livro biografias dos devotos de deus

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    BHAKTISIDDHANTA SARASVATI THAKURA

    Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura, o guru de A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, apareceu em Sri Ksetra Dhama (Jagannatha Puri) a 6 de fevereiro de 1874como Filho de Srila Saccinanda Bhaktivinoda Thakura. Em sua infncia ele rapidamente dominou os Vedas, memorizou o Bhagavad-gita, e saboreava as obras filosficasde seu pai. Tornou-se conhecido como A Enciclopdia Viva devido a seu vasto conhecim

    ento.

    Ele pregava convincentemente contra fanticos pelas castas e os desvios filosficosdo Gaudiya Vaisnavismo. Tentou unir as quatro sampradayas Vaisnavas publicando seus ensinamentos. Srila Sarasvati Thakura ganhou o ttulo de Nrsimha Guru por seudestemor e poderosa transmisso do siddhanta Vaisnava. Mayavadis atravessavam a rua para evitar de confrontar o guru-leo. Alm de ser um corajoso pregador, era ornamentado com todas as qualidades divinas e cheio de amor exttico por Deus. Estabeleceu 64 templos Gaudiya Math na ndia e centros na Birmnia (Miyanmar), Inglaterra e Alemanha.

    Srila Sarasvati Thakura escavou o local de aparecimento do Senhor Chaitanya no Y

    ogapitha em Sridhama Mayapur, apesar de pesada oposio por parte dos Goswamis de casta de Navadvipa, vidos de dinheiro. Construiu um belo templo Gaudiya Math ali.

    Suas trs Brhat-mrdangas (prensas tipogrficas) em Madras, Calcut, e Krishna-nagara,costumavam jorrar livros, revistas, e jornais para espalhar a mensagem de Sri Gauranga Mahaprabhu.

    Quando perguntado porque imprimia um jornal espiritual dirio intitulado Nadia Prakash, Srila Sarasvati Thakura respondeu. Se uma insignificante cidade pode produzir cinco jornais dirios, ento por que no podemos publicar um jornal a cada segundosobre as eternas, sempre novas atividades da Suprema Personalidade de Deus em Seu ilimitado planeta espiritual, Goloka Vrindavana?

    Alm dos escritos de seu pai, ele publicou muitos shastras autorizados: Bhagavad-gita, Srimad Bhagavatam, Chaitanya Bhagavata, Chaitanya Mangala, Prema-bhakti-chandrika, e seu livro favorito Chaitanya Charitamrta. Predisse que estrangeiros iriam aprender Bengali a fim de saborear o nctar deixado por Srila Krishna Dasa Kaviraja no Chaitanya Charitamrta.

    Ele introduziu muitas inovaes para expandir a pregao. Por toda ndia organizava expositeistas grtis e dioramas retratando os passatempos de Sri Krishna e Sri Chaitanya Mahaprabhu. Empregando a mais recente tecnologia, at mesmo tinha bonecos animados. Para comemorar os muitos locais sagrados visitados pelo Senhor Chaitanya eleinstalou impresses de mrmore dos ps de ltus do Senhor. Quebrando a tradio, permitiaue seus sannyasis usassem kurtas e casacos costurados, que andassem em carros e

    barcos a motor, e carregassem a mensagem de Mahaprabhu atravessando o mar at a Europa.

    As revolucionrias idias de pregao de Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati originavam-se do princpio shastrico de yukta-vairagya exposto pelo rasa acharya Srila Rupa Goswami. Sendo uma alma eternamente liberada, Srila Sarasvati Thakura sabia como ocupar perfeitamente Maya (a energia ilusria) no servio do Senhor Krishna.

    Seguindo os passos de Srila Thakura Bhaktivinoda, ele pregou daivi varnashrama para harmonizar a sociedade e proporcionar realizao espiritual a todos. Advogando os ensinamentos de Sri Rupa e Sri Raghunatha Dasa Goswamis, ensinou a cincia do servio devocional, e mostrou a milhares como obter amor puro por Sri-Sri Gandharvika-Giridhari (Radha-Krishna).

    Alm de seu fenomenal sucesso na pregao da ndia, a maior contribuio de Srila Bhaktisihanta Sarasvati Thakura foi A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, que ele inicio

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    u e inspirou a distribuir conscincia de Krishna pelo mundo todo. Quando pediram aSrila Prabhupada para descrever seu mestre espiritual Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura, ele disse: Que posso dizer? Ele era um homem de Vaikuntha.

    Nos passatempos eternos de Radha-Govinda em Goloka Vrindavana, Srila Sarasvati Thakura serve como Nayana-mani manjari. Seus pushpa samadhis esto no Radha-kunda eRadha Damodara (16,35)

    BHUGARBHA GOSWAMI

    Sri Bhugarbha Goswami um discpulo de Sri Gadadhara Pandit. Sri Bhugarbha Goswamitinha uma amizade ntima com Sri Lokanatha Goswami. Inspirados pelo Senhor Chaitanya, eles eram os primeiros e mais seniores dos devotos a se fixarem em Vrindavana. Antes da chegada de Sri Rupa e Sri Sanatana Goswamis eles tentaram descobriros locais sagrados perdidos de Radha-Govindaji.

    Diferente da abordagem agressiva dos cientistas modernos para descobrir o desconhecido, Bhugarbha e Lokanatha Goswamis encontraram as florestas dos passatemposde Krishna pelo humilde mtodo da rendio. Eles simplesmente perambulavam por Vrindav

    ana clamando os nomes das doze florestas: Bhandiravan, Kamyavan, Mahavam, Talavan... E Srimati Vrinda Devi ( a mantenedora das florestas e uma expanso da potncia depassatempos de Krishna) revelou a localizao exata de cada uma das florestas.

