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Mantra YogaPedro KupferMódulo 2 . Mantras no Cotidiano13. Mantra do Alimento || Brahmārpaṇa
Oṁ brahmārpaṇaṁ brahma haviḥ | brahmāgnau brahmaṇāhutam |brahmaiva tena gantavyaṁ | brahmakarma samādhinā ||
hariḥ oṁ. || śrī gurubhyo namaḥ || hariḥ oṁ. ||Oṁ namaḥ Pārvatīpataye Hara Hara Mahādeva ||
Olá, havendo aprendido o mantra para a luz da lamparina no nosso último encontro, hoje veremos o mantra para consagrar o alimento. Ele é uma estrofe do imortal diálogo entre o Śrī Kṛṣṇa e o príncipe Arjuna, respectivamente mestre e aluno, naquele que vem a ser o mais importante livro sobre Yoga de todos os tempos: a Bhagavadgītā. Nós já mencionamos essa obra quando fizemos o Mantra para Superar Obstáculos. Esta estrofe está no quarto capítulo (IV:24) desse texto fundamental da tradição do Yoga.
Diferentemente do que possa parecer à primeira vista, este mantra não é precisamente um agradeci-mento, mas uma maneira de tomar consciência do significado do ato de nutrir-se. Consiste em levar a mesma consciência da unidade que permeia todas as coisas para o nosso prato. A ideia é usarmos este mantra a cada refeição. Podemos fazer ele mentalmente com os olhos fechados, o que irá nos levar apenas alumas poucas respirações profundas à beira da mesa, ou ainda verbalizá-lo em voz alta se preferirmos.
A tradução diz assim: “Para [o homem que se libertou de seus condicionamentos], o ato de fazer a oferenda é Brahman, a oblação é Brahman. Por Brahman é oferecido no fogo que é Brahman. Brahman é o objetivo a ser conhecido por aquele que percebe Brahman em suas ações”. E termina com a tradicional saudação aos Mestres, “Śrī gurubhyo namaḥ, Hariḥ Oṁ”.
Isto significa que toda ação, todo momento, todo lugar, são oportunidades para cultivarmos a consciência de que não estamos sós, de que não há, nunca houve e nunca haverá, separação. E de que, portanto, não precisa haver aflição ou sofrimento, nunca. Nascemos, crescemos, vivemos e somos sustentados pelo Pleno. Cada ação é feita a cada momento graças e através da presença do Ser invariável. Cada gesto, por pequeno ou banal que pareçe, é uma boa oportunidade para tomarmos consciência da Plenitude que permeia a criação, em todas as situações, tempos e lugares.
No contexto original do diálogo da Bhagavadgītā em que aparecem estes versos, Kṛṣṇa explica ao seu amigo Arjuna qual é a atitude do devoto consciente frente ao altar do fogo, na hora de fazer uma oferenda. Desde a perspectiva da pessoa que se libertou dos condicionamentos, o mantra diz quatro coisas.
A primeira é que a ação de realizar a oferenda é manifestação do Ser Ilimitado, Brahman. A segunda, que aquilo que é oferecido é manifestação do Ilimitado. O terceiro elemento é que aquele que realiza a ação que a oferenda igualmente é manifestação do Ilimitado. E, por último, o fogo ao qual a oferenda é feita é também manifestação do Ilimitado.
À beira da mesa, a cada refeição, podemos ver o ato de nos alimentar com o mesmo olhar. A ação de comer é manifestação do Ilimitado. O alimento que você ingere é manifestação do Ilimitado. Você, que ingere o alimento, é manifestação do Ilimitado. O fogo digestivo, que assimila o alimento, é igualmente manifestação do Ilimitado.
Como já fizemos anteriormente, praticaremos este mantra da seguinte forma: vamos ouvir primeiro ele inteiro, uma vez. Na continuação, ouvimos e repetimos verso por verso, três vezes do início ao fim. Logo, finalizamos verbalizando a estrofe inteira, mais três vezes.
Oṁ brahmārpaṇaṁ brahma haviḥ | brahmāgnau brahmaṇāhutam |brahmaiva tena gantavyaṁ | brahmakarma samādhinā ||śrī gurubhyo namaḥ || hariḥ oṁ. || Bhagavadgītā, IV:24 ||
Oṁ namaḥ Pārvatīpataye Hara Hara Mahādeva ||
Um detalhe interessante é que este mantra não torna significativo apenas o momento de nos alimen-tar, mas também pode ser aplicado a outras ações ao longo do dia. Fica então aqui o convite para lembrar destas palavras de sabedoria da Bhagavadgītā noutros momentos ao longo do dia de hoje. Assim, podemos cultivar, agora, daqui a pouco, na próxima refeição e na seguinte, a consciência da Unidade nas ações.
Bom, na próxima aula veremos o mantra para nos purificar com as águas, seja ao tomar banho, seja ao entrar no mar, uma cachoeira ou um rio, para dar um mergulho. Até lá. Namaste!
