhos futuros:

    Avaliar o modelo em estudos de estabilidade, tais como curto-circuito evariao dinmica de tenso. Neste caso devem ser includas no modelo ascaractersticas do eixo da turbina elica;

    Estudo com outras mquinas como geradores (geradores CC).

    Atuar nas anlises de operao

    Usar outros sistemas.

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    4.2. CONCLUSO

    Como aerogeradores operam geralmente isolados das cargas as potncias

    ativas das cargas CA influenciam consideravelmente a amplitude e a frequncia da

    tenso do gerador, mesmo mantendo a velocidade do rotor seja a mesmo por

    reguladores de velocidade que neste trabalho no foram utilizados. Se for

    considerado que as que perdas (mecnicas e magnticas), a potncia eltrica dos

    geradores so um produto entre a velocidade angular do rotor e o conjugado no eixo

    do rotor. Considerando ainda que a velocidade do rotor no varie o aumento da

    potncia ativa da carga deve produzir uma queda na frequncia sncrona, pois esta

    a nica forma de elevar o conjugado a fim de atender a nova demanda da carga

    por isso que geradores de induo tem uma regulao de tenso ruim se

    comparadas a outras mquinas eltricas.

    Como pode ser observada a regulao dos geradores de induo so

    afetadas pelo aumento da carga ativa que consequentemente foram os gerador a

    aumentar o conjugado diminuindo assim a frequncia sncrona, alm das quedas de

    tenso causadas pelas resistncias e reatncias de disperso do estator e do rotor

    (BASEET). Os bancos de capacitor tende a melhor a regulao dos geradores

    indutivos, pois afetam o controle da tenso(atuam na excitao do campo) e da

    frequncia.

    A hiptese de que geradores de induo conectados no sistema eltrico de

    potncia isolada tende ter banco de capacitores conectados ao sistema foi

    confirmada neste trabalho, porque somente coma a insero de banco de

    capacitores praticamente todos os geradores do sistema de 14 barras alm de

    convergirem entraram nos limites de potncia reativa estabelecidos para as barras.

    Devido ao auto custo da construo dos aerogeradores muitos utilizam os GI, pois

    so mais baratos do que geradores sncronos alm de ter uma manuteno mais

    simples de ser realizada por isso a escolha de se utilizar este tipo de mquina

    eltrica para a realizao deste trabalho.

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    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    AFFONSO, Carolina de M.; SILVA, Luciano J. da and. SILVA, Luis C. P. da.

    Avaliao da estabilidade de tenso do sistema brasileiro: um caso de estudo. SbaControle & Automao [online]. 2008, vol.19, n.3, pp. 327-336. ISSN 0103-1759.

    ALMEIDA, B.A, AT AL.,26 DE MARO DE 2013. PROBABILISTIC VOLTAGE

    STABILITY ASSESSMENT CONSIDERING RENEWABLE SOURCES WITH THE

    HELP OF THE PV AND QV CURVES. IET RENEWABLE POWER GENERATION.

    THE INSTITUTION OF ENGINEERING AND TECHNOLOGY.VOL. 7, ISS. 5, PP.

    521

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    ANAREDE, Programa deAnlise de Redes, Manual do Usurio, CEPEL, 2009.

    ANATEM, Anlise de Transitrios Eletromecnicos, Manual do Usurio,CEPEL,

    2009.

    ANEEL, Agncia Nacional de Energia Eltrica, site: http://www.aneel.gov.br/

    BASSET, E. D., POTTER, F. M. Capacitive excitation of induction generators.

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    CARVALHO P. A., ESTANQUEIRO A. I., FEITOSA E. A., PEREIRA A. L. Guia de

    Projeto Eltrico de Centrais Elicas - Volume 1 Projeto Eltrico e Impacto de

    Centrais Elicas na Rede Eltrica. Recife, 2003.

    DUGAN, R. C., el al., Electrical Power Systems Quality. Nova York: McGraw Hill,

    2012.

    DUTRA, R. M. Propostas de Polticas Especficas para Energia Elica no Brasil aps

    a Primeira Fase do PROINFA. (Tese Doutorado). Rio de Janeiro.2008.

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    Eletrobrs. Perturbao dos dias 24 e 25 de abril de 1997 no sistema interligado,

    julho 1197. Relatrio Eletrobras SCO/SCEL/01/97.

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    EMPRESA DE PESQUISA ENERGGITICA -EPE, Demanda de energia eltrica - 10

    anos, Rio de janeiro, acessado em 14/05/2014

    Energia elica na Dinamarca. http//www.windpower.dlk/tour/

    Farret, F.A. Aproveitamento de pequenas fontes de energia elica, Ed. Ufsm, Rio

    Grande do Sul, 1999.

    FERRAZ, A. P. C. Avaliao da Operao de Geradores Elicos em Regime

    Estacionrio Considerando a Conexo Direta Rede Eltrica. Trabalho de

    Concluso de Curso. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro

    RJ. Maro de2010

    JANGAMSHETTI, S.H.; GURUPRASADA RAU, V., Normalized Power Curves as a

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    Kundur, P., 1994, Power System StabilityandControl, McGraw-Hill, Inc., USA.

    MEDEIROS, D. M.; VIANA, A. N. C.; REZEK, . J. J., 2005,"Estudo de geradores de

    induo na gerao de energia eltrica em microcentrais hidreltricas"- Universidade

    Federal de ItajubUNIFEI.