    Conta-se que para evitar distraes materiais Bhugarbha realizava seu bhajana subterraneamente. Assim ele recebeu o nome de Bhugarbha (bhu significa terra, garbha significa caverna, ventre, local oculto). Ele Prema-manjari ou Bhadra Rekhika nanitya-nikunja lil de Radha Gopinatha. Seu samadhi fica prximo ao de Sri Rupa Goswami no ptio do templo Radha Damodara. (17,35)

    DEVANANDA PANDITVivendo em Kuliya durante os passatempos de Sri Chaitanya, Sri Devananda Panditfazia leituras profissionais do Srimad Bhagavatam tingidas de filosofia Mayavada

    . Um dia Srivasa Pandit ouviu seu Bhagavata-katha, comeou a chorar, e caiu ao solo. Ficando perturbados por essa demonstrao, os tolos discpulos de Devananda jogaramSrivasa para fora da assemblia. Por observar silenciosamente este mau comportamento de seus discpulos, devananda cometeu o hasti-mata aparadha, a ofensa do elefante louco de blasfemar um devoto puro do Senhor Chaitanya.Mais tarde, pela misericrdia de Vakresvara Pandit, um devoto ntimo de Sri Gaura Raya, Devananda entendeu a divindade de Sri Krishna Chaitanya e rendeu-se a Ele. OSenhor perdoou sua ofensa e abenoou-o com bhakti. Ele serve na Krishna lila comoBhaguri Muni.

    GAURA KISHORA DASA BABAJI MAHARAJA

    Em 1849, Srila Gaura Kishora Dasa Babaji deixou a vida de grhasta aps a morte desua esposa. Ele mudou-se para Vrndavana e tomou iniciao de Sri Bhagavata Dasa Babaji, um discpulo de Sri Jagannatha Dasa Babaji. Por mais de trinta anos Gaura Kishora Dasa Babaji permaneceu em Vrndavana realizando bhajana sob as rvores em Giri-Govardhana, Nandagrama, Varsana, Radha-kunda, Surya-kunda, Raval, Gokula.

    Sentado no isolamento, ele cantava 200.000 nomes de Krishna todo dia (128 voltasde japa). Ele sentia dolorosa separao de Radha-Govinda e chorava profusamente. Enquanto vagava pelas dvadasa vana (12 florestas) de Vraja, cantava alto os santosnomes numa voz profunda cheia de lamentao. Ele tambm saboreava o seguinte bhajan:

    kothay go prema-mayi radhe radhe!radhe radhe go jaya radhe radhe!

    dekha diya prana rakho radhe radhe!tomar kangal tomay dake radhe radhe!radhe vrindavana-vilasini radhe radhe!

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    radhe kanu-mano-mohini radhe radhe!radhe astha-sakhir siromani radhe radhe!radhe vrsabhanu-nandini radhe, radhe!

    Radhe Radhe! Onde ests, Deusa do amor exttico? Radhe Radhe! Todas as glorias a TiRadhe Radhe! Radhe Radhe! Por favor mostra-Te para mim e atravs disso mantenha minha vida. Teu

    mais desprezvel servo cado clama por Ti, Radhe Radhe! Radhe! engenhosa desfrutadora de Vrindavana. Radhe Radhe! Radhe! encantadora damente de Kanu (Krishna). Radhe Radhe! Radhe! jia real de Tuas oito principais amigas. Radhe Radhe! Radhe! deliciosa fha de Maharaja Vrsabhanu. Radhe Radhe!

    O humor de renncia de Srila Babaji Marahaja era sem paralelo. s vezes ele comia argila das margens do Radha-kunda ou do Yamuna. Outras vezes ele tomava madhukaridos Vrajavasis. Madhukari a prtica diria de um babaji de mendigar um pouco de alimento de uma a sete casas, assim como uma abelha coleta uma gota de mel de cada flor. Ele via todos os Vrajavasis (residentes de Vrindavana) como sendo associados pessoais diretos de Radha e Krishna. Como resultado desta viso, ele prestava re

    speitos a cada pessoa, vaca, animal, ave, rvore, trepadeira, inseto, formiga no sagrado dhama.

    Enquanto permaneceu em Varsana ele fazia uma guirlanda de flores todo dia para Ra e Kanu (Radha-Krishna). Aps trinta anos de prestar servios ntimos a Radha e Krishna em Vrndavana, Babaji sentiu-se inspirado pelo Casal Divino a Ver Sri NavadvipaDhama. Ele visitou todos os lila sthanas do Senhor Gauranga em Gaura Mandala. Em Navadvipa, ele costumava cantar um bhajana que significa: Por receber a misericrdia de Nitai se consegue a misericrdia de Gauranga, que nos torna elegvel para Krishna prema. Com Krishna prema se pode obter o servio de Srimati Radharani e das gopis.

    Gaura Kishora Dasa Babaji era a forma encarnada da renncia de Sri Rupa-Raghunatha

    . Completamente desapegado, ele lavava pano descartado para cobrir seu corpo. Bebia de um pote de barro rejeitado. Arroz ressecado misturado com gua do Ganges ousimplesmente algum barro da margem do Ganga sustinha sua vida.

    Ele carregava dois livros escritos por Sri Narottama Dasa Thakura. Prarthana e Prema-bhakti-chandrika. No Ekadasi ele nem comia ou bebia uma gota dgua. Reconhecendo-o como um mahabhagavata muitos tentavam servir, porm nunca ele aceitava.

    Regularmente, ele se associava com e ouvia o Srimad-Bhagavatam de Srila ThakuraBhaktivinoda em Svananda sukhada kunja em Godrumadvipa. Constantemente absorvidoem bhajana, Srila Babaji Maharaja no tinha desejo de fazer discpulos. A pedido deBhaktivinoda Thakura, contudo, ele reconsiderou. Ao ver a verdadeira humildadee profundo apego do filho de Thakura Bhaktivinoda por bhajana, Srila Gaurakishora Dasa Babaji aceitou um discpulo Sri Varsabhanavi-dayita Dasa (Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura).