Mantra YogaPedro KupferMódulo 2 . Mantras no Cotidiano13. Mantra do Alimento || Brahmārpaṇa
Oṁ brahmārpaṇaṁ brahma haviḥ | brahmāgnau brahmaṇāhutam |brahmaiva tena gantavyaṁ | brahmakarma samādhinā ||
hariḥ oṁ. || śrī gurubhyo namaḥ || hariḥ oṁ. ||Oṁ namaḥ Pārvatīpataye Hara Hara Mahādeva ||
Olá, havendo aprendido o mantra para a luz da lamparina no nosso último encontro, hoje veremos o mantra para consagrar o alimento. Ele é uma estrofe do imortal diálogo entre o Śrī Kṛṣṇa e o príncipe Arjuna, respectivamente mestre e aluno, naquele que vem a ser o mais importante livro sobre Yoga de todos os tempos: a Bhagavadgītā. Nós já mencionamos essa obra quando fizemos o Mantra para Superar Obstáculos. Esta estrofe está no quarto capítulo (IV:24) desse texto fundamental da tradição do Yoga.
Diferentemente do que possa parecer à primeira vista, este mantra não é precisamente um agradeci-mento, mas uma maneira de tomar consciência do significado do ato de nutrir-se. Consiste em levar a mesma consciência da unidade que permeia todas as coisas para o nosso prato. A ideia é usarmos este mantra a cada refeição. Podemos fazer ele mentalmente com os olhos fechados, o que irá nos levar apenas alumas poucas respirações profundas à beira da mesa, ou ainda verbalizá-lo em voz alta se preferirmos.
A tradução diz assim: “Para [o homem que se libertou de seus condicionamentos], o ato de fazer a oferenda é Brahman, a oblação é Brahman. Por Brahman é oferecido no fogo que é Brahman. Brahman é o objetivo a ser conhecido por aquele que percebe Brahman em suas ações”. E termina com a tradicional saudação aos Mestres, “Śrī gurubhyo namaḥ, Hariḥ Oṁ”.
Isto significa que toda ação, todo momento, todo lugar, são oportunidades para cultivarmos a consciência de que não estamos sós, de que não há, nunca houve e nunca haverá, separação. E de que, portanto, não precisa haver aflição ou sofrimento, nunca. Nascemos, crescemos, vivemos e somos sustentados pelo Pleno. Cada ação é feita a cada momento graças e através da presença do Ser invariável. Cada gesto, por pequeno ou banal que pareçe, é uma boa oportunidade para tomarmos consciência da Plenitude que permeia a criação, em todas as situações, tempos e lugares.
No contexto original do diálogo da Bhagavadgītā em que aparecem estes versos, Kṛṣṇa explica ao seu amigo Arjuna qual é a atitude do devoto consciente frente ao altar do fogo, na hora de fazer uma oferenda. Desde a perspectiva da pessoa que se libertou dos condicionamentos, o mantra diz quatro coisas.
A primeira é que a ação de realizar a oferenda é manifestação do Ser Ilimitado, Brahman. A segunda, que aquilo que é oferecido é manifestação do Ilimitado. O terceiro elemento é que aquele que realiza a ação que a oferenda igualmente é manifestação do Ilimitado. E, por último, o fogo ao qual a oferenda é feita é também manifestação do Ilimitado.
À beira da mesa, a cada refeição, podemos ver o ato de nos alimentar com o mesmo olhar. A ação de comer é manifestação do Ilimitado. O alimento que você ingere é manifestação do Ilimitado. Você, que ingere o alimento, é manifestação do Ilimitado. O fogo digestivo, que assimila o alimento, é igualmente manifestação do Ilimitado.
Como já fizemos anteriormente, praticaremos este mantra da seguinte forma: vamos ouvir primeiro ele inteiro, uma vez. Na continuação, ouvimos e repetimos verso por verso, três vezes do início ao fim. Logo, finalizamos verbalizando a estrofe inteira, mais três vezes.
Oṁ brahmārpaṇaṁ brahma haviḥ | brahmāgnau brahmaṇāhutam |brahmaiva tena gantavyaṁ | brahmakarma samādhinā ||śrī gurubhyo namaḥ || hariḥ oṁ. || Bhagavadgītā, IV:24 ||
Oṁ namaḥ Pārvatīpataye Hara Hara Mahādeva ||
Um detalhe interessante é que este mantra não torna significativo apenas o momento de nos alimen-tar, mas também pode ser aplicado a outras ações ao longo do dia. Fica então aqui o convite para lembrar destas palavras de sabedoria da Bhagavadgītā noutros momentos ao longo do dia de hoje. Assim, podemos cultivar, agora, daqui a pouco, na próxima refeição e na seguinte, a consciência da Unidade nas ações.
Bom, na próxima aula veremos o mantra para nos purificar com as águas, seja ao tomar banho, seja ao entrar no mar, uma cachoeira ou um rio, para dar um mergulho. Até lá. Namaste!