    MOHN FRITZ WALTER, Uso de Modelos Desacoplados em Estudos de

    Estabilidade de Tenso, Itajub, junho de 2005.

    MONTEZANO, B. E. M. Modelo Dinmico de Visualizao de um Aerogerador com

    Velocidade de Rotao Varivel e controle de Passo em VRML. Monografia de

    GraduaoUFRJ. Rio de Janeiro, Brasil, 2007.

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    MONTICELLI, P. M., "Um Estudo do Aerogerador de velocidade Varivel e Sua

    Aplicao para Fornecimento de Potncia Eltrica". Faculdade Federal de Juiz de

    Fora-UFJF, Juiz de Fora, Minas Gerais - MG. Outubro de 2004

    MOURA, C. J., Proteo de Sistemas Eltricos: Uma Viso de sua Utilizazao em

    Parques Elicos. Monografia para concluso de ps-Graduao Lato Sensu em

    Formas Alternativas de Energia apresentada, Universidade Federal de Lavras-UFLA,

    lavras, Minas Gerais-MG, 2011.

    MOURA, C. J., Proteo de Sistemas Eltricos: Uma Viso de sua Utilizazao em

    Parques Elicos. Monografia para concluso de PS-GRADUAO Lato Sensu em

    Formas Alternativas de Energia apresentada, Universidade Federal de Lavras-UFLA,

    lavras, Minas Gerais-MG, 2011.

    NAZARI, M. H., LLIC, M.,4 DE JUNHO DE 2013. DYNAMIC MODELLING AND

    CONTROL OF DISTRIBUTION ENERGY SYSTEMS:COMPARISON WITH

    TRANSMISSION POWER4 SYSTEMS. IET RENEWABLE POWER GENERATION.

    THE INSTITUTION OF ENGINEERING AND TECHNOLOGY.2014, VOL. 8, ISS. 1,

    PP. 2

    NIECKARZ, G., Desempenho de geradores Usados em Parques Elicos no

    Comportamento de tenses de Sistemas Eltricos de Potncia. Trabalho de

    Concluso de Curso. Universodade Federal de santa Catarina. Santa Catarina,

    Espirito Santos-ES, 2013.

    PAIVA, Isabella de Freitas Borges de Comportamento da Curva QV nas barras da

    regio Critica de um Sistema Eltrico, 2007 Dissertao de Mestrado, UNIFEI

    PEREIRA, R.M.M., FERREIRA, C.M.M. AND BARBOSA F.P.M., COMPARATIVE

    STUDY OF STATCON AND SVC PERFORMANCE ON DYNAMIC VOLTAGE

    COLLAPSE OF AN ELETRIC POWER SYSTEM WITH WIND GENETION. IEEE

    LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL.12 NO.2, MARO DE 2014.

    R.S.MOURA,. ET AL, BLOCKING REATIVE POWER GENERATION AS A

    VOLTAGE CONTROL MEASURE, IN INTERNATIONAL CONFERENCE ONELECTRICITY DISTRIBUTION, 0532, JUNHO DE 2013.CIRED2013 SESSION 3.

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    Relatrio de Iniciao Cientfica PIBITInstituto Federal de Minas GeraisCampos

    Formiga, Otimizao da captao de um painel solar a partir do desenvolvimento de

    um seguidor solar.

    SODRE ,E. A., Avaliao esttica da estabilidade de tenso usando o mtodo da

    continuao. Dissertao de Mestrado - Engenharia Eltrica / UFSC, Agosto 1996.

    TAYLOR , C.W., Power System VoltageStability. McGraw Hill, 1994.

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    ANEXO AFLUXO DE POTNCIA NO ANAREDE O CDIGO DE EXECUO

    DBAR ONDE DESCRITA AS BARRAS CA DO SISTEMA DE 5 BARRAS.

    Tabela 11 - Dados DBAR do sistema de 5 barras

    Barra Tipo da Barra Tenso PGERADA QGERADA QMIN QMX

    1 V 1,017 45 Aberto Aberto

    2 PV 1,025 135 19,56 Aberto Aberto3 PQ 1,006

    4 PQ 1,014

    5 PQ 1

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    ANEXO BFLUXO DE POTNCIA NO ANAREDE O CDIGO DE EXECUO

    DBAR ONDE DESCRITA AS BARRAS CA DO SISTEMA DE 14 BARRAS.

    Tabela 12 - Dados DBAR do sistema de 14 barras

    Barra Tipo da Barra Tenso PGERADA QGERADA QMIN QMX

    1 V 1,06 220,1 -16,9

    2 PV 1,045 298 42,4 -40 50

    3 PV 1,01 0 23,4 0 40

    4 PQ 1,019

    5 PQ 1,026 PV 1,07 0 12,2 -6 24

    7 PQ 1,062

    8 PV 1,09 0 17,4 -6 249 PQ 1,056

    10 PQ 1,05111 PQ 1,057

    12 PQ 1,055

    13 PQ 1,05

    14 PQ 1,036

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    ANEXO CEXEMPLO DA FUNO DMOT DO MANUAL DO ANAREDE

    DMOT

    (Num) OE GrS(C) (U) ( Rs) ( Xs) ( Xm) ( Rr) ( Xr) (HPb) (T) (P) (B)

    4 10- 40 8 .7 10. 320. 1. 9. 500.

    5 10- 40 8 .7 10. 320. 1. 9. 500.

    7 10- 40 8 .7 10. 320. 1. 9. 500.

    9 10- 40 8 .7 10. 320. 1. 9. 500.

    99999