    Para evitar que pessoas mundanas se aproximassem dele para bnos materiais, uma vezresidiu nos lavatrios no Kuliya Dharmashalla (em Koladvipa) por seis meses. Quando funcionrios pblicos vieram se oferecer para construrem um bhajana kutir adequado,Babaji Maharaja trancou-se por dentro e disse que j tinha um. Ele acreditava queassociar-se com pessoas materialistas muito pior que o cheiro de fezes na latrina.

    Gaura Kishora Dasa Babaji aconselhou um mdico de Calcut que queria abrir uma clnicade sade gratuita em Navadvipa Dhama: Se realmente quer viver em Navadvipa Dhama,

    ento abandone seu desejo de administrar uma clnica grtis para curar desfrutadores dos sentidos. Se quer prestar servio substancial, ento renuncie a tudo exceto ao que promove Hari Bhajana. Todos os outros tipos de deveres e servios simplesmente n

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    os atam ao medonho ciclo de reaes karmicas.

    Babaji Maharaja falou gravemente para um homem recm-casado: Uma esposa Vaisnava extremamente rara e difcil de encontrar neste mundo. Caso se tenha a boa fortuna depossuir uma, deve-se ver isto como uma beno de Krishna. A esposa adora o marido como seu senhor e amo. Similarmente, o marido deve adorar a esposa porque ela Krishna dasi, uma serva de Krishna. Desta maneira, o marido pode proteger seu entus

    iasmo devocional ao no considerar sua esposa como sendo sua serva, mas que ela sempre a serva de Krishna.

    Quem quer bhojana (comer gostosamente) ir estragar seu bhajana, era uma citao favorita de Srila Babaji Maharaja. Em outras palavras, comer aqui e ali simplesmente para gratificar a lngua (bhojana) destri qualquer tentativa de adorar Krishna (bhajana). Uma vez um devoto comeu um pouco de prasadam de festival em seu bhajana kutir. Babaji Maharaja no queria falar com ele durante trs dias. No quarto dia ele disse: Aceitaste prasadam de festival dada por meretrizes de baixa classe e belas mulheres. Porque tomaste alimento sem considerar sua origem teu bhajana intil.

    A essncia das instrues de Srila Gaura Dasa Babaji: O Divino Nome de Krishna oferece

    o nico refgio. Nunca se deve tentar lembrar dos passatempos de Radha-Damodara mediante mtodos artificiais. O cantar constante dos Nomes Divinos ir purificar o corao.Por cantar Hari Nama as silabas do maha-mantra (Hare Krishna Hare krishna Krishna Krishna Hare Hare, Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare) iro gradualmente revelar a forma, qualidades, passatempos espirituais de Sri Krishna. Ento se realizar a prpria forma espiritual eterna, servio, e as onze particulariedades de sua identidade espiritual.

    Seguindo a declarao de Babaji Maharaja, arrastem meu corpo morto atravs das ruas deNavadvipa, um grupo de assim chamados devotos avanados propuseram cometer dito sacrilgio. Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura, entretanto, desafiou-os: Segundoo shastra, quem teve associao carnal com uma mulher largada dentro das ltimas vintee quatro horas est contaminado, e portanto no qualificado para tocar meu Guru Mah

    araja. Ouvindo esta ousada declarao, os brahmanas de corao enegrecido bateram em rpiretirada.

    A 19 de novembro de 1915, Srila Gaura Kishora Dasa Babaji Maharaja juntou-se aoseternos passatempos bem-aventurados de Gandharvika-Giridhari. Seu amado discpulo, Srila Baktisiddhanta Sarasvati Thakura, estabeleceu seu samadhi nas margens doRadha-kunda do Sri Chaitanya Matha, perto do Yogapitha do Senhor Chaitanya em Sridhama Mayapur.

    Na Vraja lil ele serve Srimati Radharani como Guna-manjari. Seu pushpa samadhi fica ao lado do Radha-kunja Bihari Gaudiya Matha perto do Radha-kunda. (16, 15)

    KALIYA KRISHNA DASA

    Certamente se alcana Sri Chaitanya e Sri Nityananda simplesmente por lembrar de Kaliya Krishna Dasa. (Chaitanya Bhagavata) Completamente devotado ao Senhor Nityananda, Kaliya Krishna Dasa no conhecia nada alm dos ps de ltus de Nitai. Ele deixou seu corpo enquanto fazia bhajana em Vrindavana. Na Vraja lila ele Labanga, uma amigo vaqueirinho de Krishna-Balarma.

    KASISVARA PANDIT

    Sri Isvara Puri enviou seus discpulos, Govinda e Kasisvara Pandit, para Jagannatha Puri para humildemente servir o Senhor Chaitanya. Relutando em aceitar servio de Seus irmos espirituais, Sri Chaitanya finalmente concordou como era desejo de S

    eu guru. Chamando-se Kalavati e Sasirekha na Vraja lil, Govinda e Kasisvara trazem gua do Yamuna para o Senhor Krishna. Kasisvara Pandit, cujo corpo era de porteforte e poderoso, costumava andar diante do Senhor Chaitanya, evitando que as mu

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    ltides tocassem Nele. E depois dos kirtanas ele servia prasadam a todos devotos.

    Sri Gaurasundara pediu a Kasisvara para mudar-se para Vrindavana para adorar a Deidade de Sri Rupa Goswami, Govindaji. Temendo separao do Senhor Chaitanya, Kasisvara disse: Meu Senhor, se eu tiver que abandonar Tua associao meu corao ir se partirm dois. Por compaixo por Seu devoto, o Senhor Gaurachandra deu-lhe uma Deidade Dele mesmo que era to perfeitamente formada que se parecia exatamente com o Senhor. G

    aura-Govinda, o nome da Deidade, uma forma dourada de Krishna tocando flauta. EntoKasisvara Pandit alegremente foi para Vrindavana a fim de servir Gaura-Govindae Govindaji.

    O Sri Sadhana Dipika diz: Eu adoro Sri Kasisvara Pandit cujo poder de amor e devootrouxe Sri Chaitanya para a ndia ocidental como uma Deidade. Hoje em dia as Deidades originais de Gaura-Govinda e Govindaji so amorosamente adoradas por milhares de devotos em Jaipur, Rajasthan.

    O samadhi original de Kasisvara Pandit fica na rea dos 64 Samadhis. (21,23)

    MURARI GUPTA

    Sri Murari Gupta, um discpulo de Sri Chandrasekhara Acharya, possuia extraordinriahumildade. Tinha um relacionamento vitalcio com o Senhor Chaitanya. Embora de classe mais adiantada, Murari sempre perdia nos debates com Sri Nimai Pandit. Durante um dos inflamados argumentos eles comearam a se empurrar. A rusga continuou dentro do Ganges. Remexeram tanto a lama do fundo que as senhoras no podiam encherseu potes e os brahmanas no conseguiram tomar banho devidamente.

    Nos kirtanas noturnos em Srivasa Angam, Murari Gupta satisfazia Gaurahari com melodioso cantar do Bhagavata. Tambm cantava e danava peritamente. Murari Gupta serviu Sri Chaitanya em todas Suas Nadia lilas.

    O Senhor Chaitanya uma vez testou o apego de Murari Gupta a seu adorvel Senhor Ra

    machandra. O Senhor Gaurasundara pregou para Murari sobre a suprema doura e posio de Vrajendra-kumara (Krishna): "Murari, apenas adore Krishna e tome refgio Nele. Nada alm de Seu servio pode satisfazer a mente." Embora Murari Gupta ficasse algo inclinado ao Sri Krishna, o pensamento de perder a associao do Senhor Ramachandra devastou-o. Naquela noite ele orou ao Senhor Rma para tomar sua vida. Pedia isso porque no conseguia parar de servir Rma, nem podia desafiar o pedido de Sri Chaitanya.

    Aps chorar a noite inteira, Murari se aproximou do Senhor Chaitanya e disse: "Quedevo fazer? Vendi minha cabea aos ps de ltus do Senhor Ramachandra. Mas se eu violar Tua ordem de adorar o Senhor Sri Krishna, ento que posso fazer?"

    Sorrindo, Sri Gaura Raya retrucou: "Todas as glrias a Murari Gupta! s to fixo em tua adorao que mesmo Meu pedido no conseguiu virar tua mente. Isto exatamente o tipode amor e afeio que o servo deve ter pelos ps de ltus do Senhor. Mesmo se o Senhor quiser separao, um devoto no consegue abandonar o abrigo de Seus ps de ltus. S para ttar tua firme f no teu Senhor, eu te pedi repetidamente para mudar tua adorao do Senhor Rma para Senhor Krishna."

    Congratulando Murari Gupta, o Senhor continuou: "s a encarnao de Hanuman, o eternoservo do Senhor Rma. Portanto, por que deverias abandonar tua adorao ao Senhor Rma?

    De outra feita, o Senhor Chaitanya mostrou Sua forma como Senhor Ramachandra comJanaki, Lakshmana, e uma hoste de macacos recitando hinos e oraes. Vendo-se entreaqueles macacos na sua forma original de Hanuman, Murari Gupta desmaiou. Em Kat

    va, quando o Senhor Chaitanya tomou sannyasa, Murari Gupta assistiu, chorando como uma criana. E quando Sriman Mahaprabhu mudou-se para Jagannatha Puri, Murari esua esposa vinham a cada ano para saborear a companhia do Senhor.

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    tomar refgio em Srimati Radharani. 2) A alta estima do amor das Vraja gopis por Sri Krishna. O Senhor Gauranga desapareceu aps instruir Nimbarka. Derramando lgrimasde xtase, Nimbarka deixou Navadvipa para comear sua misso de pregao. Na Chaitanya lila, Nimbarka apareceu como Keshava Kasmiri e recebeu amor por Deus diretamente de Nimai Pandit.

    Existem semelhanas marcantes entre os Gaudiyas e Nimbarkas. Os seguidores de Nimb

    arka aceitam as seis formas de rendio, praticam os nove ramos de bhakti, e acreditam no dasa mula (dez pontos cardeais da filosofia Gaudiya). Eles tambm adoram Radha e Krishna em Vrindavana. Eles adoram Srimati Radharani como a mais elevada devota, e aceitam que o amor das gopis por Krishna supremo. Com contas, bhajans, ekirtans os Nimbarkas cantam sua verso do maha-mantra: Radhe Krishna Radhe Krishna Krishna Krishna Radhe Radhe, Radhe Shyama Radhe Shyama Shyama Shyama Radhe Radhe.

    Em Vrindavana, aproximadamente a uma milha de Govardhana, temos o vilarejo de Nimgaon, assim nomeado por causa de Nimbarkacharya, que viveu ali desde a infncia emais tarde realizou bhajana l. Muitos dos locais de passatempos de Radha-Krishnaem Vrindavana agora so mantidos pela seita Nimbarka. Em Mathura-Vrindavana, inmer

    os devotos seguem a senda da bhakti de Nimbarka. O Sriji Mandir, pertinho do LoiBazaar em Vrindavana, serve como centro da Nimbarka sampradaya.

    RAMACANDRA

    Sukadeva Goswami disse: O filho de Maharaja Khatvanga foi Dirghabahu, cujo filhofoi o clebre Maharaja Raghu. De Maharaja Raghu surgiu Aja, e de Aja nasceu a grande personalidade Maharaja Dasaratha.

    Ao receber oraes dos semideuses, a Suprema Personalidade de Deus, a prpria VerdadeAbsoluta, apareceu diretamente com sua expanso e expanses da expanso. Seus santos nomes eram Rama, Laksmana, Bharata e Satrughna. Como filhos de Maharaja Dasaratha, essas clebres encarnaes apareceram ento sob quatro formas.

    rei Pariksit, as atividades transcendentais do Senhor Ramacandra foram descritaspor grandiosas pessoas santas que viram a verdade. Como ouviste repetidas vezesa respeito do Senhor Ramacandra, o esposo de me Sita, farei apenas uma descrio sucinta dessas atividades. Por favor, presta ateno.

    Para manter intacta a promessa feita por Seu pai, o Senhor Ramacandra imediatamente abandonou a posio de rei e, acompanhado de Sua esposa, me Sita, vagou de floresta em floresta com Seus ps de ltus, que eram to delicados a ponto de serem incapazes de suportar at mesmo o afago das palmas das mos de Sita. O Senhor fazia-se acompanhar por Hanuman, o rei dos macacos, [ou por outro macaco, Sugriva], e pelo Seuprprio irmo caula, o Senhor Laksmana, ambos os quais serviam para aliviar a fadigaque Ele sentia ao perambular pela floresta. Tendo cortado o nariz e as orelhasde Surpanakha, deixando-a, portanto, desfigurada, o Senhor perdeu a companhia deme Sita. Por conseguinte, Ele ficou irado, e franziu Suas sobrancelhas, e com isto amedrontou o oceano, que ento permitiu que o Senhor construsse uma ponte para cruz-lo. Em seguida, tal qual um incndio que devora uma floresta, o Senhor entrou no reino de Ravana para mat-lo. Que esse Supremo Senhor Ramacandra proteja-nos.

    Na arena do sacrifcio realizado por Visvamrta, o Senhor Ramacandra, o rei de Ayodhya, matou muitos demnios, Raksasas e homens incivilizados que, noite vagavam, influenciados pelo modo da escurido. Possa o Senhor Ramacandra, que, na companhia de Laksmana, matou todos esses demnios, ser bastante bondoso para proteger-nos.

    rei, os passatempos do Senhor Ramacandra eram maravilhosos, como os de um filhot

    e de elefante. Na assemblia onde me Sita deveria escolher seu esposo, Ele, em meioaos heris deste mundo, quebrou o arco pertencente ao Senhor Shiva. Esse arco erato pesado que eram necessrios trezentos homens para carreg-lo, mas o Senhor Ramaca

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    ndra esticou-o, dobrou-o e partiu-o ao meio, assim como um filhote de elefante quebra uma haste de cana-de-acar. Assim, o Senhor obteve a mo de me Sita, que possua no mesmo nvel de igualdade as qualidades transcendentais: forma, beleza, comportamento, idade e natureza. Na verdade, ela era a deusa da fortuna que, constantemente, repousa no peito do Senhor. Enquanto retornava da casa de Sita aps rev-la na assemblia de competidores, o Senhor Ramacandra encontrou-se com Parasurama. Emborafosse muito orgulhoso de ter eliminado da Terra a ordem real vinte e uma vezes,

    Parasurama foi derrotado pelo Senhor, que parecia um ksatriya da ordem real.Cumprindo a ordem de Seu pai, que estava atado por uma promessa sua esposa, o Senhor Ramacandra deixou para trs o Seu reino, opulncia, amigos, benquerentes, residncia e tudo o mais, assim como uma alma liberada abandona sua vida, e, com Sita,foi para a floresta.

    Enquanto vagava pela floresta, onde aceitou uma vida cheia de dificuldades, o Senhor Ramacandra, carregando nas mos seus invencveis arco e flechas, mutilou a irm de Ravana, que estava tomada de desejos luxuriosos, cortando-lhe o nariz e as orelhas. Ele matou tambm seus quatorze mil amigos Raksasas, encabeados por Khara, Trisira e Dusana.

    rei Pariksit, quando Ravana, que tinha dez cabeas sobre seus ombros, ouviu comentrios acerca dos belos e atraentes traos de Sita, sua mente ficou agitada por desejos luxuriosos, e ele foi tentar rapt-la. Para afastar o Senhor Ramacandra de Seuasrama, Ravana enviou Marica sob a forma de um veado dourado, e ao ver aquele maravilhoso veado, o Senhor Ramacandra deixou Sua residncia e seguiu-o at conseguirmat-lo com um flecha afiada, assim como o Senhor Shiva matou Daksa.

    Quando Ramacandra entrou na floresta e Laksmana tambm se ausentou, o pior dos Raksasas, Ravana, raptou Sitadevi, a filha do rei de Videha, assim como um tigre captura ovelhas desprotegidas aproveitando-se da ausncia do pastor. Em seguida, como se estivesse muito aflito devido separao de Sua esposa, o Senhor Ramacandra caminhou pela floresta com Seu irmo Laksmana. Com isto, Ele mostrou com Seu exemplo pessoal a condio de uma pessoa apegada a mulheres.

    O Senhor Ramacandra, cujos ps de ltus so adorados pelo Senhor Brahma e pelo SenhorShiva, havia assumido a forma de ser humano. Assim, Ele realizou a cerimnia fnebrede Jatayu, que havia sido morto por Ravana. O Senhor matou ento o demnio chamadoKabandha, e aps fazer amizade com os lderes dos macacos, matar Vali e propiciar alibertao de me Sita, Ele dirigiu-Se beira-mar.

    Aps alcanar a praia, o Senhor Ramacandra jejuou durante trs dias, enquanto esperavaa chegada do oceano personificado. Ao ver que o oceano no aparecia, o Senhor manifestou Seus passatempos de ira, e pelo Seu simples olhar em direo ao oceano, todas as entidades que viviam dentro dele, incluindo os crocodilos e tubares, ficaramtomados de medo. Ento, o oceano personificado, temeroso, aproximou-se do SenhorRamacandra, levando toda a parafernlia utilizada no processo de adorao ao Senhor. Caindo a Seus ps de ltus, o oceano personificado falou as seguintes palavras.

    onipenetrante Pessoa Suprema, temos mente obtusa e no havamos entendido quem reis,mas agora sabemos que sois a Pessoa Suprema, o mestre de todo o Universo, a imutvel e original Personalidade de Deus. Os semideuses sentem-se orgulhosos no mododa bondade, os Prajapatis se envaidecem com o modo da paixo, e o senhor dos fantasmas vangloria-se do modo da ignorncia, mas sois o mestre de todas essas qualidades.

    Meu Senhor, podeis usar minha gua como desejardes. Na verdade, podeis cruz-la e irat a morada de Ravana, que grande fonte de perturbao e pranto para os trs mundos. Ele filho de Visvara, mas detestvel como a urina. Por favor, ide mat-lo para depois

    reaver Vossa esposa, Sitadevi. grande heri, embora minha gua no represente nenhumimpedimento Vossa marcha Lanka, por favor, constru uma ponte sobre ela para difundirdes Vossa fama transcendental. Ao tomarem conhecimento desta maravilhosa e in

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    comum faanha de Vossa Onipotncia, todos os grandes sbios e reis futuros glorificar-Vos-o.

    Sukadeva Goswami disse: Aps construir uma ponte sobre o oceano, atirando na gua picos de montanhas cujas rvores e outra vegetao haviam sido sacudidas pelas mos dos grandes macacos, o Senhor Ramacandra foi at Lanka para libertar Sitadevi, tirando-adas garras de Ravana. Com a orientao e ajuda de Vibhisana, irmo de Ravana, o Senho

    r, juntamente com os macacos-soldados, encabeados por Sugriva, Nila e Hanuman, entrou no reino de Ravana, Lanka, que anteriormente fora queimado por Hanuman.

    Aps entrarem em Lanka, os macacos-soldados, conduzidos por lderes como Sugriva, Nila e Hanuman, ocuparam todas as casas de diverso, celeiros, tesouros, entradas depalcios, pontes urbanas, assemblias, frontispcios de palcios e mesmo os pombais. Quando na cidade as encruzilhadas, plataformas, bandeiras e cntaros dourados colocados nas cpulas foram todos destrudos, toda a cidade de Lanka parecia um rio assolado por uma manada de elefantes.

    Ao ver as perturbaes criadas pelos macacos-soldados, Ravana, o mestre dos Raksasas, convocou Nikumbha, Kumbha, Dhumraksa, Durmukha, Surantaka, Narantaka, outros R

    aksasas e seu filho Indrajit. Em seguida, mandou chamar Prahasta, Atikaya, Vikampana e finalmente Kumbhakarna. Da, ordenou que todos os seus seguidores lutassemcontra os inimigos.

    O Senhor Ramacandra, ladeado de Laksmana e macacos-soldados, tais como Sugriva,Hanuman, Gandhamada, Nila, Angada, Jambavan e Panasa, atacou os soldados dos Raksasas, que estavam muito bem equipados com vrias armas invencveis, tais como espadas, lanas, arcos, prasas, rstis, flechas sakti, khadgas e tomaras.

    Angada e outros comandantes dos soldados de Ramacandra enfrentaram os elefantes,a infantaria, os cavalos e as quadrigas do inimigo e arremessaram contra eles grandes rvores, picos de montanhas, maas e flechas. Assim, os soldados do Senhor Ramacandra mataram os soldados de Ravana, que perderam toda a boa fortuna porque R

    avana fora condenado pela ira de me Sita.

    Depois, ao perceber que perdera os seus soldados, Ravana, o rei dos Raksasas, ficou extremamente irado. Assim, subiu para o seu aeroplano, que estava decorado com flores, e foi ao encontro do Senhor Ramacandra, que estava sentado na refulgente quadriga trazida por Matali, o quadrigrio de Indra. Ento, Ravana tentou acertar o Senhor Ramacandra com flechas afiadas.

    O Senhor Ramacandra disse a Ravana: s o mais abominvel dos antropfagos. Na verdade,s igual ao excremento deles. Pareces um co, pois, assim como na ausncia do dono dacasa, um co rouba o alimento da cozinha, em Minha ausncia, raptaste Minha esposaSitadevi. Portanto, assim como Yamaraja pune os homens pecaminosos, tambm te punirei. s muito abominvel, pecaminoso e descarado. Hoje, portanto, Eu, que jamais falho em Meus intentos, estou disposto a punir-te.

    Aps repreender Ravana com essas palavras, o Senhor Ramacandra fixou uma flecha emSeu arco, apontou para Ravana e disparou a flecha, que trespassou o corao de Ravana como um raio. Ao verem isso, os seguidores de Ravana fizeram um som tumultuoso, gritando: Oh, no! Oh no! Que aconteceu? Que aconteceu? enquanto Ravana, vomitandosangue por suas dez bocas, caa de seu aeroplano, assim como um homem piedoso caidos planetas celestiais em direo Terra, quando se esgotam os resultados de suas atividades piedosas.

    Em seguida, encabeadas por Mandodari, a esposa de Ravana, todas as mulheres cujosesposas tombaram na batalha saram de Lanka. Chorando continuamente, elas aproxim

    aram-se dos cadveres de Ravana e de outros Raksasas.Golpeando os seios, aflitas porque seus esposos haviam sido mortos pelas flechasde Laksmana, as mulheres abraaram seus respectivos esposos e choravam lamuriante

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    mente, e seus gemidos sensibilizavam a todos. meu senhor, mestre! Foste um problema para os outros, e, portanto, eras chamadoRavana. Mas agora que foste derrotado, tambm fomos derrotadas, pois sem ti, o Estado de Lanka foi conquistado pelo inimigo. E quem ele se refugiar?

    pessoa afortunadssima, deixas-te influenciar por desejos luxuriosos, e, portanto,no pudeste entender o prestgio de me Sita. Agora, devido maldio que ela lanou, fo

    reduzido a este estado, tendo sido morto pelo Senhor Ramacandra.

    prazer da dinastia Raksasa, devido a ti, o Estado de Lanka e tambm ns prprias agorano temos protetor. Atravs de teus feitos, tornaste teu corpo digno de ser devorado pelos abutres e tua alma digna de ir ao inferno.Sri Sukadeva Goswami disse: Vibhisana, o piedoso irmo de Ravana e devoto do Senhor Ramacandra, recebeu os louvores do Senhor Ramacandra, o rei de Kosala. Ento, ele realizou as cerimnias fnebres em prol de seus membros familiares, a fim de salv-los do caminho do inferno.

    Em seguida, o Senhor Ramacandra encontrou Sitadevi sentada a uma pequena cabana,sob uma rvore chamada Simsapa, numa floresta de rvores Asoka. Magra e esqulida, el

    a sentia-se pesarosa devido separao dEle.Vendo Sua esposa naquelas condies, o Senhor Ramacandra encheu-Se de compaixo. Quando Ramacandra apareceu diante dela, ela ficou extremamente feliz ao ver seu amado, e sua boca de ltus expressava sua alegria.

    Aps dar a Vibhisana o poder de governar a populao Raksasa de Lanka pela durao de umakalpa, o Senhor Ramacandra, a Suprema Personalidade de Deus [Bhagavan], colocouSitadevi num aeroplano decorado com flores e ento Ele prprio subiu para o aeroplano. Tendo terminado o perodo de Sua permanncia na floresta, o Senhor retornou a Ayodhya, acompanhado de Hanuman, Sugriva e de Seu irmo Laksmana.

    Ao retornar Sua capital, Ayodhya, o Senhor Ramacandra, ainda na estrada, foi sau

    dado pela ordem principesca, que derramou sobre Seu corpo belas e fragrantes flores, enquanto grandes personalidades como o Senhor Brahma e outros semideuses glorificavam com muito jbilo as atividades do Senhor.

    Ao chegar a Ayodhya, o Senhor Ramacandra ficou sabendo que, em Sua ausncia, Seu irmo Bharata comia cevada preparada em urina de vaca, cobria Seu corpo com casca de rvores, usava mechas de cabelo entrelaadas e deitava-se sobre uma esteira de kusa. O misericordiosssimo Senhor muito lamentou isto.Ao compreender que o Senhor Ramacandra retornava capital, Aydhya, o Senhor Bharata imediatamente ps sobre Sua prpria cabea os tamancos do Senhor Ramacandra e saiude Seu acampamento em Nandigrama. O Senhor Bharata fazia-Se acompanhar por ministros, sacerdotes e outros cidados respeitveis, por msicos profissionais que vibravam melodias agradveis, e por brahmanas eruditos que cantavam alto os hinos vdicos.

    Seguindo o cortejo, havia quadrigas puxadas por belos cavalos cujos arreios tinham rdeas de ouro. Essas quadrigas estavam decoradas com bandeiras bordadas a ouroe com outras bandeiras de vrios tamanhos e formatos. Havia soldados usando armaduras de ouro, servos portando noz de btel, e muitas prostitutas belas e famosas.Muitos servos seguiam a p, carregando uma sombrinha, abanos, diferentes qualidades de jias preciosas, e outra parafernlia digna de uma recepo real. Acompanhado dessamaneira, o Senhor Bharata, com Seu corao tomado de xtase e Seus olhos rasos dgua, aproximou-Se do Senhor Ramacandra e, em grande amor exttico, caiu a Seus ps de ltus.

    Aps apresentar os tamancos diante do Senhor Ramacandra, o Senhor Bharata, permaneceu de mos postas, com os olhos cheios de lgrimas, e o Senhor Ramacandra banhou Bh

    arata com Suas lgrimas enquanto O abraava demoradamente com ambos os braos. Acompanhado de me Sita e Laksmana, o Senhor Ramacandra ofereceu ento Suas respeitosas reverncias aos brahmanas eruditos e s pessoas mais velhas da famlia, e todos os cidados

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    de Ayodhya prestaram respeitosas reverncias ao Senhor.

    Os cidados de Ayodhya, ao verem seu rei retornando aps longa ausncia, ofereceram-Lhe guirlandas de flores, agitaram seus mantos e danaram em grande jbilo.

    rei, o Senhor Bharata carregava os tamancos do Senhor Ramacandra, Sugriva e Vibhisana carregavam um abano e um excelente leque, Hanuman carregava uma sombrinha

    branca, Satrughna carregava um arco e duas alvajas, e Sitadevi carregava um cntaro que estava cheio de gua dos lugares sagrados. Angada carregava uma espada, e Jambavan, o rei dos Rksas, carregava um escudo de ouro.

    rei Pariksit, logo que o Senhor sentou-Se em Seu aeroplano de flores, com asmulheres oferecendo-Lhe oraes e recitadores glorificando Suas caractersticas, Ele parecia a Lua rodeada por estrelas e planetas.

    Em seguida, tendo recebido as boas-vindas de Seu irmo Bharata, o Senhor Ramacandra entrou na cidade de Ayodhya em meio a um festival. Ao adentrar-Se no palcio, Ele ofereceu reverncias a todas as mes, incluindo Kaikeyi e as outras esposas de Maharaja Dasaratha, e especialmente Sua prpria me, Kausalya. Ofereceu, tambm, reverncia

    s aos preceptores espirituais, tais como Vasistha. Amigos de Sua prpria idade e amigos mais jovens adoraram-nO, e Ele respondeu s suas respeitosas reverncias, e essa mesma atitude foi tambm tomada por Laksmana e me Sita. Dessa maneira, todos eles entraram no palcio.

    Ao verem seus filhos, as mes de Rama, Laksmana, Bharata e Satrughna imediatamentelevantaram-se, como corpos inconscientes que recuperam a conscincia. As mes puseram seus filhos em seus colos e banharam-nOs com lgrimas, aliviando-se assim do sofrimento causado pela longa separao.

    O sacerdote ou mestre espiritual familial, Vasistha, providenciou para que o Senhor Ramacandra cortasse o Seu cabelo, e ento Se livrasse de Suas mechas emaranhadas. Depois, com a cooperao dos membros mais velhos da famlia, ele realizou a cerimni

    a de banho [abhiseka] do Senhor Ramacandra, utilizando a gua dos quatro mares e outras substncias, do mesmo modo que ela fora realizada para o rei Indra.

    O Senhor Ramacandra, tendo se banhado e estando com Sua cabea raspada, vestiu-Secom muito esmero e estava decorado com uma guirlanda e jias. Assim, Ele brilhavarefulgentemente, cercado por Seus irmos e esposa, que usavam roupas e adornos depadro semelhante.Estando satisfeito com a plena rendio e submisso do Senhor Bharata, o Senhor Ramacandra aceitou ento o trono do Estado. Ele cuidava dos cidados exatamente como um pai, e os cidados, estando completamente dedicados a seus deveres ocupacionais determinados pelo seu varna e asrama, aceitaram-nO como seu pai.

    O Senhor Ramacandra tornou-Se rei durante a Treta-yuga, porm, devido ao Seu bom governo, era como se as pessoas estivessem na Satya-yuga. Todos eram religiosos ecompletamente felizes. Maharaja Pariksit, melhor da dinastia Bharata, durante o reinado do Senhor Ramacandra, as florestas, os rios, as montanhas e colinas, os Estados, as sete ilhase os sete mares estavam todos propcios a suprir com as necessidades da vida de todos os seres vivos.

    Quando o Senhor Ramacandra, a Suprema Personalidade de Deus, era o rei deste mundo, todos os sofrimentos mentais e fsicos, doenas, velhice, pesar lamentao, angstia,medo e fadiga eram completamente ausentes. Nem sequer havia morte para aqueles que no a queriam.O Senhor Ramacandra fez o voto de aceitar apenas uma esposa e no ter vnculos com n

    enhuma outra mulher. Ele era um rei santo, e tudo em Seu carter era bom, no estigmatizado por defeitos, tais como a ira. Ele ensinou bom comportamento a todos, especialmente aos pais de famlia, tomando como base o varnasrama-dharma. Destarte,

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    por meio de Suas atividades pessoais, Ele ensinou ao pblico em geral.

    Me Sita era muito submissa, fiel, tmida e casta, compreendendo sempre a atitude deseu esposo. Assim, com seu carter, amor e servio, ela atraiu por completo a mentedo Senhor.

    Assim como o Senhor Ramacandra o esposo ideal, me Sita a esposa ideal. Tal combina

    torna a vida familiar muito feliz. Qualquer que seja o exemplo que um grande homem estabelea as pessoas comuns seguem-no. Se os reis, os lderes, e os brahmanas, os preceptores, pusessem em prtica os exemplos apresentados na literatura vdica, omundo inteiro viraria o cu; de fato, no mais haveria condies infernais neste mundo material(Srila Prabhupada, significado Srimad-Bhagavatam, Canto 9, Captulo 10, verso 55)

    RAMANUJACHARYA

    (1017-1137) foi o principal acharya na Sri-sampradaya, uma das quatro linhas principais de mestres e discpulos vaishnavas. Seu comentrio do Vedanta-sutra Sri-bhasya estabelece a qualificada doutrina conhecida como Vishishtadvaita, no-dualismo.

    Forte proponente da filosofia do personalismo, ele ensinou que embora o SenhorSupremo e as almas individuais sejam qualitativamente unos, ainda assim h uma diferena entre eles, porque o Senhor infinito e as entidades vivas so infinitesimais.Srila Ramanujacharya viajou extensivamente ao longo da ndia, ensinando o personalismo e derrotando os proponentes da filosofia monstica. Fundou setenta e quatrocentros de Sri Vaishnavism e iniciou setecentos sannyasis (monges renunciados),doze mil brahmacharis (estudantes celibatrios), e milhares de chefes de famlias, inclusive os reis e proprietrios de abastadas terras.

    SARANGA THAKURA

    Um importante ramo da rvore de Sri Chaitanya, Sri Saranga Thakura (Saranga Murari) viveu em Mamagacchi, Modadrumadvipa (Navadvipa). Permanecendo sob uma rvore bak

    ula, Saranga Thakura trabalhava duro todo dia para agradar sua Deidade adorvel. Sozinho, ele coletava frutas, vegetais, e lenha. Tambm mendigava arroz, cozinhava,banhava e vestia seu Senhor. Aps um dia cheio de servio Deidade, Saranga atravessava o Rio Ganges para juntar-se ao grupo de Hari-Nama sankirtana de Mahaprabhu em Mayapur.

    Durante uma visita, O Senhor Gauranga notou que a amada rvore bakula de Saranga estava secando e quase morta. O Senhor Chaitanya abraou a rvore com Seus belos braosdourados. Completamente rejuvenescida, a rvore irrompeu em folhas verdes e novassuper fragrantes. At hoje em dia, devotos de Sri Chaitanya Mahaprabhu adoram esta rvore kalpa vrksha especial de Sri Dhama Mayapur. Alguns devotos coletam pequenos pedaos de madeira que ocasionalmente caem, e fazem colares ou os adoram.

    Saranga Thakura fez um voto de nunca iniciar discpulos apesar da insistncia do Senhor Chaitanya. Um dia ele ascedeu e decidiu iniciar a primeira pessoa que visse.Enquanto se banhava no Ganges, ele esbarrou num cadver que boiava. De repente este voltou vida. Estarrecido, o homem lentamente se identificou e prestou reverncias a Saranga Thakura que acabava de renovar sua vida miraculosamente. Aps dar-lhemantra diksha, Saranga Thakura tornou-se famoso como Saranga Murari Thakura, porque o nome anterior do discpulo era Murari.

    Na Vraja lila, Saranga serve Radha-Gopinatha como Nandimukhi-sakhi. Fazendo um passeio de quarenta e cinco minutos de rickshaw a partir do centro de Navadvipa,ainda se pode ver as Deidades de Saranga Thakura e a rvore bakula kalpa vrksha.